Hamã: o inimigo de todos os judeus
O personagem bíblico retratado na minissérie A Rainha da Pérsia revela as consequências de destilar ódio contra os escolhidos por Deus. Descubra quais são elas
Oficial do reino persa, marido e pai de dez filhos. Essa parece a descrição de uma pessoa comum, porém Hamã (Leonardo Medeiros) não foi qualquer um. A minissérie A Rainha da Pérsia não retrata apenas a história de Hadassa, a rainha Ester (Nathalia Florentino), mas a dos demais personagens descritos nos dez capítulos do livro bíblico de Ester, como é o caso de Hamã, definido como “inimigo dos judeus” (Ester 8.1).
A superprodução, exibida pela Record e pelo Univer Vídeo, mostrou que Hamã deu “um jeitinho” de ser convocado para a guerra que os persas travavam contra os gregos. No campo de batalha, ele não poupou esforços para se destacar e se aproximar do rei Xerxes (Carlo Porto) e, aos poucos, foi sendo “promovido” até se tornar o primeiro-ministro da Pérsia, onde todos se inclinavam a ele (Ester 3.2) – todos, menos Mordecai (André Bankoff), atitude que alimentava o ódio que Hamã nutria pelo povo escolhido.
Além do ódio
A autora de A Rainha da Pérsia, Cristiane Cardoso, explica que o processo de construção do personagem partiu das indicações bíblicas. “Pelo que a Bíblia descreve de Hamã, podemos concluir que ele era um homem extremamente vaidoso, inseguro e mau-caráter, além de ter um ódio eterno pelos judeus. Por isso, ele usou o seu poder de influência para conseguir um decreto do rei para acabar com todos os judeus, especialmente Mordecai, que, além de ser judeu, não o respeitava como autoridade do reino. Hamã chegou a fazer uma forca só para Mordecai”, detalha.
O mau-caratismo do primeiro-ministro persa fez com que ele se envolvesse até nas conspirações contra o rei Xerxes. Apesar do ódio pelos judeus ser algo generalizado no reino, Hamã obteve o poder necessário para ser o “vilão” que decretou a aniquilação desse povo. Ele disse ao rei: “… Existe espalhado e dividido entre os povos em todas as províncias do teu reino um povo, cujas leis são diferentes das leis de todos os povos, e que não cumpre as leis do rei; por isso não convém ao rei deixá-lo ficar. Se bem parecer ao rei, decrete-se que os matem…” (Ester 3.8-9). E assim, enganando o monarca da Pérsia e a si mesmo, o descendente dos amalequitas acreditava que conquistaria tudo que desejava.
Cristiane afirma que Hamã tramava tudo em nome do próprio benefício: “com certeza ele se envolvia em conflitos palacianos, até porque, pelas características já citadas, Hamã não tem nem perfil para estar como primeiro-ministro de um império tão poderoso como a Pérsia e certamente o conseguiu à base do engano, como mostramos na série”.
Uma importante lição
Aqui vai um spoiler: quem conhece a história bíblica sabe que o fim de Hamã será trágico e que seus planos se voltarão contra ele mesmo e sua família. Ele morrerá na forca. Isso ocorrerá depois de um banquete oferecido por Ester, durante o qual ela revelará sua verdadeira origem.
O episódio mostra uma das principais lições dessa história que aconteceu há cerca de 2.500 anos, como diz Cristiane: “não se entra em uma guerra contra quem é de Deus, não só pelo fato de o fracasso estar garantido, mas também pela maldição que vem não só contra si mesmo como contra toda a sua família”. Isso corrobora não apenas com o fim de Hamã descrito na Bíblia, mas também com o que foi prometido ao patriarca dos judeus quando o Senhor afirmou: “abençoarei os que te abençoam e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (Gênesis 12.3).
Para aprender outras lições do livro de Ester, assista à minissérie pela Record de segunda a sexta-feira, a partir das 21 horas, ou pelo Univer Vídeo, plataforma de streaming que contém os episódios anteriores e exibe os novos com antecedência.