Funcionário mordido pelo próprio cachorro em casa processa empresa por estar trabalhando em home office

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Imagine a seguinte situação: você tem um cachorro de estimação em sua casa. Você conhece o cachorro, o cachorro conhece você. Você sabe que cachorros têm dentes, que são irracionais e que, eventualmente, podem morder qualquer um que os irritar, acuar ou assustar.

Você também consegue um emprego em uma multinacional que, no Brasil, não chega a somar 350 empresas. Essa corporação permite que você trabalhe no conforto do seu lar e não pergunta se você tem um cachorro, gato, galinha ou papagaio, afinal, a casa é sua.

Então, lá está você trabalhando no horário determinado e dentro das suas funções de analista operacional sênior e você mesmo permite que seu cachorro, aquele que mora na sua casa, fique ao seu lado enquanto você não faz nada mais do que a sua obrigação. Daí, você decide fazer um gesto brusco, o que assusta o seu cachorro – aquele que a empresa nem sequer sabe que existe – e o seu cachorro instintivamente morde o seu joelho. O que você faria?

Talvez você chegue à conclusão de que não deveria gesticular daquela forma ou que seria melhor trabalhar sem o cachorro por perto. Mas não foi a essas conclusões que um funcionário da Vale chegou.

Na cabeça do sujeito, a empresa deve indenizá-lo por danos morais e materiais. Na cabeça dele, isso caracteriza acidente de trabalho. Na cabeça dele, se a empresa não o tivesse mandado trabalhar em casa (algo com o qual ele concordou), ele não teria sido mordido pelo próprio cachorro. Será que ficou claro que tudo isso saiu da cabeça de uma pessoa que tem um cargo de analista operacional sênior, mas que não teve cabeça para analisar como operacionalizar seu trabalho dentro de sua própria casa?

Essa é a cultura que assola este país: a de querer levar vantagem em tudo.

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Da redação / Foto: getty images