Escárnio e vilipêndio à fé de milhões de brasileiros

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O grupo de humor Porta dos Fundos lançou seu especial de Natal, no dia 3 de dezembro, pela Netflix. A produção é uma parceria das duas empresas e tem como único foco atacar cristãos em sua fé. A começar pelo título do filme, que é A Primeira Tentação de Cristo.

No programa, o Senhor Jesus é retratado como um adolescente indeciso em relação à Sua missão na Terra. Ele usa drogas, tem um relacionamento homossexual com o diabo e acredita que Deus é seu tio. Deus, por sua vez, é encenado como alguém arrogante e debochado, que despreza José e tem um romance extraconjugal com Maria. Já Maria é retratada como promíscua e interesseira. Ao redor desses personagens centrais estão bêbados, vadios e gulosos. Em todo o filme são exibidas cenas de promiscuidade e violência verbal. Um desrespeito tão grande com a fé cristã que despertou revolta em pessoas de diversas religiões.

Atacar a fé alheia é crime
Desde o lançamento do filme, representantes de diversas religiões têm cancelado sua assinatura da Netflix. Um deles é o deputado federal Julio Cesar Ribeiro (Republicanos). “Eu estou cancelando hoje a minha assinatura da Netflix por conta deste especial de final de ano”, afirma ele em vídeo publicado nas redes sociais. “É uma chacota à fé dos evangélicos, à fé dos católicos. Então, nós precisamos dar um basta”.

Conforme explica o deputado estadual Altair Moraes (Republicanos), essa é “uma encenação ridícula e que leva aos lares, justamente no Natal, uma carnalidade inventada que distorce a biografia cristã. Assim, ao retirar o valor espiritual da sagrada concepção e tratar com desdém a trajetória do Cristo, o filme comete vilipêndio público de ato ou objeto de culto religioso, o que é crime de acordo com o artigo 208, do Código Penal”.

De acordo com a legislação brasileira, é crime “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”. Ou seja, essa agressão ao cristianismo é um crime previsto na Constituição brasileira que pode render multa ou prisão de até um ano.

Ataques recorrentes e zombaria
Essa não é a primeira vez que o grupo Porta dos Fundos e a Netflix atacam a fé cristã. Em 2018, também no especial de Natal, as empresas lançaram o filme Se Beber, Não Ceie. Na produção, o Senhor Jesus e todos os apóstolos – com exceção de Judas – são retratados como bêbados promíscuos e mentirosos.

“Isso é uma ofensa à fé de católicos, evangélicos, de cristãos, pois faz chacota de Cristo”, explica o deputado Moraes. “Isso não se deu ao acaso, isso foi intencional para polemizar e ter audiência. Não vou permitir que a fé cristã seja reduzida a pano de chão por quem não sabe fazer humor e só entende de desrespeito e ironia. Por isso, já oficiei as autoridades para instauração de inquérito criminal contra os responsáveis e não permitirei que isso passe impune.”

Além da denúncia realizada pelo deputado Moraes e por outros deputados, há também uma petição on-line para que a Netflix tire do ar a sátira de Natal. O objetivo era alcançar 500 mil assinaturas. Entretanto a revolta da população é tão grande que até o fechamento desta edição a petição já tinha 546.654 assinantes.

A empresa Porta dos Fundos, em suas redes sociais, afirmou que “comemora o sucesso de mais uma criação de Deus: nosso especial de Natal na Netflix, A Primeira Tentação de Cristo, continua cada vez mais poderosíssimo”.

À imprensa, a Netflix declarou que “valoriza e aprova a liberdade criativa dos artistas com quem trabalha e reconhece também que nem todas as pessoas vão gostar desse conteúdo”.

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Colaborador

Redação / Foto: Getty Images