Em vez de felicidade, o risco de morrer

Após um parto por cesariana, Angélica da Silva teve complicações que a impediram de viver a alegria de ter uma filha e a deixaram perto de perder sua própria vida

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O que era para ser um momento de felicidade foi o início de uma das fases mais difíceis na vida da nutricionista e empresária Angélica da Silva, de 34 anos.

O dia 30 de setembro de 2021 marcou a chegada da pequena Ana Vitória Sousa, filha de Angélica. O parto foi por cesariana, uma cirurgia altamente invasiva e que pode acarretar diversos problemas de saúde para a mãe e para o bebê.

Angélica recebeu alta três dias após o parto, mas depois de apenas quatro dias teve de retornar ao hospital por causa de dores no local da cirurgia. “Eu também tive uma febre muito alta. Eu nem conseguia abrir os olhos, além das dores corporais. Nisso percebi que os pontos da cirurgia tinham estourado e, então, logo fui ao hospital”, conta.

Ali ela recebeu a informação de que deveria passar por uma nova cirurgia, pois havia desenvolvido uma infecção hospitalar e estava com necrose. “Fui levada ao centro cirúrgico novamente no dia 10 de outubro e a operação durou em torno de cinco horas. No entanto ela foi realizada de forma errada e, por negligência da equipe médica, o problema continuou e os pontos se abriram novamente”, relata Angélica.

Mais dois dias se passaram e Angélica foi submetida a outra operação. “Contudo na terceira vez me comunicaram que não poderiam realizar a sutura e eu deveria ficar com o corte aberto. Ele teria que se fechar de dentro para fora.”

Os médicos informaram que o caso dela já era considerado de quarta intenção, quando a cicatrização se encontra em um estágio de grande destruição de tecido, o que pode levar a necrose tissular ou a lesões ósseas ou musculares. “Fiquei no hospital internada por um período de um mês e dez dias e sem contato com ninguém, por conta da infecção, a não ser minha filha recém-nascida e minha mãe”.

Durante esse tempo, Angélica passou por vários tratamentos e tomou medicamentos diferentes. Ela recebeu alta 45 dias após o parto e deveria finalizar o tratamento e aguardar o fim da cicatrização em casa. “Saí do hospital sem expectativa nenhuma de quando poderia melhorar. Na verdade, tudo poderia piorar”, relata.

Os dias dela passaram a ser muito difíceis. Ela precisou do acompanhamento de uma estomaterapeuta e não conseguia nem sequer realizar tarefas simples. “Eu passei a depender das pessoas para praticamente tudo. Além de sentir muitas dores e incômodos, eu não conseguia realizar atividades domésticas e até para tomar banho era delicado e angustiante, a ponto de por alguns dias seguidos eu não tomar banho, mas apenas realizar a higienização com panos úmidos, pois eu não poderia me molhar”, recorda.

A Fé em ação
Angélica afirma que, durante essa situação, ela e os familiares recorreram à fé e creram na resposta e no milagre. “Desde quando eu estava internada, meu marido sempre levava a água consagrada para passar na minha barriga e também para que eu bebesse. Quando saí do hospital, o único lugar que eu ainda frequentava mesmo debilitada era a Igreja. Eu fazia as correntes, praticava a fé e cria na cura”, diz.

Ela conta que, com o passar do tempo, foi percebendo a ação de Deus em sua vida e após seis meses o corte estava totalmente fechado e cicatrizado, como detalha: “ainda que eu passasse por dificuldades, a todo momento vi o cuidado de Deus na minha vida, pois se não fosse Ele eu não estaria aqui, pois com certeza o meu quadro teria piorado”.
Ela teve sua vida e saúde restauradas e hoje está totalmente recuperada e sem sequelas. “Realizo todas as minhas atividades normalmente sem depender de ninguém. Até os médicos, quando me viram, afirmaram que eu era um milagre”, conclui.

O que é infecção hospitalar?

É uma inflamação adquirida após a admissão do paciente na instituição de assistência à saúde e se manifesta após a internação ou a alta. Ela pode estar relacionada com a internação ou com procedimentos hospitalares

O que a causa?
Pode-se observar que essas infecções estão, na maioria dos casos, relacionadas à manutenção (uso) de dispositivos chamados “invasivos” – aqueles que são colocados dentro do corpo do paciente, como o ventilador mecânico – ou, no caso da infecção de sítio cirúrgico, relacionadas a procedimentos cirúrgicos.

Por isso, é tão importante estabelecer estratégias de prevenção, relacionadas ao controle de qualidade da inserção e manutenção dos dispositivos invasivos, além do controle do pré, do intra e do pós-operatório.

As principais infecções
As principais infecções relacionadas à assistência à saúde são:

• Infecção da corrente sanguínea associada a cateter venoso central;
• Pneumonia associada à ventilação mecânica;
• Infecção do trato urinário associada a cateter vesical; e
• Infecção de sítio cirúrgico

Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein

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Colaborador

Camila Dantas / Fotos: cedidas