“Eu achei que seria impossível Deus me aceitar”
Saiba como Maria Aparecida Zambão desistiu do suicídio e conquistou a plenitude de vida
É comum ver a supervisora de contact center Maria Aparecida do Amazonas Zambão, de 47 anos, com um sorriso no rosto, mas ela conta que nem sempre foi assim. Ela cresceu em Salvador (BA) e com os nove irmãos conviveu com brigas e agressões físicas em razão do vício do pai, que era alcoólatra. Para se livrar daquele cenário, ela saiu de casa muito cedo: “chegou um momento da minha vida que eu não aguentava mais sofrer e, aos 14 anos, me envolvi com uma pessoa só para sair de casa. Aos 19 anos, engravidei e tive minha filha. Quando ela tinha um ano, me separei e ali meu mundo acabou”.
Maria Aparecida se mudou com a filha para São Paulo e passou a frequentar a Universal. Ela se lembrava que, na infância, ia esporadicamente às reuniões com a irmã mais velha e, ao chegar à capital paulista, outra irmã a convidou para ir à Casa do Altíssimo. “Fui me envolvendo com as coisas de Deus. Um ano depois, eu já era obreira, mas me faltava o principal, que era o Espírito Santo. Na época, eu não tinha me dado conta disso e, depois de sete anos, saí da Obra e me afastei”, relata Maria Aparecida.
Os vícios e uma bomba
Ela afirma que no primeiro ano do afastamento de Deus parecia que tudo ia bem, mas após dois anos estava bebendo, fumando, em noitadas e se relacionando com homens e mulheres. “Nenhum relacionamento dava certo. Eu era traída ou traía. Passei a me envolver com homens casados e, para suprir minha carência, me envolvi com homem e mulher ao mesmo tempo. Quando estava rodeada de amigos, eu parecia feliz, mas, quando chegava em casa, tinha medo e me afundava cada vez mais nos vícios. Cheguei a fumar dois maços de cigarro por dia. Eu bebia todas as noites porque não tinha sono e, com medo, deixava a luz acesa, pois, quando a apagava, eu sentia que alguém vinha para me sufocar. Me tornei muito agressiva e vivia metida em confusão”, detalha.
Ela conta que certa vez, na volta do trabalho, ao sair do metrô, uma passageira a questionou se ela não sabia qual era o lado do desembarque. “Aquilo foi suficiente para que eu pegasse a cabeça dela e batesse no ferro até ver o sangue descer e que alguém me tirasse de cima dela. Eu era uma bomba que explodia a qualquer momento.”
A queda do oitavo andar
Depois que sua filha se casou e saiu de casa, ela não viu mais razão para viver e passou a planejar seu suicídio. Ela morava no mesmo prédio em que uma de suas irmãs tinha se jogado do décimo andar. Maria Aparecida acreditava que só havia uma solução para ela: a queda do oitavo andar. “O diabo tinha colocado na minha cabeça que não havia mais jeito para mim. Passei a pensar que a morte me traria paz e que, assim como minha irmã, eu também conseguiria”, afirma.
Ela diz que, além do suicídio da irmã, já tinha passado por outros fatos traumatizantes: o pai foi assassinado na frente dela com um tiro na garganta e a mãe faleceu doente ao seu lado. “Minha maior dor era lembrar que eu tinha servido a Deus no passado e que quando minha mãe adoeceu não pude fazer nada por ela. Nos 12 anos em que fiquei afastada da Universal muitos acontecimentos me fizeram pensar que não havia solução para a minha vida”, declara.
Foi com esses pensamentos que ela cortou parte da tela de proteção do apartamento e estava decidida a se atirar quando a irmã a avistou e correu para impedir o pior. “Quando chegou no apartamento, ela disse: ‘vamos à Universal’. Era um sábado à noite e eu já tinha bebido muito. No domingo, ela bateu no meu apartamento e falei que não iria. Ela me deu as costas e fui correndo atrás dela”, lembra.
Conhecendo a solução
Foi nesse estado que, em 2014, Maria Aparecida chegou na Universal. Ela confessa que estava decidida a não voltar para casa se não se libertasse da tristeza que sentia e que se jogaria debaixo do primeiro carro que visse, mas ouviu uma palavra do pastor que abriu seus olhos. “Ele leu uma passagem bíblica que diz que nada pode separar do amor de Deus aquele que O conhece (Romanos 8.38-39). Eu achava que no passado O havia conhecido, mas entendi que não. Passei pelo Altar aquele dia e desci diferente, leve. Entendi que precisava conhecer a Deus”, diz.
Ela perseverou nas reuniões de libertação, realizadas às sextas-feiras, e foi se sentindo cada vez melhor. Ela se libertou do desejo de fumar, de beber e de cometer suicídio, foi batizada nas águas e queria mais do que tudo receber o Espírito de Deus em sua vida. “Quando isso aconteceu, senti uma paz e uma alegria imensas. Entendi que nada me afastaria de Deus e que, se um dia eu O deixei, foi porque não O tive, caso contrário jamais O teria deixado. Naquele dia senti o abraço de Deus, que me chamou de filha. Como pode um Deus tão grande habitar no ser tão pequeno que eu sou?”, questiona.
Ela diz a que conclusão chegou: “Deus trabalhou de forma tremenda. Ele me deu um casamento feliz, reconstruiu minha vida e hoje tenho paz, não tenho medo do escuro, não preciso beber para esquecer os problemas nem de cigarro para apagar a ansiedade. Sou feliz porque minha alegria vem de dentro, vem de Deus. Sirvo como obreira e faço parte do grupo Socioeducativo. Nunca pensei que Deus me aceitaria por causa de tudo que fiz no passado, mas Ele me aceitou e me fez feliz.”