Escola é alvo de investigação após compartilhar vídeo contra ideologia de gênero

O diretor do colégio, que fica em Belo Horizonte (MG), terá de se apresentar ao Ministério Público. Entenda

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O Colégio Batista Getsêmani, em Belo Horizonte, Minas Gerais, está sendo alvo de um inquérito, movido pelo Ministério Público, por ter publicado um vídeo em suas redes sociais em que crianças falam contra a ideologia de gênero. 

Segundo o Ministério Público, os responsáveis pela escola serão intimados para depor, a fim de que seja identificado se há a possibilidade de propor uma medida reparatória. Além disso, a Promotoria de Defesa da Infância e da Juventude também deve ser acionada para verificar se alguma ação deve ser tomada. 

O diretor da escola, Jorge Linhares, afirmou que o vídeo não foi produzido por eles e que a instituição de ensino se baseia nos ensinamentos cristãos.

“Nós demos uma resposta como instituição cristã, que tem por base a Bíblia Sagrada. A nossa escola toda gira em torno de ensinamentos em prol da família”, afirmou.

No vídeo, as crianças diziam: “Está se falando muito por aí sobre a ideologia de gênero. Essa ideologia diz que ninguém nasce homem ou mulher. Ela diz que você é livre para escolher o que quiser. Isso mesmo, ela quer confundir você dizendo que meninos podem ser meninas e meninas podem ser meninos, mas isso está errado pois, com isso, eles querem, confundir também, a nossa fé.”

A Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB, no entanto, entendeu que a fala, baseada na fé, pode ser um “discurso de ódio’ e também deve analisar as medidas que deverão ser tomadas contra o colégio. 

“Me parece que isso resvala de um discurso religioso para um discurso de ódio. A comissão vai se reunir e ver quais medidas podem ser tomadas, desde uma ação cível, uma ação civil pública, por exemplo, de danos morais coletivos até, eventualmente, fazer uma denúncia ao Ministério Público para eventual ação penal de racismo”, disse Alexandre Bahia, presidente da Comissão.

Entenda

O vídeo foi publicado como uma forma de resposta à peça publicitária que a rede de fast food, Burger King, veiculou recentemente, utilizando crianças falando sobre questões LGBTQIA+.

Saiba mais sobre o assunto, clicando aqui.

Contudo, não foi apenas a escola que se manifestou contra a peça. O comercial da rede foi amplamente questionado e criticado por especialistas e internautas, por utilizar crianças em um assunto adulto.

O economista Rodrigo Constantino destacou, em uma participação no programa “Fala que Eu Te Escuto”, que “a ideologia de gênero é uma aberração científica”.

“Homem nasce homem e mulher nasce mulher. Mas, eis que esse pessoal resolveu que tudo isso é subjetivo e existem dezenas de gêneros. E que se você se sente do sexo oposto, então, você é do sexo oposto. Não se pode nem mesmo falar mais em transtorno, como constava no DSM. Pois isso, já é politicamente incorreto e ofensivo”, disse Constantino.

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Colaborador

Rafaela Dias / Foto: Divulgação