Enfrentar ou fugir?

A forma como você lida com os seus maiores problemas determina o prosseguimento ou a resolução deles. Veja qual é a atitude que você deve tomar e como é possível praticá-la

Imagem de capa - Enfrentar ou fugir?

Ao se deparar com problemas que parecem impossíveis de resolver, muitas pessoas se sentem pequenas e incapazes. Isso acontece quando surge uma doença considerada incurável, uma dívida vista como impagável, se o casamento fica à beira da separação, entre outros problemas considerados “gigantes”. Naturalmente, essas pessoas se amedrontam diante deles e não reagem.

A pessoa que age dessa forma pode até acreditar em Deus, mas o medo dos riscos a trava e, em vez de ir à luta, ela foge. Foi o que aconteceu com o povo de Israel quando precisou tomar uma decisão diante de Golias, um gigante do Exército filisteu. Ele fez o desafio que ao menos um homem lutasse contra ele, mas ninguém se candidatou, pois a condição que ele estabeleceu foi de que quem perdesse a batalha colocaria todo o povo como escravo. Essa ameaça funcionou, pois os israelitas ficaram 40 dias fugindo dele, como relatado em 1 Samuel 17.3-16. O gigante, por sua vez, por ver que ninguém o confrontava, avançava cada vez mais diante de Israel, como descrito em 1 Samuel 17.23-25:

E, estando ele ainda falando com eles, eis que vinha subindo do exército dos filisteus o homem guerreiro, cujo nome era Golias, o filisteu de Gate; e falou conforme àquelas palavras, e Davi as ouviu. Porém todos os homens em Israel, vendo aquele homem, fugiram de diante dele, e temiam grandemente. E diziam os homens de Israel: Vistes aquele homem que subiu? Pois subiu para afrontar a Israel (…)”.

O mesmo acontece com muitas pessoas: elas não reagem diante de uma afronta, como vícios, doenças, miséria, entre outros, e, consequentemente, os veem avançar em sua direção. Muitas, inclusive, veem avançar as afrontas impostas por meio de ideologias, valores e princípios que visam destruir o que é considerado saudável à sociedade e as ignoram. Dessa forma, projetos nocivos à sociedade que não foram confrontados a tempo acabam virando leis e, quando isso acontece, só lhes resta obedecê-las.

Mas quem é como Davi reage ao primeiro sinal da afronta e impede que ela avance. Em vez dessa pessoa ignorar as ameaças, ela vai para a batalha para confrontar os “gigantes” que ameaçam sua vida, sua família e também a sociedade e, neste caso, uma das ferramentas importantes que podem ser usadas, além de manifestar a Fé, é o voto, e, quando se escolhe criteriosamente, dá-lo a representantes políticos que impedirão que essas afrontas possam avançar. Agindo assim, a pessoa faz como Davi, um jovem pastor de ovelhas que foi para o combate com a certeza de que venceria e prevaleceu, conforme está descrito em 1 Samuel 17.49-50.

No programa Inteligência e Fé, da Rede Aleluia de rádio, o Bispo Renato Cardoso (foto abaixo) observou que uma pessoa só vence os problemas se não focar no tamanho deles: “a Bíblia nos ensina a não sermos guiados pelo que vemos. É difícil, há um conflito enorme, pois seus olhos mostram algo diferente do que você quer, mas quem vive a fé vive pelo invisível e crê no invisível”.

Ele destacou que Davi enfrentou Golias certo da vitória porque não considerava que estava sozinho e que devemos nos espelhar nele. “Essa é a atitude que nos faz enfrentar os problemas que parecem ser ‘gigantes’: a de saber que Aquele que está dentro de nós é maior do que o que está do lado de fora. Essa foi a Fé de Davi. Ele não correu, não fugiu, mas enfrentou Golias e os inimigos de Israel durante toda a sua vida e por isso foi vitorioso”, afirmou.
“Aquele diagnóstico de morte foi um ‘gigante’”

No Rio de Janeiro vive a cabeleireira Susana da Silva França, (foto abaixo) de 52 anos. Ela conta que, em setembro de 2015, apresentou alguns sintomas que a fizeram buscar ajuda médica, como dores abdominais, urina escura, vômitos e desmaios. Ela declara que, no hospital particular onde foi atendida, recebeu apenas medicação para aliviar as dores e que a causa não foi investigada a fundo para ser de fato tratada. Por isso, ela retornou outras vezes à unidade de saúde por alguns dias e seu estado foi se agravando.

“Me olhando no espelho, vi que estava com icterícia (pele amarelada) e, a cada exame de sangue que realizava, a quantidade de leucócitos estava mais alterada. Eram 20 mil e fui informada por uma médica que, em uma pessoa saudável, não passam de 11 mil. Eu sentia tanto mal-estar e dor que não estava conseguindo mais permanecer em pé”, detalha.

