Iniciativa espalha mensagens de apoio emocional em pontes ao longo do icônico rio britânico
Objetivo da ação foi oferecer esperança às pessoas que pensam em suicídio
Uma iniciativa dos programas sociais Anjos da Madrugada e Depressão Tem Cura (DTC) de Londres mobilizou voluntários, no dia 12 de maio, para espalhar cartões com mensagens de esperança e apoio emocional, em pontes ao longo do rio Tâmisa, para combater o suicídio.
Segundo o responsável pela ação, Conrad Williamson, a ideia da ação surgiu “em decorrência do aumento de casos de depressão e das tentativas de suicídio, que se tornaram evidentes na sociedade atual”. Ele ainda diz que acredita que as dificuldades financeiras resultantes do lockdown deixaram “muitas pessoas desesperadas e estressadas, sendo que muitos já se sentiam vazios por dentro, e emocionalmente, foram levados aos seus limites”.
Conrad explica que a escolha dos locais se deu porque são lugares, frequentemente, procurados por pessoas que tentam tirar suas próprias vidas. Ele ressalta também que é essencial chegar às pessoas antes que elas tomem uma decisão drástica, além de fazê-las saber que há uma solução e uma opção melhor do que o suicídio para lidar com as pressões da vida.
Com seus 346 quilômetros, o Rio Tâmisa é o maior rio da Inglaterra e um dos símbolos britânicos. Ele é um curso de água do Sul da Inglaterra, que banha Londres e Oxford.
As cartas espalhadas nas pontes foram escritas pelos próprios voluntários, e junto a uma mensagem de ânimo e força, foram colocados também o contato para a linha de apoio oferecida pelos programas sociais, a fim de ajudar quem precisa desabafar.
“Participar de uma ação como essa é uma grande lição de vida, pois esse é o tipo de mensagem que eu gostaria de ter recebido quando estava no fundo do poço. Eu vejo como apenas um pouco de encorajamento pode levantar o ânimo de alguém, e é por isso que tenho prazer em escrever e postar essas notas, pois acredito que encontra-las pode ser como um vislumbre de esperança para quem está vivendo essa situação”, relata a voluntária Goldlynn Wanjiku.
De acordo com um estudo realizado por especialistas da University College London e do Sutton Trust, na Inglaterra, o número de jovens que sofrem com problemas de saúde mental duplicou nos últimos 15 anos. De acordo com os resultados, 44% dos jovens estão acima dos indicadores de provável doença mental, o que indica altos níveis de sofrimento psicológico.