Fotógrafa cristã perde processo por não aceitar fotografar casamento homossexual

Fotógrafa ficou entre negar um princípio da sua fé ou pagar multa de US$ 100 mil

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A fotógrafa cristã Emilee Carpenter (foto abaixo) iniciou uma peleja judicial por escolher defender sua fé. Em abril ela entrou com um processo federal dizendo que as leis de não discriminação de Nova York a forçaram a ir contra sua fé. Ou ela fotografaria casamentos do mesmo sexo ou pagaria multas de até US$ 100 mil (cerca de R$570 mil).

“Assim como o governo não pode obrigar uma padeira lésbica a criar um bolo condenando o casamento homossexual ou uma dramaturga ateísta a falar positivamente sobre Deus, não pode forçar Emilee a transmitir mensagens às quais ela se opõe”, dizia o processo.

Mas o tribunal rejeitou a ação movida por Emilee. “Uma isenção para os serviços exclusivos da requerente necessariamente prejudicaria, e não serviria, o propósito do Estado, já que iria ‘relegar casais do mesmo sexo a um mercado inferior ‘do que o público em geral “, disse Frank P. Geraci Jr., juiz à frente do caso.

Mordaça aos cristãos

A Alliance Defending Freedom, uma organização religiosa sem fins lucrativos, defendeu Carpenter. O grupo denunciou a decisão do tribunal e reiterou o pedido para que a Suprema Corte levasse o caso.

“A decisão do tribunal continua em um caminho perigoso de o governo obrigar os artistas a falarem mensagens que violam suas crenças religiosas. Ou impondo multas pesadas, fechando seus negócios ou jogando-os na prisão”, disse Jonathan Scruggs, advogado sênior da organização, em um comunicado.

Os defensores de LGBTQ+ elogiaram a decisão do tribunal, dizendo que “o apoio à igualdade no casamento nunca foi tão grande”.

Este caso faz lembrar o do casal de confeiteiros cristãos da Irlanda do Norte que não aceitou fazer um bolo com uma legenda em apoio ao casamento gay.

Daniel e Amy McArthur devolveram o dinheiro e pediram desculpas ao cliente que, irritado, decidiu entrar em uma briga judicial contra a confeitaria. O caso se arrastou até o dia 10 de outubro de 2018, chegando à Suprema Corte do Reino Unido. Como resultado, cinco juízes decidiram, unanimemente, a favor do casal.

“A objeção foi à mensagem e não a qualquer pessoa ou pessoas em particular. Este tribunal deliberou que ninguém deve ser forçado a ter ou expressar uma opinião política com a qual não concorda”, afirmou a presidente da instituição judicial, Lady Brenda Hale.

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Colaborador

Rafaella Rizzo / Fotos: iStock - Reprodução