“Eu guardava o dinheiro do tráfico entre as coisas do meu filho”
Adriana dos Santos pensou em tomar abortivos depois de engravidar e, com a morte de seu irmão, ela entrou em depressão e se entregou ao álcool
Adriana Bastos dos Santos tem 36 anos e trabalha como assistente administrativa em uma empresa em Salvador (BA). Na juventude, depois de deixar de frequentar a Universal, ela teve uma gravidez indesejada aos 23 anos: “eu bebi em uma festa e depois, bêbada, fui encontrar um rapaz, de quem engravidei. Fiquei com medo de contar à minha mãe, pensei em tomar um abortivo, mas desisti. Só depois de algum tempo o pai do meu filho reconheceu a paternidade e passou a ajudar na criação dele”.
Na mesma época, o irmão de Adriana morreu em um acidente de trabalho. “Eu não conseguia lidar com essa perda familiar. Eu tinha um vazio dentro de mim e tive depressão. Eu tentava acalmar o que sentia com a bebida. Todo dia eu bebia, inclusive o bar era perto da minha casa, e não era só cerveja, eu bebia todos os tipos de bebida alcoólica”, lembra.
Para piorar a situação, ela se envolveu com criminosos. “Eu guardava o dinheiro do tráfico de drogas entre as coisas do meu filho, na minha casa, até que alguém me entregou à polícia. Eu estava em uma festa na rua de cima e, quando cheguei na frente de casa, os policiais perguntaram o meu nome e queriam entrar na minha casa. Só não entraram porque a vizinha que ficava com a minha chave a escondeu. Só não fui presa porque ela e um rapaz cristão que apareceu por lá não deixaram”, recorda.
Tudo poderia ter sido pior ainda, pois, sem que ela soubesse, a pessoa para quem ela guardava o dinheiro também escondia armas na casa dela.
“Quem entregou meu nome à polícia certamente sabia disso. Na noite em que queriam me prender, a dona das armas passou lá antes, pegou as armas e fugiu. A polícia não conseguiu pegá-la. Depois disso, decidi não guardar mais o dinheiro dos criminosos.”
Ao mesmo tempo, a depressão dela só piorava. “Minha mãe me levou ao psiquiatra e cheguei a tomar remédios com tarja preta por seis meses, mas eu não melhorava. Fui para a emergência de hospitais várias vezes com crise de pânico e ansiedade. Sentia uma angústia de querer acabar com a minha vida para dar fim àquela dor. O médico chegou a falar para a minha mãe que o meu problema era espiritual, que não era algo que seria resolvido com medicação”, diz.
A situação só começou a mudar quando uma pessoa da Universal levou um pastor até a casa de Adriana. “O pastor fez uma oração forte e eu me senti mais leve. Ele orientou minha mãe a me levar às reuniões de libertação para fazer o tratamento espiritual. Eu participava das campanhas da igreja, passei a dormir bem e, por conta própria, parei de tomar os remédios. O processo não foi imediato, durou um ano mais ou menos, mas fui curada da depressão, do complexo de inferioridade, do alcoolismo e batizada na Vigília de Carnaval”, afirma.
Ela conta como foi receber o Espírito Santo: “tudo mudou dentro de mim. Eu tinha viajado com a minha família para a casa de parentes, mas meu coração estava na Universal. Eu larguei tudo lá e voltei direto para a igreja. Antes, eu precisava das amizades para ser feliz, para estar sorrindo e os médicos e os remédios não podiam fazer nada por mim. Quando eu recebi o Espírito Santo, vi que não precisava mais daquelas amizades nem de beber para ser feliz. Hoje estou completa com Deus”, conclui.