“Eu falei para Deus que Ele tinha prazer com meu sofrimento”

Entenda por que a administradora Michelle Rodrigues Cantos, de 38 anos, buscou respostas em relacionamentos e experiências mundanas

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A administradora Michelle Rodrigues Cantos, de 38 anos, foi criada pelos avós que, nas palavras dela, faziam de tudo para que ela tivesse sempre o melhor. Contudo, em 2000, a família foi abalada com a notícia de que seu avô estava com câncer. “Aí começou a minha agonia, já que era inevitável pensar na morte dele. A situação era delicada por se tratar de um câncer metastático e não cirúrgico. Eu estava com 15 anos”, recorda. Nesse momento, ela passou a sofrer com ansiedade por não saber lidar com os pensamentos da morte iminente dele. “Eu não dormia direito por causa da preocupação em relação à saúde do meu avô e do medo de perdê-lo. Durante os cinco anos que meu avô esteve doente, pedi muito para que Deus o curasse. Eu tinha esperança da cura, mas era uma esperança falsa. Ele faleceu em 2005”, detalha Michelle, que acrescenta: “quando ele morreu, falei para Deus que Ele tinha prazer com meu sofrimento. Eu tive mágoa de Deus.”

Michelle passou a sentir um vazio que, em vão, ela tentava preencher com um relacionamento amoroso e amizades. “Eu tive um relacionamento complicado de 2007 a 2010 e, por meio dele, conheci as baladas, tipo rave, a cocaína e as drogas sintéticas. Pensei que, com elas, pudesse resolver aquela tristeza profunda. Então, eu trabalhava para que pudesse estar nesses lugares todos finais de semana. Antes de entrar nesse relacionamento, eu nutria o pensamento errado que eu tinha que trair antes que fizessem isso comigo e, por isso, passei a me relacionar simultaneamente com outros rapazes. Quando me sujeitei a esse relacionamento abusivo, que durou quase três anos, eu pensava que estava sofrendo – e que tinha de sofrer – por ter traído meu primeiro namorado. Por isso, me anulava a ponto de me olhar no espelho e não saber quem eu era. Quando finalmente consegui romper a relação, fiquei ainda mais destruída por dentro”, relata.

Em 2010, Michelle encontrou um pouco de distração nas viagens a trabalho. “Em poucos anos, entrei para a construção civil, fui morar em Leme (SP) e depois em Uberaba (MG). Quando morei em Leme, comecei a me relacionar com um homem casado e achava que ele poderia me fazer feliz. Até que fiquei sabendo que o meu amante tinha engravidado a esposa e me senti um lixo de pessoa”, confessa.

Frustrada e com mais uma dor para sua coleção, os pensamentos de morte passaram a ser constantes. “Tentei me suicidar duas vezes tomando remédio. Eu não suportava o buraco que existia dentro de mim. Eu queria acabar com aquela dor e só pensava em dormir e acordar quando o sofrimento tivesse acabado. Eu me sentia um nada. Eu era uma jovem que não tinha perspectiva de futuro, profundamente triste e que não sabia como fazer as coisas de maneira certa”, diz.

A decisão de obedecer

Michelle chegou à Universal em 2011, depois de aceitar o convite de uma vizinha. “Ela acompanhou todo meu sofrimento de perto e tentou me ajudar. Eu notava que a vida dela era diferente e resolvi aceitar sua proposta. Eu não permaneci porque não entendia que precisava obedecer à Palavra de Deus para ter a mudança e a vida que eu queria. Na verdade, eu não entendia que precisava de Deus. Eu tinha um pensamento de que estar na Igreja não era para mim e que eu não sentia vontade. Até que entendi que o meu problema era o meu jeito e decidi pôr um ponto final nele. Há 11 anos, antes mesmo de voltar à Universal, fiz um voto com Deus e reconheci que precisava de ajuda e queria ser uma pessoa diferente. Eu não aguentava mais aquela vida. Por fora, parecia que estava tudo bem, que eu era feliz. Eu não aparentava ser depressiva, não me cortava nem ficava trancada no quarto. Eu saía, mas era porque não suportava ficar em casa, nem o silêncio e não conseguia ficar comigo mesma. Então, eu saía muito, mas, à noite, chorava muito também.”

Michelle diz que, ao decidir ouvir a Voz de Deus, tudo se tornou novo. “Em vez de achar que eu precisava sentir, eu só obedeci, troquei as amizades e mudei de direção. Fiz minha primeira Fogueira Santa para receber o Espírito Santo e todo esse processo demorou seis meses. Hoje sou uma mulher completa e conheci o Autor da Vida. Ele me deu um sentido para viver e um futuro. Sei que nasci para conhecer a Deus. Hoje sou completa e feliz independentemente do que está acontecendo na minha vida. Eu venci o trauma do luto e os pensamentos que me colocavam para baixo e encontrei meu valor  no meu relacionamento com Deus. Sou estável emocionalmente e tenho paz”, declara.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Guilherme Branco e Antonio_Diaz/GettyImages