Ingrid dos Reis tem 24 anos, é gerente de marketing e mora no bairro do Candeal, em Salvador (BA). Nascida em uma família cristã, desde cedo ela soube o que era certo e o que era errado perante os olhos de Deus. Contudo isso não foi suficiente para que ela se desviasse do caminho correto durante a adolescência. “Isso começou quando eu tinha 15 anos. A minha vontade era viver no mundo. Eu queria tudo que era dele. Sempre gostei de festas e vivia em baladas”, conta.

Ela diz que o fato de trabalhar com promoção de festas facilitava sua conduta. “Eu usava o meu trabalho para estar nas baladas, mas em casa eu não parecia a pessoa que fora dali bebia e falava palavrão. Eu tinha uma vida dupla. Meus pais não percebiam essa diferença, pois eu não demonstrava que tinha esse desejo de estar no mundo.”

Ingrid revela que até chegou a experimentar drogas, mas, como tinha medo do que elas podiam causar, não insistiu no uso delas. “Eu também não tinha um bom relacionamento com meu pai. Ele não era agressivo, mas eu fazia tudo oposto ao que ele tentava me ensinar. No fundo, eu sabia da Verdade, mas não conseguia viver aquilo. Entretanto toda vez que eu vivia alguma situação complicada, me lembrava dos conselhos do meu pai.”

Não demorou para que acontecesse algo que a levou a se reaproximar de Deus: “eu estava em uma festa e uma pessoa passou mal. Parecia que ninguém ligava para o que estava acontecendo nem os bombeiros, que poderiam ajudar. Estava todo mundo fora de si. Eu pensei: ‘o que estou fazendo aqui?’ Foi como se ali não fosse o meu lugar.

Eu não quis fazer mais nada na festa e aquilo ficou dentro de mim. Eu tinha que pegar a minha máscara de pessoa ‘perfeita’ e voltar para casa”, relata.

Ingrid ainda levou um tempo até se entregar a Deus. “Eu já tinha ido à Igreja, me batizado nas águas e pedia a Deus para me mostrar o que fazer para receber o Espírito Santo. Deus me dizia que eu tinha que falar a verdade para os meus pais. Quando falei, a reação deles não foi agradável, porém, os dias foram passando e eles perceberam que era uma entrega verdadeira e passaram a borracha no que tinha acontecido.”

Atualmente, Ingrid não precisa mais das baladas. “Hoje eu posso ser eu, não tenho segredos com meus pais e tenho um bom relacionamento com eles. E o melhor é ter uma boa consciência e só as Vontades de Deus dentro de mim.

Toda aquela ansiedade que eu tinha por viver nas festas e postar fotos a cada semana não existe mais”, conclui.