Neila dos Santos Costa tem 31 anos e é auxiliar de creche em Salvador, na Bahia. Nascida na periferia da capital baiana, sua condição social e sua origem humilde apontavam, na adolescência, que sua vida trilharia um caminho no mundo das drogas. “Eu tinha 13 anos e via meu já falecido irmão vendendo drogas. Eu queria experimentar aquilo. Quando minha mãe me dava dinheiro, eu comprava maconha, dava para o meu outro irmão mais novo, que eu influenciei também a usar a droga, e nós dois fumávamos”, conta.

Apesar de não vender drogas, ela chegou a se envolver com o crime. “Eu fazia ‘aviãozinho’: pegava uma arma, botava dentro da roupa e levava para o mato para entregar para uma pessoa lá. Tinha que ter cuidado para não topar com a polícia porque, se eu perdesse a arma, a responsabilidade era minha e eu seria cobrada”, diz.

Ela revela que, às vezes, também roubava o dinheiro do irmão mais velho para poder comprar cocaína: “experimentei essa droga pela primeira vez em um bar com amigas, depois que uma colega a apresentou para mim. Eu vivia a noite toda nas baladas e só chegava de manhã em casa.

Muitas vezes, meu pai queria me bater, mas minha mãe não deixava. Eu andava na vida errada, mas, quando botava a cabeça no travesseiro, via que era tudo emoção, que eu estava fazendo aquilo para preencher um vazio no meu interior, mas não o preenchia”, pondera.

Neila conta que vários pensamentos vinham à sua cabeça nesses momentos: “eu via que era o próprio Deus falando comigo: ‘essa vida que você está levando não é o que Eu quero para você’. Depois disso, uma moça que costumava visitar minha casa me convidou para ir à Universal. Deus a usou para me salvar”.

Ela começou a ir à Igreja e pediu a Deus para ter o Espírito dEle. “Não adiantava eu simplesmente me batizar nas águas e não ter o Espírito Santo. Eu O recebi em uma concentração na Catedral. Foi um momento em que eu estava buscando a Deus e veio um gozo, uma alegria, e tive certeza de que estava feliz por ter recebido o Espírito Santo. Eu queria sair dali e falar de Jesus para todas as pessoas”, lembra.

A dádiva recebida por Neila também a livrou dos vícios e preencheu o vazio que ela sentia. “É possível que uma pessoa se livre dos vícios se ela beber da mesma fonte que eu bebi, a fonte do Espírito Santo de Deus. Assim como eu consegui sair, outras pessoas conseguem, basta querer e decidir ir até o Senhor Jesus. Ele faz a parte dEle e a gente faz a nossa parte servindo a Deus. Pela misericórdia de Deus, sou obreira e vou servir a Deus pelo resto da minha vida”, conclui.