“Eu tomava remédios para morrer”
Em depressão, Juliana Vasconcelos acreditava que Deus não a queria mais
A empreendedora de vendas Juliana Vasconcelos, de 36 anos, descreve que cresceu na Universal e se tornou obreira. “A minha vida era para Deus. Eu tinha uma conduta correta e não tinha o menor interesse pelo mundo fora da fé”, conta.
Entretanto Juliana não se preparou para construir uma vida amorosa inteligente e, segundo relata, deixou-se levar pela “voz do coração”. Ao ser orientada por seu pastor a não se casar com determinado rapaz, ela ignorou o conselho. “Quando me casei, começou o meu fundo do poço.
Eu passei a ser agredida pelo meu então marido e não contava isso a ninguém. Isso gerava mágoa no meu coração, me fazia muito mal e durou dez anos”, detalha. Por sofrer tantas agressões físicas e verbais, Juliana desenvolveu transtornos psicológicos. “Eu não conseguia pedir ajuda e tinha vergonha de dizer ao pastor que estava triste e em depressão, pois temia ser retirada da Obra”, afirma.
Além da tragédia no casamento, o pai dela faleceu e Juliana diz que ficou totalmente desestabilizada, o que se agravou ainda mais com o fim de seu casamento. Foi quando ela abandonou a Obra de Deus.
Remédio para morrer ou para viver?
Juliana tinha surtos psicóticos, não conseguia descansar e tomava remédios para dormir. Seu desespero era tão grande que ela tentou se suicidar várias vezes. “Eu tomava remédios para morrer e pensava que Deus nem me queria mais”, diz. Os remédios para dormir não devolviam sua paz, mas ela sabia de qual remédio sua alma precisava: “decidi voltar para a Presença de Deus. Não foi fácil, mas meu atual marido me auxiliou. Eu era conhecida em minha cidade como doida, os policiais me viam na rua e já sabiam como eu me comportava. Eu tinha medo de passar por isso na Igreja também, mas fui recebida de braços abertos.
Quando voltei para Jesus me apeguei porque eu sabia que Ele era o único que poderia suprir todas as minhas necessidades. Tive um encontro com Deus e recebi o Espírito Santo. Ali percebi que antigamente eu não tive um encontro verdadeiro com Ele. Hoje sim tenho a certeza da minha Salvação”.
Hoje ela integra o grupo Depressão Tem Cura (DTC) e, com sua experiência, pode ajudar quem passa pelo mesmo problema que ela viveu.