“Eu perdi amizades por causa da idolatria a esse time”

Depois de ser abandonada pelo pai, Janaina tentou superar a dor da rejeição com o fanatismo, mas só se sentiu completa com Deus

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Janaina Santos, de 30 anos, cresceu em um lar desestruturado e desenvolveu traumas na infância. “Eu tenho uma irmã gêmea e quem nos criava era minha mãe. Quando já estávamos maiores, ela revelou que nosso pai foi embora e nos deixou. Cresci revoltada porque não entendia o motivo dele ter feito isso”, explica.

A falta do carinho paterno e o sentimento de abandono afetaram a vida dela por muitos anos. “Isso foi muito significativo para mim, pois eu achava que não tinha valor. Aos 12 anos, tentei o suicídio pela primeira vez. Eu tinha o carinho da minha mãe e do meu padrasto, mas os conflitos dentro de mim eram enormes, então eu achava que se me matasse ninguém sentiria falta de mim.”

O vazio interior estava presente na vida de Janaina e, por isso, ela começou a tentar preenchê-lo com distrações.

“Um tio me convidou para ir aos jogos de futebol do Corinthians. Fui me envolvendo, passei a acompanhar o time e fui desenvolvendo meu interesse por esse mundo. Com isso, fui apresentada à torcida organizada e ao carnaval”, pontua.

Janaina entrou para a escola de samba do time e desfilou como sambista. “Lá eu era muito bem recebida, tinha muitos amigos e pessoas ao meu redor. Com esse envolvimento, entrei para a torcida organizada e lá também fui bem aceita pelos rapazes”, detalha.

No entanto ela revela que o que parecia ser amor pelo time se transformou em fanatismo. “Eu perdi amizades, relacionamentos e parte da convivência social por causa da idolatria ao time. Todo o meu salário era para isso e todos os domingos eu estava nos jogos, mas o que parecia felicidade e perfeição durava alguns momentos, pois, quando chegava em casa, eu me sentia triste e sozinha”, salienta.

Um dia, ao se olhar no espelho, Janaina diz que se deparou com uma mulher vazia e depressiva. “Aquilo não era o que eu procurava e muitas vezes fingia que estava bem. Não dormia à noite, me beliscava, passei a ver vultos e a ouvir vozes e tive até paralisia do sono”, diz.

Durante um dos jogos do time, ela se indagou sobre o motivo de sua tristeza, pois aquele era aparentemente um momento de felicidade. “Ali eu me vi sozinha, triste e me questionei até quando viveria daquela forma.” Ao chegar em casa, ela recebeu um convite de sua mãe para ir à Universal. Mesmo com preconceito, ela afirma que foi à igreja.

Aquele foi o início das mudanças que aconteceram na vida dela. “Abri mão das amizades, do fanatismo com o time e do meu jeito, pois queria receber o Deus que era pregado na igreja. Depois das mudanças, ao buscar a Deus, recebi o Espírito Santo e foi o momento mais maravilhoso da minha vida”, conta.

Hoje, Janaina garante que está com a vida transformada e preenchida pelo Altíssimo. “Encontrei em Deus o que eu buscava quando pequena. Agora sou feliz de verdade, encontrei meu pai biológico, o perdoei e tenho uma família completa. Minha bandeira é o Senhor Jesus”, conclui.

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Colaborador

Camila Teodoro / Foto: Demetrio Koch e cedida