Quantas vezes você se pegou sofrendo para tentar se encaixar em um padrão estético? Talvez já tenha tentado dietas restritivas, passou fome, viveu numa academia e, mesmo assim, não se sentiu bonita, magra(o) o suficiente e aceita(o).

Se você deixar, essa ideia de se encaixar num padrão cruel pode controlar sua vida, torturar e, em casos extremos, causar a morte. A influencer brasileira Bella Russo (foto abaixo) foi uma vítima disso. Em entrevista à BBC ela contou que, apesar de ser magra, tinha inseguranças com partes do seu corpo.

Fazia exercícios em excesso e por conta da autocobrança desenvolveu compulsão alimentar. Apesar de estar magra e com o “corpo ideal” tinha uma péssima relação com a comida e muitos problemas internos.

Ela precisou sofrer um acidente que a impediu de fazer exercícios e a fez repensar todas essas atitudes. Mais de um ano depois ela parou de seguir dietas, se alimenta de forma saudável e sem restrições. Ganhou alguns quilos, mas aprendeu a se valorizar.

Corrida insana

O medo de perder a beleza assombra muitas mulheres. Elas querem ser lindas e aceitas pela sociedade, ainda que isso custe sua paz. Nessa ótica não tem problema estar mal do lado de dentro. Importa mesmo é estar bem do lado de fora. E a sociedade só reforça essa atitude, prometendo todos os procedimentos para que tenham o corpo “perfeito”.

Para a escritora Núbia Siqueira, esta ideia é uma verdadeira armadilha. “A autoestima secular só é alta quando tudo está bem no meu físico. Se estou dentro do peso, o cabelo legal, bem vestida. Se alguma dessas coisas sair errado, minha autoestima já ficou baixa. Por isso, meu valor não pode depender da minha aparência, pois o meu corpo tem prazo de validade, é bonito por um tempo”, explica.

Esse é o principal motivo pelo qual a mulher deve aprender a lidar bem com as mudanças em seu corpo e focar em investir na beleza interior. Pois só ela permanece e pode crescer dia após dia. Lembre-se: a beleza física não lhe dá conteúdo.

“O valor está no que é invisível, na alma. Não devemos ficar deprimidas, infelizes com as nossas imperfeições, elas fazem parte da vida. Quando tudo é muito perfeito é porque não é natural”, finaliza.