“Eu era a mãe do crack”

Miriam obrigava as filhas a irem comprar droga para ela na boca de fumo

Imagem de capa - “Eu era a mãe do crack”

Estamos habituados a ver testemunhos de mães que lutaram por suas filhas, mas no caso de Miriam Pereira e Fabiana Pereira, mãe e filha, os papéis se inverteram.

Situação geral:

Após a morte do marido, Miriam se viu completamente perdida e sem condições financeiras para pagar aluguel sozinha e sustentar os filhos. Então, a saída foi ir morar na casa da irmã em uma comunidade. O que ela não esperava é que a própria irmã lhe apresentaria para o crack. “A primeira vez que eu coloquei o crack na boca eu me perdi”, conta.

Miriam chegou ao ponto de tirar um pacote de 5kg de arroz para trocar pela droga. “Era eu que dava trabalho para meus filhos, eu que deixava meus filhos sozinhos, eles passaram fome por minha causa, porque eu era a mãe do crack, eu é que usava drogas”, lamenta.

Papéis invertidos:

A filha, Fabiana, por sua vez, se viu obrigada a fazer o papel da mãe.

  • “Eu tive que me tornar madura muito cedo porque tive que começar a trabalhar para tentar trazer um pouco de alimento para casa. Eu tinha que ir na boca de fumo para comprar a droga fiado e isso foi criando um ódio muito grande dentro de mim contra minha mãe porque eu pensava: como é que uma mãe faz isso com o filho? ”
Tentativa de suicídio:

Depois de ouvir da filha que ela a odiava, Miriam então decidiu que não seria mais um estorvo na vida dos filhos. “Comprei cachaça, veneno de rato e misturei tudo e fiquei usando crack dentro do banheiro e ali eu apaguei. Quando eu acordei estava no hospital. Eu tinha tido uma overdose”, lembra.

O desafio:

Nessa época, Fabiana conta, que já ouvia a rádio da Igreja Universal, e um dia aceitou o desafio que o pastor fez com os ouvintes durante a programação.

  • “Ele disse que a pessoa que chegasse naquele dia nada ia se tornar igual na vida dela. Naquela mesma hora eu peguei o meu irmão mais novo e fui para a igreja”.
  • Daquele dia em diante ela começou a lutar pela mãe.
Uma nova oportunidade:

Enquanto isso, ainda no hospital, Miriam fez uma oração, dizendo que se Deus a tirasse daquela situação e lhe desse uma nova oportunidade ela iria para a igreja.

  • “Foi assim que eu saí do hospital e quando eu tive condições eu fui para casa de Deus. “Eu também comecei a buscar e Deus foi e me curando porque eu tinha muita mágoa, muita tristeza. E quando chegou a Fogueira Santa foi a oportunidade de eu me lançar e mostrar para Deus que eu queria algo com Ele”.
  • “Quando eu passei pelo Altar ali Deus entrou em mim. Não tem como explicar, mas a sensação maravilhosa do perdão, da certeza de que tudo ia mudar, que Deus é com a gente… Foi isso que aconteceu comigo, eu não desci sozinha, eu desci na companhia dEle”.
Acompanhe no vídeo abaixo o relato de Miriam e Fabiana, na íntegra:

 

 

 

 

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Colaborador

Jeane Vidal / Foto: Reprodução