“Eu estava na igreja, mas parecia que eu não saía do lugar”
A religiosidade vazia levou Hiane da Silva ao sofrimento e a várias situações difíceis, como uso de álcool e cigarro, más amizades, descontrole emocional e problemas no casamento
Durante quase três décadas, Hiane Pereira da Silva, esteticista de 36 anos, conta que viveu uma existência que não parecia sua. A história dela é marcada por momentos felizes, mas também por muitas cicatrizes que obscureceram suas conquistas e alegrias. Não precisava ser assim, mas levou um tempo para que ela compreendesse o que teria de fazer para que sua vida fosse plena.
Desde a infância, Hiane enfrentou conflitos, que se intensificaram quando sua mãe se afastou da fé. “Na adolescência, eu quis viver do meu jeito e acabei me envolvendo com um traficante. Assustada com aquela situação, minha mãe logo decidiu se mudar para me afastar daquelas amizades”, recorda.
Apesar das dificuldades, Hiane relutava em voltar para a fé. Um dia, para agradar à sua mãe, que tinha retornado para a Igreja, ela compareceu a uma reunião da Universal, recebeu apoio dos jovens e permaneceu por dois anos. “Eu estava fazendo muito, sempre estava nas reuniões e evangelizava, mas não tinha comunhão com Deus. Então, me envolvi com amizades que eu convidava para ir à Igreja e no final das contas me perdi, esfriei na fé e me afastei de Deus. Quando dei por mim, já estava no mundo. Eu bebia, fumava cerca de dois maços de cigarro por dia e usava maconha. Comecei a me prostituir, só usava roupas pretas e saía para festas escondida dos meus pais”, afirma.
Aos 17 anos, Hiane entrou em um relacionamento e sofreu várias traições, mas, mesmo assim, permaneceu com o parceiro e se casou com ele depois.
Ela explica que a relação era cheia de brigas e de infidelidade. Mais uma vez, Hiane retornou à Igreja, mas não se comprometia com Deus. “Acabei vivendo dez anos na Igreja como uma pessoa religiosa. Eu não faltava às reuniões, era dizimista e ofertante, mas nunca me entreguei de fato a Deus”, relata.
DESPERTAR
Com mais de uma década de casamento e já com três filhos, ela se cansou da infidelidade do marido e decidiu se separar. Foi aí que ela percebeu que precisava investir no relacionamento com Deus. “Eu estava na Igreja, mas parecia que eu não saía do lugar, pois o meu interior era o mesmo. Até que um dia compreendi que a minha natureza não tinha morrido”, diz.
Ela, então, recomeçou sua caminhada na fé. “Decidi acabar com aquela natureza nervosa, sentimental, ignorante, arrogante e bruta que existia dentro de mim. Passei a obedecer cada ensinamento de Deus e tinha sede de conhecê-Lo. Até que, ao participar do Jejum de Daniel, me dediquei e recebi o bem mais precioso da minha vida, o Espírito Santo”, lembra. Depois disso, sua vida mudou para melhor.
Hoje, ela garante que é uma pessoa mais paciente com seus filhos e se sente mais forte para enfrentar qualquer situação, pois seu interior foi renovado.