Hepatite: uma doença infecciosa que pode matar

A campanha Julho Amarelo acontece para conscientizar sobre os cuidados, evitar consequências mais graves e alertar quanto à infecção que pode ser silenciosa e sorrateira

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As hepatites virais são classificadas pelas letras A, B, C, D e E. Trata-se de uma doença que acomete muitos brasileiros, mas, por ser silenciosa e inicialmente assintomática, grande parte das pessoas desconhece que são portadoras dessa condição de saúde. Entre os anos 2000 e 2021, mais de 700 mil casos de hepatite foram confirmados no Brasil, sendo as hepatites C (39,8%), B (36,9%) e A (22,5%) as mais recorrentes

De acordo com o Ministério da Saúde, até 2022, cerca de 150 mil pessoas já tinham sido diagnosticadas, tratadas e curadas da hepatite C, mas estima-se que existam cerca de 520 mil portadores dessa variante da doença ainda sem diagnóstico nem tratamento.

No caso da hepatite B, o cálculo é de que quase 1 milhão de pessoas vivam com essa doença no País e que 700 mil ainda não receberam o diagnóstico.

Três mil vítimas por dia

Segundo o Ministério da Saúde, entre 60% e 85% dos casos de hepatite se tornam crônicos e cerca de 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo.

Os dados deste ano, divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por meio do Relatório Global sobre Hepatites de 2024, revelam que as mortes por hepatites virais estão aumentando em todo o mundo, o que as torna a infecção que mais causa mortes no planeta, superando até enfermidades como a tuberculose e a aids. Atualmente, a hepatite mata mais de três mil pessoas por dia e mais de 1 milhão por ano. A explicação para esses números é a inexistência de sintomas no começo.

A infectologista Andrea Almeida diz que é importante observar outras doenças que podem desencadear a hepatite: “recentemente, na epidemia de dengue, observamos vários pacientes com alteração hepática. Outra doença que está sendo muito comentada, por conta da calamidade do Rio Grande do Sul, é a leptospirose, que também causa hepatite”.

Apesar do elevado número de casos, a doença ainda é pouco conhecida por uma significativa parcela da população e, por isso, foi instituída no Brasil, pela Lei nº 13.802/2019, a campanha Julho Amarelo. O intuito da iniciativa é reforçar as ações de vigilância, de prevenção e de controle das hepatites virais. Andrea destaca a importância dessa ação: “é necessário que a informação seja levada de modo geral para a população. Além disso, é um mês importante para promover a prevenção da doença. Hepatites têm tratamento e cura e, por causa disso, todos devem procurar uma unidade de saúde para realizar um teste”, conclui. Aprenda mais lendo os quadros do infográfico abaixo.

 

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Colaborador

Camila Teodoro / Arte: Edi Edson