Em Goiás, presos recebem diploma de curso profissionalizante
Apenas 13% dos detentos têm acesso à educação nos presídios, apontou pesquisa.
Uma iniciativa do programa social Universal nos Presídios (UNP) tem ajudado detentos de Goiás a concluir os estudos e a se profissionalizar através do projeto “Volta por Cima” – a ressocialização por meio da educação.
No dia 16/9, vinte detentos da Casa de Prisão Provisória de Rio Verde (GO) tiveram a oportunidade de realizar a primeira formatura do projeto. Após um ano, com uma carga horária de 200 horas no total, os reeducandos receberam diploma do curso de Assistente Administrativo, concluído através do EAD (educação à distância), em parceria com a faculdade Fan Padrão.
Segundo o detento Rogério (nome fictício), investir na educação foi a melhor forma que ele encontrou para transformar o tempo ocioso da prisão em um futuro promissor. “Eu tive todas as oportunidades de estudo lá fora, e nunca aproveitei. Mas através da UNP, aprendi que o ensino transforma tanto o nosso currículo profissional, quanto a nossa relação interpessoal “, afirmou.
Para o responsável da UNP de Goiás, Pedro Paulo dos Santos, as prisões devem ser entendidas também como estabelecimentos educacionais, e não apenas como locais de punição e degradação do ser humano.
“A população prisional é predominantemente jovem, de baixa escolaridade e passa, em média, oito anos na prisão. Ou essas pessoas tem a oportunidade de estudar e se desenvolver como ser humano, ou serão devolvidas para a sociedade em piores condições do que eles entraram”, finalizou Pedro.
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, dos mais de 812 mil presos no país, 8% são analfabetos, 70% não chegaram a concluir o ensino fundamental e 92% não concluíram o ensino médio.
Mesmo com um nível de escolaridade baixo, apenas 13% dos presos têm acesso à educação nos presídios.