Encontre uma saída em meio ao caos

Diante da perda do trabalho, de negócios, da saúde e até de entes queridos, milhares de pessoas em todo o mundo buscam forças para seguir em frente. Entenda como os entrevistados desta reportagem estão enfrentando e vencendo essas dificuldades

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As perdas fazem parte da vida de todo ser humano, embora algumas pessoas se esqueçam disso. Em momentos de turbulência, entretanto, elas ficam mais evidentes e é impossível negá-las. Este é o caso da atual crise provocada pelo novo coronavírus. Desde o início do ano, milhares de pessoas no mundo inteiro perderam empregos, oportunidades, aulas, saúde e até a própria vida. Afinal, como encontrar forças para superar as adversidades?

Com o avanço da pandemia no Brasil, a impossibilidade de colocar em prática alguns planos traçados chegou a preocupar o empresário Léo Gaspar Mota, dono de uma imobiliária situada em Campinas (SP). Com uma equipe de 50 colaboradores, ele conta que se preparava para inaugurar uma nova sede do seu negócio, que completou três anos em abril. “Logo que veio o decreto da quarentena em São Paulo, nós começamos a avaliar quais caminhos deveríamos seguir”, lembra.

Léo explica que decidiu encarar os desafios com a busca de novas alternativas de trabalho e de relacionamento com os clientes. “Nós poderíamos ter entrado em pânico ou simplesmente decidido esperar o decreto passar, mas optamos por nos reinventar e fazer do limão uma limonada”, diz.

Ação
Para inovar, Léo contou com o apoio da equipe e passou a usar a tecnologia a favor do negócio. “Inicialmente, fizemos reuniões por videoconferência, dividindo nossos profissionais em equipes. Logo depois, começamos a aproveitar o tempo para fazer treinamentos e uma reciclagem de conhecimentos. Enviamos alguns materiais para que os profissionais pudessem estudar em casa, durante o home office, e fazemos reuniões periódicas”, detalha.

Léo esclarece que a imobiliária investiu em comunicações feitas por meio da internet para manter o contato com os clientes.

“Potencializamos os contatos on-line, por telefone e videochamadas. Como a maioria dos clientes está em home office e mais conectado, nós temos tido êxito. Estamos fazendo atendimento e vendas até com clientes de Portugal. Tivemos em abril praticamente o mesmo resultado que teríamos antes da pandemia”, avalia.

Léo admite que o novo cenário exige mais empenho e criatividade de todos. Além disso, ele destaca a importância de manter a calma. “É preciso ter habilidade e sensibilidade para lidar com o atual momento. Desde que tudo isso começou, eu sugeri que nossos profissionais evitassem se contaminar com as informações veiculadas. Nós sabemos que o momento é de turbulência, mas precisamos manter a nossa Fé, a nossa confiança em Deus, a calma e a paz interior. Só assim é possível agir e matar vários leões por dia.”

Fé que muda tudo
Para o empresário, a Fé é o grande diferencial em sua vida pessoal e profissional: “a Fé é a base da minha vida e o combustível para vencer as adversidades. Pauto todas as minhas decisões na Palavra de Deus.”

Ele alerta, entretanto, que ter Fé não significa apenas fazer orações. “O maior engano de muitos religiosos é acreditar que basta orar e esperar em Deus. A Fé deve ser exercitada. É preciso colocar Deus em primeiro lugar, ser fiel a Ele, participar dos cultos, fazer ofertas, manifestar a Fé no Altar e também usar a sabedoria que Deus nos dá para agir. Agora, eu acompanho os cultos on-line. Com a direção de Deus, precisamos ser fortes e corajosos para desbravar novos caminhos”, conclui ele, que frequenta a Universal há duas décadas.

Casamento quase perdido
A empresária Uene Oliveira Costa, (foto abaixo) de 39 anos, quase perdeu o casamento em 2002. Na época, ela e o marido, Antonio, eram recém-casados, mas os conflitos entre os dois levou à perda do respeito que tinham um pelo outro. “Qualquer probleminha se tornava um problemão. Antes, eu era insegura, não acreditava em mim”, lembra. Para piorar, o casal ainda enfrentava dificuldades financeiras.

“Passamos por momentos muito difíceis, com muitas brigas.”

Quando estava prestes a se separar, ela conta que aceitou um convite da cunhada. “Ela me chamou para participar de uma reunião na Universal. Eu já tinha buscado a Deus em outras igrejas, mas na Universal aprendi a desenvolver a minha Fé”, diz.

