Em São Paulo, atividades religiosas são consideradas essenciais
Por unanimidade, deputados derrubaram o veto do governador João Doria e reconheceram a essencialidade de templos e igrejas. Entenda
Por unanimidade, os deputados estaduais de São Paulo votaram a favor da derrubada do veto do governador João Doria, em que torna as atividades religiosas serviços essenciais, nesta terça-feira, 26 de outubro, em sessão extraordinária na Assembleia Legislativa.
Os 94 deputados entenderam que a lei n° 299/2020, de autoria do deputado Gil Diniz (sem partido) e de coautoria do deputado Gilmaci Santos (Republicanos), apresenta justificativas plausíveis e, por isso, aprovaram a derrubada do veto de João Doria.
Com isso, templos religiosos tornam serviços essenciais e não devem ter suas atividades interrompidas em tempos de crises ocasionadas por moléstias contagiosas, epidemias, pandemias ou catástrofes naturais.
A derrubada do veto foi pautada pelo presidente interino da casa, Wellington Moura (Republicanos). “Derrubamos o veto porque entendemos que as igrejas têm um papel fundamental nesse momento. Em catástrofes ou situações de crise, igrejas e hospitais devem permanecer abertos.”
O presidente ainda lembrou dos momentos em que as pessoas não podiam frequentar igrejas e templos religiosos. “Para a gente é uma alegria ver isso hoje, diante de tantas lutas que as igrejas passaram de ficarem fechadas, com o povo chorando, pedindo uma oração, e a igreja não podendo ter culto naquele momento”, disse o deputado.
O deputado Gilmaci Santos, do partido Republicanos, (foto ao lado), destacou, durante a sessão extraordinária, que o projeto tem “essencial importância para o estado de São Paulo”. Isso porque, segundo o deputado, as igrejas se mostraram instituições sólidas e parceiras do poder público.
“Haja vista o que foi feito, durante esses dois anos de pandemia, principalmente, na fase mais aguda, o trabalho que realizou não somente espiritual, mas o trabalho social que foi desenvolvido por todas as igrejas, sem placas. {…} Cuidando do povo, cuidando da população, fazendo o trabalho que, muitas vezes, o estado não realizou, as igrejas realizaram”, disse o deputado.
O deputado Altair Moraes (Republicanos), usou suas redes sociais para destacar que essa “é uma vitória muito grande para o povo de Deus”.
“O trabalho cristão, evangélico, o trabalho religioso é serviço essencial. Isso já é lei no estado de São Paulo”, destacou o deputado.
Já o deputado Tenente Nascimento (Progressistas), parabenizou a atitude de todos os deputados pelo “passo importante para a igreja em geral”.
“Não estamos falando apenas de uma. Durante esta pandemia, tivemos a igreja atuante, as igrejas não fecharam suas portas no atendimento social, no atendimento religioso e no atendimento espiritual. Hoje, esta casa está com a bênção de Deus, porque realmente declara atividade essencial”, disse o deputado.
Além disso, ele ainda reafirmou a aliança da igreja com o estado. “A maior aliada desta pandemia foi a igreja. Foi a Igreja Universal, a Assembleia de Deus, as igrejas católicas. Enfim, todas com um único objetivo: atender a necessidade desse povo tão sofrido”, complementou.
Relembre
O governador de São Paulo, João Doria, vetou, em fevereiro deste ano, todo o texto do projeto de lei n° 299/2020, que visa estabelecer atividades religiosas como essenciais em tempos de crises, como em pandemias, por exemplo.
O texto, já havia sido aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo, em dezembro de 2020, também por unanimidade.
Mesmo que as entidades religiosas tenham desempenhado papel fundamental – durante a pandemia de COVID-19 causada pelo coronavírus – o governador do estado não entendeu desta forma e vetou o projeto à ocasião.
Em seu veto, Doria destacou que, embora seja um projeto louvável, sancioná-lo seria assegurar “tratamento diferenciado” aos templos religiosos em momentos de “restrições ao exercício de certas liberdades”.
Alerta aos cristãos
A derrubada do veto mostra a todos os cristãos a importância de eleger pessoas que estejam engajadas em defender a Igreja do Senhor Jesus.
Em uma edição do programa Entrelinhas, o Bispo Alessandro Paschoal, coordenador do grupo Arimateia, que tem como objetivo promover a consciência política e cidadã entre cristãos, pontuou que “quando uma pessoa vota em alguém, ela está votando em alguém que vai representá-la e para representá-la, ela precisa estar dentro dos princípios e ideais que ela também tem”.
“Como vou escolher alguém que vai me representar, se essa pessoa tem um pensamento diferente do meu?”, completou.
O deputado Altair Moraes, na ocasião, ainda reiterou que “o cristão deve votar em valores, não em pessoas”.
Por isso, o cristão deve, antes de tudo, avaliar o candidato. “Antes de votar na pessoa como um indivíduo, a gente tem que saber valores dessa pessoa e as ideias que ela tem, quais são os projetos que ela vai aprovar”, disse o deputado.
Deste modo, o cristão deve estar sempre atento às ideologias e aos “discursos bonitos” e populistas. O verdadeiro cristão deve, antes de qualquer coisa, defender sua fé e questionar políticos que vão contra ela.