Com o agravamento do problema, ela foi levada às pressas pela filha para outro hospital, onde foi internada e diagnosticada com um quadro de pancreatite aguda e sepse (infecção generalizada), uma condição de risco de morte que surge como resposta do corpo a uma infecção em um determinado órgão e danifica os tecidos e outras partes do organismo. “Nesse hospital, um médico perguntou se eu era alcoólatra ou se eu fumava porque o meu pâncreas estava muito comprometido e eu respondi que não. Quando ele disse que pelo meu estado não me restava muito tempo de vida, eu respondi que o problema estava nas mãos de Deus. Aquele diagnóstico de morte foi um ‘gigante’”, salienta.

Susana já frequentava a Universal, onde aprendeu a depositar sua Fé e confiança em Deus, e revela que, ao ouvir do médico que morreria, ela pensou que poderia ter se entregado à doença, aceitado aquela sentença dele e se baseado no que seus olhos viam, mas decidiu confiar no invisível, ou seja, na cura que viria pelo Poder de Deus. “Eu orei pedindo para que Deus me sustentasse, me acalmei e permaneci em espírito de oração. Quando vinham palavras negativas na minha mente, eu não me abalava. Se eu partisse, eu estava segura da minha Salvação, mas confiei que não perderia para aquela infecção e coloquei a minha fé e a minha dependência em Deus. Então, recebi paz”, afirma.

Em uma semana de internação, Susana emagreceu mais de 11 quilos. Em razão da pancreatite, ela não podia comer nem ingerir líquidos e, por isso, foi mantida com soro e antibiótico injetado na veia. No sétimo dia de hospitalização, depois de apresentar uma melhora repentina e reagir bem aos medicamentos, ela recebeu alta médica.

Susana conta o que aquele momento representou para ela: “para quem estava para morrer, foi uma alegria receber alta e a recomendação de seguir uma dieta líquida por alguns dias e depois uma pastosa, até voltar a comer normalmente.

Os médicos ficaram admirados com a minha recuperação e sei que ela foi decorrência da ação de Deus em meu favor. No hospital venci um ‘gigante’, quando fui totalmente curada”, finaliza.

O casamento virou até caso de polícia
O autônomo Elder Franco Gomes, (foto abaixo) de 39 anos, e sua esposa, a conselheira tutelar Adriana de Souza Araújo Gomes, de 35 anos, vivem no município de Candeias do Jamari, em Rondônia. Eles se conheceram em 2006 e tiveram um breve relacionamento de cerca de três meses. Na época, Adriana engravidou, mas, por não querer o compromisso de se casar, acabou se mudando para a capital do Estado, Porto Velho, e ali deu à luz a filha do casal.

Passados alguns anos, Elder se casou e teve outra filha. Porém, com o passar do tempo, o casamento chegou ao fim. Adriana também teve outro relacionamento, que também foi malsucedido e, em razão disso, em 2011, ela retornou com a filha para sua cidade natal e reencontrou Elder. Com isso, o sentimento do passado se reacendeu e, depois de algumas conversas, eles decidiram morar juntos.

Elder relata a alegria que sentiam no início da relação, mas a realidade se impôs: “era como um mar de rosas, mas durou pouco, pois logo as brigas começaram. Eu me envolvia com outras mulheres e diariamente nos agredíamos verbal e até fisicamente, a ponto de quebrarmos objetos dentro de casa. Teve uma vez que ela machucou meu rosto com um controle remoto. Eu até chamei a polícia e pedi que a tirassem de casa. Nos amávamos, mas não conseguíamos viver em paz, pois parecia que um ‘gigante’ impedia nossa felicidade amorosa”.

Adriana conta que, em razão das brigas, o cigarro e as bebidas alcoólicas eram seu refúgio. No entanto, quando estava alcoolizada, os conflitos se intensificavam. Ela lembra que eles tinham o hábito de anotar em um caderno os pontos em que cada um precisava mudar no comportamento, contudo as anotações não saíam do papel. “Eu queria a atenção dele, mas não o respeitava nem diante de outras pessoas. Eu era muito geniosa”, expõe.

Elder se recorda que, certa vez, a filha do segundo relacionamento dele foi passar um tempo em sua casa e que ela e a outra filha do casal passaram a brigar. Isso aumentava ainda mais os desentendimentos entre o casal e o relacionamento ficou insustentável. Dessa forma, Adriana e Elder decidiram se separar mais uma vez. “Tomávamos as dores delas e brigávamos ainda mais, até que não suportamos e nos separamos. A nossa casa era como o próprio inferno”, destaca Elder.

Até que a mãe de Elder, que já frequentava a Universal, o convidou para participar de uma reunião. Na igreja, ele ouviu uma mensagem que chamou sua atenção, conforme lembra: “em um domingo, o pastor disse: ‘até quando você vai deixar esse problema o afrontar e dizer que você não tem capacidade de vencê-lo?’ Aquilo me despertou, pois já era o meu terceiro relacionamento que estava chegando ao fim. Então, não aceitei perdê-lo e decidi lutar com as armas da Fé pelo meu casamento”.

Elder ressalta que quando ele procurou Adriana e decidiram recomeçar fazia seis meses que eles estavam separados e que o processo do divórcio já estava quase concluído. Juntos, eles passaram a frequentar a Universal e focaram em buscar a mudança interior. “Nos firmamos nas correntes e entendemos o que estava por trás daquele problema que enfrentávamos na vida amorosa. Assim como Davi, não aceitamos e fomos para cima dele. Depois, passamos a buscar o Espírito Santo. Quando O recebi, uma enorme paz passou a habitar em mim”, afirma Elder.

