Há vida depois do luto
No domingo após o Dia de Finados, a Universal realizou uma reunião especial para quem sofre com a dor da perda
Como continuar a vida após perder quem tanto amamos? Muitas vezes, parece que os planos e o dia a dia não fazem mais sentido sem aquela pessoa. Pensando em quem tem sofrido com a dor do luto, a Universal realizou o Domingo da Vida Após o Luto em 3 de novembro, data posterior ao Dia de Finados.
A ocasião foi escolhida para mostrar aos enlutados que é possível, sim, continuar a viver, sem carregar o peso da dor da ausência. O luto não é um processo relacionado apenas à morte de uma pessoa, mas também a uma perda significativa na vida, como, por exemplo, um divórcio, o desaparecimento de alguém ou até a falência de uma empresa em que se investiu muito esforço.
Durante a reunião no Templo de Salomão, em São Paulo, o Bispo Renato Cardoso explicou que o Espírito Santo é o único capaz de ocupar o lugar que outrora foi preenchido por uma pessoa ou por algo muito importante e que hoje está tomado por uma dor que chega a ser sentida fisicamente. Por isso, Ele se chama Consolador e foi prometido pelo Próprio Senhor Jesus: “E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador para que fique convosco para sempre. (…) Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós” (João 14.16-18).
Ao dizer que não nos deixaria “órfãos”, o Bispo Renato esclareceu que o Senhor Jesus quis dizer que não nos deixaria desamparados diante da nossa perda, comparando nossa dor à que uma criança sente ao perder os pais e ficar sozinha no mundo. “O Espírito Santo vai tomar o lugar da sua dor, Ele vai consolar (…) e você vai ter a memória da pessoa que você perdeu, mas não vai doer mais porque a dor foi tirada. É isso que acontece quando você permite que o Espírito Santo tome o lugar da sua dor”, destacou o Bispo.
Sendo consolado
Para ilustrar a forma como uma pessoa permite que o Espírito Santo ocupe o lugar de quem faleceu, o Bispo fez uma analogia com a história de Isaque, filho de Abraão. A Bíblia conta que quando ele conheceu sua esposa, Rebeca, ele a levou para a tenda onde a sua mãe, Sara, morava antes de morrer e ali ele amou a jovem e foi consolado pela morte de sua mãe (Leia mais em Gênesis 24.67).
Segundo o Bispo, uma pessoa que tem sofrido com a dor da perda pode fazer algo semelhante. Assim, se substituímos, na passagem bíblica, “Rebeca” pelo Espírito Santo e “tenda” pelo coração, vemos a forma como o luto pode ser superado, que é colocando o Espírito Santo no lugar em que está a dor, ou seja, no coração, e se casando com Ele. “O Espírito Santo lhe dá o amor de Deus de tal forma que Ele consola você pela perda, seja de um parente, seja do que for, mas é preciso que você traga o Espírito Santo para sua tenda, para sua vida, para seu coração. Coloque-O no lugar daquilo ou daquela pessoa que você perdeu”, enfatizou.
Entregando a dor
O primeiro passo para quem busca o consolo de Deus é entregar a dor que sente. Ele explicou que muitos que sofrem com o luto acreditam que abrir mão dessa dor é abrir mão do que sentiam pela pessoa que morreu, mas esse pensamento não está certo. “O que você entrega para Deus não está perdido, está guardado”, esclareceu o Bispo. Nesse sentido, entregar algo a Deus seria semelhante ao ato de alugar um cofre de banco para guardar uma joia valiosíssima em um lugar seguro, recebendo a senha ou a chave do cofre. “Quando você entrega a sua dor para Deus, a pessoa que você perdeu não está perdida, pois você a entregou, então essa memória está guardada e essa dor está lá com Deus e, no lugar dela, está o Espírito Santo, a garantia de que Ele está no controle”, disse o Bispo.
Na oportunidade, o Bispo chamou diante do Altar todos os que queriam entregar não apenas a dor pela perda, mas também as culpas que estavam carregando por não terem feito mais, por não terem impedido o que aconteceu ou até mesmo por estarem culpando outras pessoas pela perda. Assim, elas trocaram a dor pelo Consolador.
Força para continuar
A atitude de entregar a Deus a dor pela perda da filha Manuela, de 16 anos, foi o que fez a diferença na vida de Ricardo Pedro, de 53 anos, e Daniele Eloy Pedro, de 43. Em janeiro de 2022, enquanto iam para o litoral paulista, o carro em que estavam foi envolvido em um acidente que acabou vitimando a filha deles. “Na hora em que tudo estava acontecendo, eu queria ver o impossível, o grande milagre acontecer. Eu estava presente no momento do acidente, então acredito que já ali o Espírito Santo já ‘intensificou’ o agir dEle em mim. Recebi a notícia e veio o choque, mas, ao mesmo tempo, veio paz. Foi como se eu estivesse sendo carregada por anjos, sem desespero. Graças a Deus, eu já tinha a comunhão com Ele e ter o Espírito Santo foi crucial para o sustento, o consolo até hoje”, conta Daniele.
Dois meses depois da morte de Manuela, Daniele descobriu que estava grávida. Hoje a família tem certeza de Quem a auxilia a prosseguir: “o consolo de Deus é percebido primeiramente dentro de nós, através da paz e da força que o Próprio Deus coloca no nosso coração. Estando assim, a paz se estende para nossa casa e para os que convivem conosco”, diz ela.
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