Ela afirma que passou a frequentar as reuniões e a exercitar os ensinamentos bíblicos. “Entendi que não bastava ir à igreja, eu tinha que tomar atitudes. Eu queria a bênção de Deus, então passei a obedecer à Palavra dEle. Muitas pessoas não querem abrir mão de más amizades e maus hábitos, mas a obediência aos ensinamentos é importante. Deus não erra o caminho”, acredita.

Novos desafios
Uene conta que à medida que exercitava a Fé, seu casamento era restaurado. Uene e Antonio fortaleceram o relacionamento e depois começaram a empreender juntos. “Entendi que Deus é grande e nos dá forças para vencer. Começamos a vender materiais escolares para escolas e creches e fomos crescendo aos poucos. Passamos dificuldade no começo, mas não perdemos a Fé”, garante.

O casal é dono de uma papelaria no Distrito Federal, que completou 12 anos de atividades.

Perguntada sobre os desafios impostos pela pandemia de Covid-19, a empresária conta que nada abala a sua Fé. “Nós sempre lutamos e vamos seguir lutando. Acreditamos que Deus nos deu condições de conquistar tudo o que temos hoje. Nós vamos continuar subindo no Altar e trabalhando para a honra e glória do Senhor Jesus.”

Uene explica que a papelaria se adaptou aos novos tempos com entregas em domicílio e novos processos. Neste período, o casal também está reorganizando as contas do negócio. “Nós estamos fazendo delivery para continuar nosso atendimento. Além disso, estamos entrando em contato com clientes para receber alguns pagamentos que não tinham sido feitos. Outro plano é aproveitar esse tempo para construir o prédio próprio em um terreno que já temos”, conta.

Falência
Em 2008, o empresário Daniel Bontempo, (foto abaixo) de 34 anos, foi à falência. Na época, ele perdeu uma academia e três lojas de roupas e acumulava uma dívida de mais de R$ 400 mil. “Minha academia dava resultados e eu queria continuar crescendo. Então decidi fazer empréstimos para abrir as lojas, mas deu tudo errado. Cheguei a ter cerca de 40 funcionários, mas a expectativa de vendas não se concretizou. Deixei de pagar as dívidas, pois os juros eram altíssimos”, diz.

Sem dinheiro, Daniel não conseguia pagar os funcionários nem os credores. “As lojas de shopping foram lacradas por falta de pagamento e fui processado por funcionários. Eu tinha um padrão de vida e, de repente, perdi tudo: casa, dois carros. Tive de mudar para um quarto.

Entrei em pânico, não tinha mais coragem de sair de casa, sentia vergonha e tinha medo das cobranças. Com o passar do tempo, perdi as forças até para me levantar da cama. Eu não via saída, senti que minha vida tinha acabado”, relata.

O sofrimento de Daniel levou a mãe dele a convidá-lo para ir às reuniões da Universal, mas ele se recusou por um tempo. “Eu não queria ir, mas um dia estava tão mal que fui com ela. A reunião renovou as minhas forças e voltei a ter esperança. No mesmo dia, comecei a lutar e a buscar a Deus”, afirma.

Humildade
Ele destaca que o recomeço foi difícil, mas que contou com a Fé. “Cheguei a trabalhar descarregando caminhão. Fui obrigado a aprender a ser humilde. Antes, eu era muito orgulhoso e prepotente. Aprendi que podemos superar as perdas com Fé em Deus.”

Depois disso, Daniel revela que passou a trabalhar como corretor de imóveis. “Eu não tinha experiência nem dinheiro, mas tive a direção de Deus e vi uma oportunidade. Então, comecei a me dedicar e a estudar. Eu e minha esposa abrimos a empresa dentro de casa. Nosso primeiro contrato foi para administrar um imóvel que trazia um faturamento de apenas R$ 90, mas, por meio dele, conhecemos um cliente grande e conseguimos um contrato para 200 imóveis”, detalha. Com o crescimento da nova empresa, Daniel quitou todas as dívidas.

Hoje, a imobiliária do casal tem cerca de 10 funcionários e outros 20 colaboradores indiretos. “Somos muito respeitados aqui no Distrito Federal. Trabalhamos com vendas e aluguel de imóveis em Brasília e na Bahia, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Apesar do atual momento, temos perspectivas de crescimento”, avalia.