Adriana também compartilha como obteve a verdadeira mudança: “em frente ao Altar, eu não pedi pelo meu casamento, mas falei para Deus que não queria mais ser como eu era: arrogante, geniosa e que não levava desaforo para casa.

Fui sincera com Deus e recebi Seu precioso Espírito. A mudança no meu interior refletiu em todas as áreas”.

Foi assim que o casal construiu um relacionamento saudável. Primeiro, eles venceram os problemas internos – o “gigante” – e depois receberam o Espírito Santo, que é a garantia de uma vida de paz interior, mesmo que no exterior existam guerras. Hoje, o casamento deles é marcado pelo diálogo, pela compreensão e harmonia. “Hoje o meu maior prazer é estar em casa, ao lado da minha esposa e da minha filha. Sou um novo Elder e, graças ao Espírito Santo, temos paz e, assim, vencemos por meio da Fé qualquer ‘gigante’ que possa aparecer”, conclui.

A fuga com as drogas
A designer gráfico Dini Batista, (foto abaixo) de 25 anos, reside em Manaus, no Amazonas, e conta que cresceu em um lar desestruturado: “minha infância foi conturbada. Meu pai bebia e usava drogas e minha mãe trabalhava para manter a família.

Passamos um período muito difícil quando meu irmão se envolveu com o tráfico e minha mãe precisou vender a casa onde morávamos. Meu irmão e eu brigávamos muito. Ele era agressivo e por isso eu nutria mágoa dele”, diz.

Os pais dela se separaram e ela foi morar com o pai e o irmão. Ela lembra que nessa época o pai bebia todos os dias e que algumas vezes levava mulheres para dentro da própria casa. Por se sentir desorientada, Dini enveredou também no mundo das drogas. “Aos 15 anos, passei a beber e a usar drogas. Eu saía todos os dias e me relacionava com homens e mulheres. Eu queria fugir da minha realidade e, para isso, tentei de tudo: festas, raves, boates. Ali eu me entregava, mas, quando chegava em casa, a realidade era ver a mim e a minha família
destruídas”, enfatiza.

Ela declara que boa parte do seu salário era destinada à compra de drogas e que, embora desejasse enfrentar os problemas sóbria, se sabotava e voltava a consumi-las. Até que uma reviravolta ocorreu na família: “meu pai foi viver com uma mulher e minha mãe, que tinha se firmado na fé na Universal, retornou para a nossa casa. Nessa época, meu pai sofreu um derrame cerebral, a sua companheira o abandonou no hospital e tivemos que cuidar dele. Ele precisou amputar as pernas e, por isso, voltou a morar conosco”, relembra.

Dini passou a ter de resolver os problemas de rotina do pai e, sobrecarregada, aumentou o uso de drogas e decidiu se mudar de casa. “Eu tinha muita insônia e acordava e dormia chorando. Depois de alguns desentendimentos, deixei para trás meu pai, minha família e meu emprego e fui morar com um amigo.

Nos primeiros meses, tive vários surtos de pânico, muita perturbação mental, pensamentos de suicídio e adoeci”, revela.

Em 2018, a mãe de Dini, ao ver o estado da filha, a convidou para uma reunião na Universal e, na primeira vez em que ela participou, já conseguiu dormir. Ela continuou frequentando as reuniões, se libertou dos vícios e da mágoa e, depois de oito meses distante dos pais, voltou a morar com eles. “Pela primeira vez eu tive forças de enfrentar os problemas, porque eu já tinha tentado de tudo e não conseguia vencê-los. Pedi perdão aos que eu tinha magoado, me perdoei também e abandonei tudo: drogas, bebidas, más amizades e relacionamentos. Também me batizei nas águas em busca de uma nova
vida”, revela.

Dini diz que com a mesma força que mergulhava nas drogas passou a mergulhar nas coisas de Deus e, assim, alcançou seu bem maior: “eu me entreguei totalmente e recebi o Espírito Santo, que é a minha força e a minha única dependência. Ele não me deixa olhar para o tamanho do ‘gigante’ e me dá a segurança de que vencerei qualquer problema. Hoje sou livre e feliz”. Ela diz ainda que a paz em seu interior se estendeu a sua família toda, que hoje é unida.

Como vencer?
Sempre aparecerão grandes problemas em nossa vida, mas eles se tornam pequenos diante do Altíssimo. Então, se Ele estiver à frente de suas batalhas, quem poderá vencê-lo? Entretanto, para que isso aconteça, é preciso fazer uma aliança com Ele. Em vez de continuar olhando para o tamanho daquilo que o amedronta, invista em uma relação com Deus. Assim, você contemplará a grandeza dEle por meio de grandes vitórias.

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Colaborador

Kelly Lopes / Fotos: Mônica Quintanilha, Demetrio Koch, Mídia FJU Rondônia, Midia FJU/Amazonas