Hora de olhar para o lixo

A separação adequada dos resíduos que produzimos diariamente auxilia na coleta seletiva, na reciclagem e ainda diminui os impactos ambientais

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Já parou para pensar quanto lixo produzimos? Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, os brasileiros produziram 211 mil toneladas de lixo por dia, totalizando 77,1 milhões de toneladas em 2022. Resumindo: é muito!

Precisamos pensar não apenas em reduzir essa quantidade, mas também em sua destinação. Até porque a solução não é simplesmente o descarte em aterros sanitários, o que contamina o solo, causa doenças e não é funcional. É por isso que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 2.305/2010) prevê a reciclagem por meio da coleta seletiva, mas em 14 anos avançamos pouco nessa questão. O Panorama da Coleta Seletiva no Brasil 2023 mostra que só 21,7% dos municípios brasileiros atendem pelo menos metade da população com a coleta seletiva porta a porta. Mas, antes de nos preocuparmos com as toneladas de lixo que não têm destino adequado, precisamos olhar para os quilos que produzimos individualmente.

Afinal, o lixo é seu
A produção do lixo e a coleta seletiva (separação correta dos resíduos) começam em casa, seguindo as orientações das autoridades locais, e se estendem ao ambiente de trabalho. Leia mais nos quadros ao lado.

E, obviamente, a responsabilidade se estende ao governo em todas as suas esferas de atuação. Fernando Dias, coordenador de marketing do Produtos Paraná, empresa focada em produtos ecologicamente corretos, e especialista em ESG, diz que a responsabilidade do governo “inclui o estabelecimento de políticas públicas e a facilitação da implementação de programas de coleta seletiva. Isso pode envolver investimentos em infraestrutura, como contêineres de reciclagem, caminhões de coleta separada e instalações de triagem e processamento de resíduos recicláveis. Além disso, o governo também é responsável pelo fornecimento de informações sobre separação e descarte corretos dos resíduos e pela fiscalização do cumprimento das leis e regulamentos ambientais”.

É a conscientização que permite que muitos resíduos ganhem nova função, em vez de virar apenas lixo. “Atualmente, a maioria dos materiais usados já pode voltar à cadeia produtiva depois de serem reciclados. Caso contrário, o material é tratado com técnicas que utilizarão os subprodutos para novas aplicações”, cita Ary Biazotto, especialista e pesquisador em reciclagem, reúso, reparo e rastreabilidade de equipamentos eletrônicos.

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Colaborador

Lais Klaiber / Arte e Ilustração: Edi Edson