EVG Night presta auxílio a garotas de programa e travestis

75% das pessoas que se prostituem já moraram na rua, aponta estudo

O programa social EVG Night realizou nesse domingo (28) uma ação que levou apoio social e emocional a pessoas que vivem da prostituição. Voluntários prestaram atendimentos e distribuíram cestas básicas, refeições, kits de higiene e livros aos beneficiados em 230 municípios brasileiros.

Segundo o artigo Prostitution is Sexual Violence (Prostituição é violência sexual, tradução literal), publicado pela revista Psychiatric Times, 75% das pessoas que se prostituem já moraram na rua em algum momento. Além disso, a porcentagem daquelas que vivem na prostituição e querem deixar essa condição, mas não possuem outra forma de sobrevivência, é de 85% a 95%.

“Certa vez, o cliente ficou comigo e, na hora de sair, me ameaçou dizendo que não ia pagar e iria me matar, então tive que entregar todo o meu dinheiro para ele”, relata a garota de programa Melissa (nome fictício). “As pessoas olham para mim com nojo, pensando: ‘Ah, aquela menina ali faz programa’. Tem gente que nos critica muito. Eu penso em sair dessa vida, porque isso aqui não é vida para ninguém.”

Uma vez por mês, a EVG Night promove essa mobilização com o intuito de prestar assistência a prostitutas, garotos de programa e travestis. Ao longo do mês, os voluntários acompanham individualmente quem foi abordado e visitam a casa daqueles mais necessitados.

Na edição desse mês, um dos locais que recebeu a ação foi a Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro. Cerca de 60 pessoas receberam kits de higiene, lanches e livros. Também foram oferecidos atendimentos médico e jurídico aos participantes.

“Muitas dessas pessoas têm autoestima baixa e se veem incapazes de se sustentar de uma outra maneira, a não ser por meio da prostituição. Algumas não têm dinheiro para suprir as próprias necessidades, chegando até a passar fome”, explica o responsável pela ação na região, Rafael Campos. “Nós as atendemos e, quando possível, as encaminhamos para uma oportunidade de trabalho”.

Para a voluntária Ana Patrícia Freitas de 47 anos, que já colabora com as ações do programa social há cerca de 5 anos, as maiores dores e problemas enfrentados por esse grupo da sociedade são as dificuldades financeiras, a falta de oportunidades e o desprezo por parte da família.

“Elas aceitam bem o trabalho do EVG Night. A maioria se emociona com o tratamento, o afeto e a atenção que recebem”, conta Ana Patrícia.

Criado pela Igreja Universal do Reino de Deus em março de 2018, o programa social já ajudou, desde a sua fundação, 194.296 pessoas no Brasil.

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Colaborador

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