Inteligência artificial: como não ser enganado
Apesar de inúmeros benefícios, a tecnologia pode ser utilizada para criar mentiras super-realistas
E stamos em meio a uma grande evolução que promete impactar todas as áreas da sociedade. Essa mudança está diretamente ligada ao avanço da tecnologia, em especial da inteligência artificial. Como se fosse um supercérebro, a ferramenta tem permitido criações nunca antes vistas e que facilitam o dia a dia das pessoas mundo afora.
A inteligência artificial, porém, esconde alguns aspectos sombrios e um deles está relacionado à comunicação. Na prática, os programas são tão avançados que são capazes de criar vídeos, áudios e fotos de uma pessoa tendo como base apenas conteúdos anteriores disponíveis na rede.
Esse recurso, inclusive, já tem sido usado por criminosos para aplicar golpes financeiros, mas a grande preocupação é com a propagação das fake news (notícias falsas).
As notícias são a principal fonte de atualização das pessoas e, atualmente, informações estão por todos os lados, especialmente nas redes sociais. E é justamente nesses ambientes que as notícias falsas ganham espaço. Sem a devida averiguação, postagens são compartilhadas milhares de vezes como se fossem verdadeiras e afetam tanto os caluniados quanto quem as acessa.
Por esse motivo, nunca foi tão importante que as pessoas tenham senso crítico ao consumir informações. Manchetes chamativas, textos sensacionalistas e em tom opinativo, normalmente, são indícios de uma notícia falsa e, por isso, buscar as fontes oficiais e os veículos de comunicação confiáveis é essencial para não ser enganado nem acabar enganando os outros ao compartilhar um conteúdo falso.
“A inteligência artificial está em fase de aprendizado. Hoje, ela ainda está cometendo alguns erros, mas futuramente será impossível que uma pessoa identifique um conteúdo criado. Apenas outra ferramenta de inteligência artificial conseguirá fazer essa diferenciação. Por isso, temos que correr com a legislação e acredito que será necessário até emitir uma licença para que as pessoas que usam a inteligência artificial sejam identificadas”, explica Wanderson Castilho, perito em crimes digitais.
Ele ainda chama a atenção para o fato de a inteligência artificial poder ser manipulada, afinal ela tem como base informações pré-recebidas.
Assim, quem define os dados presentes na tecnologia tem um grande poder nas mãos. “Um questionamento que a sociedade precisa fazer é: quem garante que a inteligência artificial já não está manipulada?”, afirma Castilho.