Fevereiro Roxo: Um mês para você não esquecer
Criada em 2014, a campanha acontece para conscientizar a população sobre o que é o Alzheimer, os riscos e cuidados. Entenda melhor a doença
A Doença de Alzheimer é muito conhecida porque passou a ser mais discutida pela sociedade. Trata-se de uma condição neurodegenerativa na qual células do cérebro passam a falhar no desempenho de suas funções originais. Isso pode comprometer a vida da pessoa e, por isso, a enfermidade deve ser avaliada e entendida com seriedade e cuidado.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, a doença foi descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemão Aloysius Alzheimer (1864-1915). Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que cerca de 55 milhões de pessoas vivem com algum tipo de demência, sendo que a a Doença de Alzheimer é a mais comum: ela atinge sete em cada dez desses indivíduos e, segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International, os números poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e a 131,5 milhões em 2050, por conta do envelhecimento da população.
De acordo com dados apresentados pela Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) em 2023, no Brasil cerca de 1,7 milhão de pessoas com 60 anos ou mais vivem com alguma forma de demência e a Doença de Alzheimer representa 55% dos casos, o que equivale a mais de 900 mil pessoas.
Fábio Henrique de Gobbi Porto, doutor em neurologia pela Universidade de São Paulo (USP) e especializado em neurologia cognitiva e do comportamento pela USP, comenta que a doença é degenerativa e causada pelo acúmulo anormal de duas proteínas nas células cerebrais: a amiloide e a tau. “Essas proteínas causam a degeneração dos neurônios e os leva à morte. Em geral, a doença se manifesta inicialmente afetando os neurônios responsáveis pela memória recente”, diz.
Porto ainda confirma que não há cura para a doença e os principais fatores de risco são a idade e a genética: “Estamos falando aqui de 60% a 70% do risco que é não modificável. Não é possível mudar a idade nem a genética, portanto, esses grandes riscos são imutáveis”, explica o neurologista.
Contudo ele também relata que há fatores que são modificáveis e que ampliam o risco de desenvolver a doença, como tratamento de perdas sensoriais, traumatismo cranioencefálico, tratamento de doenças cardiovasculares, pressão alta, diabetes, colesterol alto, tabagismo, sedentarismo, obesidade e isolamento social, por exemplo. Diante disso. ele ressalta a importância de procurar apoio e acompanhamento médico quando a pessoa começar a apresentar os sinais da doença. “O diagnóstico da Doença de Alzheimer é baseado na história clínica do paciente e também envolve testes cognitivos e exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia”, orienta Porto.