“Eu sempre era o que as pessoas queriam que eu fosse”

A carência levou Aline de Melo a fazer escolhas erradas, mas, ao encontrar o verdadeiro amor, ela alcançou tudo o que sempre quis. Entenda

Imagem de capa - “Eu sempre era o que as pessoas queriam que eu fosse”

Hoje, a autônoma Aline Cristina de Melo, (foto abaixo) de 30 anos, entende que, por causa da carência, depositava sua vida nas mãos das pessoas. “Eu não sabia quem eu era e o que eu queria. Eu sempre era o que as pessoas queriam que eu fosse.”

Mas até ter este entendimento ela sofreu muito. Suas frustrações tiveram início já na infância. Fruto de uma gravidez indesejada, ela se sentia rejeitada em relação à sua irmã mais nova, nascida de uma gestação planejada. Outro grande problema era o comportamento do pai de Aline, que bebia e brigava muito com sua mãe. Tudo colaborava para a falta de entendimento entre pais e filha: “Por não conseguir me abrir com eles, a rejeição e a carência me fizeram crescer sendo fria e indiferente com meus pais, buscando a atenção das pessoas de fora, quando, na verdade, eu queria a atenção deles”.

Logo no início da adolescência, o desejo por atenção e amor fez Aline procurar por relacionamentos com rapazes. Aos 14 anos, em um encontro com um desconhecido, ela sofreu abuso. Passou, então, a se sentir culpada e envergonhada do acontecido, o que a tornou uma adolescente retraída e complexada.

QUASE MORTE
Outros relacionamentos abusivos vieram em seguida. O mais expressivo foi aos 18 anos de idade, quando ela conheceu um dependente químico e se apaixonou. Mesmo diante da oposição da família, eles se casaram após sete meses de namoro. Logo ela descobriu uma gravidez não planejada, mas acreditava que o filho poderia trazer a alegria que almejava. Até descobrir que a gravidez era de alto risco: “O médico disse que o feto tinha má formação no cérebro: anencefalia. A lei autorizava o aborto, mas eu não quis. Fui até o fim da gestação, mesmo o médico me alertando que a criança não sobreviveria”.

Infelizmente, foi o que aconteceu. Aline somou a dor da perda de seu filho aos complexos já existentes. Além disso, seguia sofrendo com o vício e as agressões do marido, cada vez mais constantes. Ele tentou matá-la várias vezes antes que ela pusesse fim ao relacionamento.

Enfim, amor Aline chegou a ir a igrejas, mas ela conta que “ouvia versículos, louvores, mas era só cantoria e muita gente falando. Às vezes, até me dava um remorso, porque eu sabia que vivia uma vida errada. Mas, no outro dia, eu fazia tudo de novo.  Não mudava”.

Essa transformação só ocorreu quando Aline, após assistir a programação da Universal na TV, decidiu ir a uma reunião. “Ao chegar lá, já me senti diferente, acolhida. O Pastor explicava tudo usando a Bíblia e eu vi que ele estava ensinando porque não queria que eu dependesse dele, mas de Deus. Era tudo o que sempre procurei: alguém que me explicasse a Palavra”. Aline revela ainda que “nunca tinha ouvido alguém dizer que o mais importante era buscar minha Salvação. Comecei a entender que, enquanto eu não tivesse o Espírito Santo, eu seria guiada pelos meus pensamentos, achismos e sentimentos. Mas que, quando eu tivesse o Próprio Deus dentro de mim, seria guiada por Ele”.

Logo Aline se batizou nas águas e passou a buscar o Espírito Santo. “Até ali eu tinha feito todas as escolhas erradas e, por isso, havia colhido tanto sofrimento. Renunciei a tudo o que eu pensava que sabia porque, na verdade, não sabia nada. Renunciei ao que eu achava que entendia sobre mim, sobre as pessoas e sobre o que fizeram comigo. Eu culpava os outros quando, na verdade, eu tinha permitido que eles me fizessem mal quando coloquei minha vida nas mãos deles. Só então pude reconhecer que eu não era nada e que deveria me entregar ao Senhor Jesus, o Único que poderia me transformar por completo”.

Toda renúncia foi recompensada ao receber seu maior presente. “Veio uma paz, uma alegria tão grande dentro de mim que é inexplicável.

E eu tive a certeza de que Deus era comigo. Acabou a carência. Tudo o que eu passei não era nada perto do que o Senhor Jesus havia feito em minha vida. Ele me deu todo o amor que eu sempre quis. O que eu tanto procurei em coisas e pessoas agora estava morando dentro de mim”.

Hoje, Aline honra seus pais e se dedica a levar para as pessoas o que Deus tem lhe dado: “Eu quero ajudar as pessoas, assim como o Senhor Jesus me ajudou. Como eu fui acolhida na Universal, como me ensinaram a Palavra, é isso que eu quero levar: tudo o que eu recebi. O Espírito Santo para mim é tudo o que eu não imaginei que existisse. Hoje eu sei, porque Ele está dentro de mim”.

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Colaborador

Núbia Onara - Foto: Demetrio Koch e Arquivo pessoal