“Eu sentia uma vontade imensa de sumir”

Maria Santos acreditava que seus problemas nunca teriam fim, mas um convite a fez mudar de opinião

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Maria Assunção das Virgens Santos, empresária de 36 anos, conta que desde muito jovem enfrentou obstáculos que forjaram seu caráter. Ela diz que sua infância foi muito difícil e que quando tinha apenas quatro anos sua mãe abandonou a família, composta por seu pai e sete irmãos: “minha mãe se separou do meu pai e doou todos os filhos. Meu pai nos buscou de volta nas casas das pessoas a quem ela havia nos doado”.

Ela nasceu e foi criada até os cinco anos em Janaúba (MG). Depois se mudou com a família para Montes Claros, também no interior mineiro. Ali, eles passaram a viver em condições precárias. A nova moradia era um barraco de lona e a situação piorou quando um incêndio destruiu o pouco que tinham. “Por pouco não morremos queimados”, conta Maria, que também foi vítima de abusos físicos, psicológicos e sexuais na infância.

A vida em Montes Claros era uma verdadeira batalha pela sobrevivência. O pai, abalado pela separação e enfrentando problemas de saúde, como hipertensão arterial e diabetes, não conseguia sustentar a família. Apesar disso, ele cuidava de Maria, dos seus irmãos pequenos e também da avó dela, que já era idosa. “Vivíamos na miséria, na sujeira, em uma casa apertada e com confusões e brigas. Meu pai bebia e sofria muito. Ele nos batia, mas não tínhamos culpa da separação deles”, lembra.

A fome e a pobreza eram companheiras constantes e as crianças, muitas vezes, dependiam da generosidade dos vizinhos para se alimentar. “Íamos nos virando para sobreviver e recebíamos doação de cadernos para ir à escola. Tinha dias em que o único alimento era a merenda da escola”, declara.

Ela se lembra que a precariedade era tão grande que a família acendia um fogão a lenha improvisado no chão para cozinhar quando havia farinha de mandioca e um tablete de caldo de carne.

Em busca de mudança

Com o passar do tempo, Maria começou a desenvolver problemas internos: sentimentos de vazio, tristeza, insegurança e falta de apoio a acompanharam por toda a infância e juventude. “Eu chorava e sentia uma vontade imensa de sumir”, diz.

Aos 14 anos, decidida a mudar sua realidade, ela saiu de casa e foi para a cidade de Passos, no sul de Minas. Ela morou ali com dois irmãos que também tinham deixado o lar. “Tinha uma vontade dentro de mim de trabalhar para conseguir alimento e roupas para mim e meu pai e era minha esperança de conseguir ajudar em casa”, esclarece.

No entanto a juventude e a falta de experiência dificultaram a conquista de um trabalho. “Foi desafiador também no sul de Minas. Vivíamos no limite. Eu não tinha base financeira e muito menos psicológica”, cita.
Durante uma visita à família em Montes Claros, em 2008, ela conheceu aquele que, mais tarde, se tornaria seu marido e marcaria o início de uma nova fase em sua vida.

Enfim, a paz

Em 2015, o casal oficializou a união e Maria acreditou que, ao se casar, finalmente encontraria a felicidade. Mas a relação não foi fácil, conforme relata: “vivi um período muito difícil no casamento porque descobri traições do meu marido”.

Eles trabalhavam juntos e a mistura da vida pessoal com a profissional gerava conflitos constantes, que muitas vezes terminavam em agressões físicas, até mesmo na frente da filha do casal. “Foi uma fase muito difícil. Eu pensava que tudo aquilo que eu estava vivendo não teria fim”, enfatiza.

Foi durante essa fase turbulenta que, por meio de uma de suas funcionárias que testemunhou seus momentos difíceis, Maria teve contato com a Universal. “Ela me convidou para ir à Igreja e, mais do que isso, me mostrou que Deus poderia transformar a minha vida”, revela.

Com o decorrer do tempo, Maria foi fortalecendo sua fé e percebeu que precisava de uma mudança radical em sua vida e detalha o que fez: “esgotei todas as forças físicas que eu tinha diante do turbilhão de problemas e decidi entregar minha vida e meus problemas nas mãos de Deus e confiar e dar crédito ao Deus Vivo que eu conhecia somente de ouvir falar”.

Ao se entregar completamente a Deus, ela observou uma transformação interna: “me senti liberta naquele dia, aliviada, leve e em paz”.Posteriormente, ela foi batizada com o Espírito Santo e afirma que Ele é sua “maior riqueza e maior Salvação. Sem Ele, não posso nada”.

Além da estabilidade espiritual e financeira, Maria elenca outro resultado que obteve: “Deus nos abençoou e honrou”. Ela menciona ainda que, além dos bens materiais, “Deus me deu a Presença dEle, o amor e a Salvação. Me abençoou com tudo para honrar o nome dEle, para que todos vejam quão grande Ele é para aqueles que se entregam ao Seu amor”.

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Colaborador

Kaline Tascin / Foto: Mídia-EVG/Montes Claros