Em Goiás, presos recebem diploma de curso profissionalizante
Apenas 13% dos detentos do País têm acesso à educação nos presídios, apontou pesquisa
Uma iniciativa do programa social Universal nos Presídios (UNP) está ajudando detentos de Goiás a concluir os estudos e a se profissionalizar. Trata-se do projeto Volta por Cima – A Ressocialização por meio da Educação.
Recentemente, 20 detentos da Casa de Prisão Provisória de Rio Verde (GO) participaram da primeira turma de formandos. Depois de um ano e de cumprirem uma carga de 200 horas, os reeducandos receberam o diploma de conclusão do curso de assistente administrativo, concluído pelo método de educação a distância (EAD) em parceria com a faculdade Fan Padrão.
Segundo Rogério (nome fictício), um dos detentos, estudar foi a melhor forma que ele encontrou para usar o tempo ocioso na prisão e ter um futuro promissor. “Tive todas as oportunidades de estudar lá fora e não as aproveitei, mas, graças à UNP, aprendi que o ensino transforma tanto o nosso currículo profissional como nossa relação interpessoal.”
Para o responsável da UNP de Goiás, Pedro Paulo dos Santos, as prisões devem ser vistas também como estabelecimentos educacionais e não apenas como locais de punição e degradação do ser humano.
“A população de detentos é predominantemente jovem, de baixa escolaridade e passa, em média, oito anos na prisão. Ou essas pessoas têm a oportunidade de estudar e se desenvolver como seres humanos ou serão devolvidas à sociedade em piores condições do que entraram”, disse Pedro.
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, dos mais de 812 mil presos no País, 8% são analfabetos, 70% não chegaram a concluir o ensino fundamental e 92% não concluíram o ensino médio.
Mesmo com um nível de escolaridade baixo, apenas 13% dos presos têm acesso à educação nos presídios.
* Com informações do UNIcom