Além do apoio à vida financeira, Daniel revela que a Fé também o ajudou a superar a morte do irmão mais velho, há oito anos. “A dor da perda foi muito grande, mas a Fé me deu forças para seguir em frente e consolar outros familiares”, diz. Daniel destaca que a Fé está em primeiro lugar na vida dele e da esposa, Stéphanie, de 33 anos. “Independentemente das dificuldades, nossa luta diária é para honrar e servir a Deus. Nosso foco está na Salvação”, finaliza.

Traumas
Sintia Ferreira Muniz, (foto abaixo) de 48 anos, de Salvador, detalha que perdeu parte da infância depois de ter sofrido um abuso. “Fui abusada aos 10 anos por uma pessoa próxima e não contei nada para ninguém. Acabei crescendo com aquela mágoa dentro de mim”, lembra.

Apesar do sofrimento, Sintia explica que encontrava apoio no pai. “Meu pai era meu super-herói, a segurança que eu tinha na vida. Eu nunca contei sobre o abuso para ele, mas me sentia segura a seu lado.”

Ela afirma que conseguiu disfarçar os problemas provocados pelo abuso durante muitos anos, mas uma situação inesperada acabou reativando os traumas do passado. “Quando meu pai morreu, senti uma dor muito grande. Para tentar preencher aquele buraco, comecei a fazer tudo o que era errado. Usei maconha, bebia, saía com vários homens. Eu sentia muito ódio, me sentia imunda.”

Sintia revela que perdeu a vontade de viver. “Um dia, eu decidi que iria tirar a minha própria vida na varanda do meu apartamento, mas não encontrei a chave. Eu estava procurando a chave, quando liguei a TV sem querer e um pastor estava falando para eu não me matar. Naquele momento, me ajoelhei e pedi ajuda a Deus.”

Aprendendo a perdoar
Ela conta que começou a frequentar as reuniões da Universal. “Aos poucos, aprendi a usar a Fé e tomei a decisão de seguir a Palavra de Deus. Foi assim que abandonei as más amizades, o álcool, a maconha e as atitudes erradas. Por meio do meu encontro com Deus, perdoei a pessoa que cometeu o abuso, pedi perdão e superei a dor que eu sentia.”

Segundo Sintia, a perda do pai a levou a buscar a Deus, o que contribuiu para que ela vencesse as dificuldades que a acompanhavam desde a infância. “A morte do meu pai foi a maior dor que já senti, mas foi por meio dela que encontrei o maior amor da minha vida. Meu pai físico foi embora e sinto saudades dele, mas hoje tenho a certeza de que Deus que é pai, ouve e responde. Não me sinto mais sozinha”, diz.

Ela acrescenta que a vida profissional e a amorosa também ganharam um novo rumo. “Depois que fortaleci minha Fé, comecei a trabalhar e organizei minha vida. Hoje sou uma mulher feliz e busco minha Salvação diariamente. Além disso, estou noiva”, conclui ela, que deve se casar em breve.

Força e coragem
Diante das perdas inerentes à vida, a Palavra de Deus pode oferecer conforto e alternativas para seguir em frente, conforme esclareceu o Bispo Edir Macedo durante uma transmissão ao vivo pela internet realizada em 18 de abril. Entretanto, para que a Fé possa entrar em ação, a atitude da pessoa precisa ser de humildade e confiança diante de Deus. “Às vezes a oração não é respondida porque você não esboça confiança, você não tem certeza de que Deus pode fazer tudo”, alertou. “Nossa palavra precisa ser absolutamente sincera, franca, para que Ele venha a responder de acordo com a necessidade da pessoa”, completou.

Mesmo diante das incertezas trazidas pela pandemia do novo coronavírus, o Bispo Macedo destacou que a Fé deve continuar sendo fortalecida. “Se você crê, Ele é contigo. Deus é grande e conosco”, disse.

Durante a Escola da Fé Inteligente, em 22 de abril, o Bispo Macedo ainda destacou a importância de manter o foco na Salvação. Segundo ele, o exercício diário da Fé é fundamental. “Não existe férias de Jesus. A Fé não entra em quarentena. A Fé é como o oxigênio, se você não respirar você morre. Você tem que estar na justiça 24 horas por dia sem cessar”, ensinou.

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Colaborador

Rê Campbell / Fotos: Arquivo pessoal e cedidas