Estágio pode ser a sua entrada no mercado de trabalho
Ofertas de vagas devem crescer 11% até o final do ano. Saiba como agir para abrir essa porta
Buscar uma graduação não é garantia de entrada no mercado de trabalho. Contudo, quando se está cursando uma faculdade, uma das formas mais conhecidas de inserção nas empresas é o estágio. Segundo o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), as ofertas de estágio devem crescer 11% até o final deste ano. O índice faz parte do balanço do primeiro trimestre deste ano, que soma 156,2 mil estagiários contratados de janeiro a março, ante 153,8 mil no mesmo período de 2023. Apesar da disponibilidade de vagas, a inexperiência e a falta de preparo e de foco contribuem, muitas vezes, para que o candidato não seja contratado. Como mudar isso?
Para Cassiana Guimarães, especialista em recursos humanos (RH) e analista de RH na empresa Fluzão Construção, é preciso saber que a lei do estagiário não estabelece idade mínima ou máxima para estagiar. “Basta estar matriculado em alguma faculdade e procurar um estágio de acordo com a sua área de estudo. Contudo, no Brasil, não é permitido que jovens com menos de 16 anos trabalhem, a não ser como jovem aprendiz. O ideal é que a pessoa tenha de 16 anos para cima e esteja cursando o ensino médio, técnico ou em faculdade. É possível se candidatar mesmo que o estudante esteja no primeiro período da faculdade, mas vale procurar a partir do terceiro semestre, porque aí ele já tem uma noção mais teórica da profissão que quer seguir”, avalia.
Segundo ela, existem diversas formas de procurar vagas em áreas privadas e públicas. “A maneira mais fácil de encontrar oportunidades em instituições públicas, por exemplo, é fazendo o cadastro na plataforma do CIEE. O estágio em órgãos públicos é uma excelente oportunidade para estudantes que desejam seguir a carreira pública e essa experiência permite uma vivência prática no ambiente do órgão ou da entidade, além do
networking, pois há troca de experiência com outros servidores”, analisa.
Para Daniel Brayer, sócio-fundador e CEO da B2HR, consultoria especializada em inteligência de gestão de pessoas e remuneração estratégica, o contato com docentes pode ajudar na indicação para vagas. “É importante conversar com os professores e ter um bom networking. Os alunos que vão bem nas matérias, em geral, têm um acesso um pouco mais facilitado a eles. Fale com o professor: ‘eu gostei tanto da sua matéria, como é que eu aplico isso no dia a dia? Em que tipo de empresa eu consigo aplicar esse conhecimento que eu tive aqui, me indica algum lugar?’”, sugere.
Brayer afirma que o currículo é uma peça importante na busca por estágio: “o currículo tem que ser muito direto. Quem recebe o material sabe que a pessoa nunca teve uma experiência, então, não adianta ficar enchendo de coisas que não fazem sentido. O ideal é conseguir alinhar o que você quer com o que a empresa permite. As questões de valores pessoais, quais são os seus principais hobbies, o que gosta de estudar e, se você teve alguma experiência em algum tipo de projeto, ambiental, social, educacional, é importante mencionar isso e colocar o resultado obtido ou o objetivo daquele projeto”.
Cassiana orienta que o candidato busque vagas com as quais esteja alinhado. “Se o recrutador, por exemplo, quer uma pessoa que tenha inglês e você não tem, não coloque no currículo porque, se por um acaso, for chamado para aquela entrevista você vai passar vergonha se pedirem para você falar inglês e você não souber. Se a empresa quer um candidato que tenha Excel avançado e você não tem nem o básico, não é legal mentir porque eles podem fazer um teste prático também”, exemplifica.
Entretanto há caminhos para que os candidatos enfrentem sua inexperiência. “As empresas estão muito atentas às habilidades que eles possuem. Elas valorizam pessoas que estão abertas ao aprendizado. O estágio é feito para isso. Os recrutadores estão procurando profissionais que sejam resilientes desde o início da carreira. É possível desenvolver a técnica dentro da empresa na maioria das vezes, mas a resiliência, a comunicação, a vontade de aprender continuamente e a habilidade de ouvir e se posicionar são competências fundamentais que as empresas em geral procuram no estagiário”, observa Brayer.
Cassiana ainda aconselha o candidato a verificar se possui todos os documentos em ordem, como o certificado de reservista e a carteira de trabalho. “Quem está procurando estágio deve ser totalmente proativo ao conquistar a vaga. Tenha boa vontade e não se limite a fazer aquilo para o qual foi contratado para fazer. Você se destaca na medida do que você faz e porque os outros não estão fazendo. Se você quer crescer, tire da cabeça, por exemplo, que se o estágio pagar pouco, você vai fazer pouco. Você precisa se dedicar o máximo que consegue para obter bom resultado”, finaliza.
Oriente-se com a ajuda da fé
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