“Eu não via saída e achava que nem tinha mais a quem recorrer”
Flávio dos Santos se afundou nas drogas e na depressão, até que aceitou um convite de sua sogra para conhecer a fé
A bebida e as drogas estão entrando cada vez mais cedo na vida dos adolescentes e jovens brasileiros. Segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, cerca de 63,3% dos estudantes entre 13 e 17 anos já provaram bebida alcoólica, enquanto 47% já ficaram embriagados pelo menos uma vez. Vários fatores explicam essa realidade, entre eles necessidade de pertencer ao grupo, curiosidade, questões sociais e amigos. Contudo o que muitos não avaliam são as consequências do consumo de bebidas e entorpecentes.
Antes de completar 18 anos, Flávio Paixão dos Santos, hoje com 34 anos, já consumia bebida alcoólica socialmente, ou seja, em festas e outros eventos. Ele conta que ela foi a porta de entrada para o vício: “eu conheci as drogas por meio de amigos e aí, junto com o álcool e o cigarro, foi uma mistura completa. Fiquei 14 anos viciado em cocaína, mas não aceitava ser chamado de viciado”.
A saúde é uma das áreas mais impactadas pelo vício, mas leva certo tempo para que os primeiros sinais se manifestem. Já a vida familiar e a financeira sofrem imediatamente os efeitos negativos da dependência. “Eu sou empresário, então não faltava dinheiro para comprar a droga. Eu sempre tinha. Em contrapartida, contraí muitas dívidas com agiotas e fornecedores e deixei de honrar meus compromissos, o que fez com que eu perdesse a credibilidade perante as pessoas”, diz.
Por conta desse cenário, a confusão também era recorrente dentro da casa dele. “Eu tinha uma vida conturbada. A minha esposa sofreu muito, pois eu a maltratava muito. Não fui um marido ou um pai presente. Eu achava que ser um bom marido era manter a casa e a aparência. Na verdade, eu não tinha um convívio familiar, já que ficava mais fora do que dentro de casa”, comenta.
Um dos aspectos curiosos dos vícios é que, embora a bebida e as drogas sejam apresentadas para o indivíduo como fonte de felicidade, por exemplo, eles geram tristeza e dor. “Meu pior momento foi quando me vi depressivo e com o pensamento de me matar. Lembro que minha filha me pediu para que eu não tirasse minha própria vida. Eu não via saída e achava que nem tinha mais a quem recorrer. Eu já tinha apelado para diversas religiões e nada tinha resolvido”, explica.
Quebrando o orgulho
Apesar de viver 14 anos em uma situação considerada caótica, Flávio carregava um orgulho muito grande e um preconceito ainda maior em relação ao trabalho desenvolvido pela Universal. “Minha sogra já frequentava a igreja e lutou por mim durante todo o tempo, mas eu a confrontava e sempre que saía uma matéria na mídia contra a Universal eu recortava do jornal ou tirava uma foto para mostrar para ela. No entanto parecia que nada a incomodava e eu não entendia por que quanto mais eu fazia isso, mais ela me tratava bem”, lembra.
Ele foi convidado durante muitos anos para participar de uma reunião de fé e a resposta era sempre a mesma: “não”. Até que um dia, em meio ao desespero, ele decidiu dar uma chance a si mesmo. “Eu nunca tinha entrado em uma igreja evangélica ou visto um homem abrir a Bíblia para lê-la. Eu tinha uma Bíblia em casa aberta no livro de Salmos e ela estava empoeirada. Mas, quando entrei na Universal, eu ouvi o homem de Deus falando de toda a minha vida, apesar de nem sequer me conhecer. A Palavra que foi pregada entrou em mim e eu saí de lá sem os vícios, com a decisão de me entregar completamente e com a certeza de que Deus mudaria a minha vida”, afirma.
Flávio conta que passou pelo batismo nas águas e, ao todo, lutou 40 dias para receber o batismo com o Espírito Santo. “A primeira mudança foi a de dentro, pois não tenho mais nenhum tipo de vício e minha família foi transformada. Continuo como empresário no ramo da construção civil e tem muita coisa que ainda não está perfeita, mas eu tenho paz e durmo a noite toda. Além disso, as pessoas me perguntam como eu mudei ou o que aconteceu na minha vida e digo: ‘eu encontrei a Deus’”, conclui.