Criar imagens realistas é uma das funções da Inteligência Artificial (IA) disponível em softwares de edição. E, enquanto muitos a utilizam de modo saudável a fim de explorar a sua criatividade, criminosos aproveitam da ferramenta para alimentar bancos de pornografia infantil com imagens geradas pela tecnologia.

Entenda:

• Inserida em softwares de edição de imagem e vídeo, as IAs se tornaram um dos principais negócios de criminosos que propagam conteúdos de pornografia infantil na internet.
• Com a ferramenta, usuários mal-intencionados passaram a criar conteúdos de sexo envolvendo crianças encontradas em banco de imagens e vítimas que tiveram sua identidade divulgada em materiais de abuso infantil presentes em fóruns da dark web (rede com sites ocultos).
• Especialistas em cibercrimes afirmam que, com esse avanço negativo, a procura de criminosos e investigações de crianças desaparecidas na internet enfrentam dificuldades, já que agora autoridades devem gastar esforços para definir aquilo que é ou não real na rede.
• As novas deepfakes geradas pela inteligência contribui para “aperfeiçoar” a tecnologia, visto que ela aprende de acordo com as novas funções inseridas em seu banco de dados.
• O ato populariza ainda mais a ferramenta, além de incentivar pessoas mal-intencionadas a criar e alimentar sites ilegais com o conteúdo.

O crescimento dos casos:

Segundo último relatório divulgado pela organização não-governamental Safernet, o Brasil registrou 111.929 denúncias de abuso e exploração sexual na internet em 2022 – cerca de 306 por dia.

A associação também conclui que é a segunda vez consecutiva que o país ultrapassa o marco de 100 mil registros desse tipo.

Cuidados e precauções na internet:

A popularização da internet entre públicos de todas idades, unida à evolução das inteligências artificiais, possibilita que novos golpes, crimes e riscos surjam, por isso, medidas que garantam a sua segurança nas redes digitais devem ser tomadas. Ao se conectar é aconselhado:

• Por ser um ambiente de sociabilidade, é preciso reaprender como se relacionar com os usuários presentes na internet.
• Para familiares, evite compartilhar fotos de seus filhos ou familiares menores, não divulgue sua localização.
• Para as crianças, é preciso reeducá-las sobre não interagir com estranhos.
• Não mandar fotos, não dizer onde estuda, não fornecer dados de documentos ou financeiros, não aceitar convites para encontros, entre outras situações que envolvam a sua privacidade e informações pessoais.
•  Verifique também as configurações de uso das plataformas digitais pelas crianças, preze por ferramentas apropriadas pela sua segurança e privacidade.
• Mantenha uma relação de diálogo, divida conselhos e orientações com as crianças, muitas passam por situações de risco nas redes por não haver uma relação de confiança com um adulto, como seus pais ou familiares próximos.

ATENÇÃO: Caso se depare com essa prática ou seja uma vítima, denuncie! Fazendo isso, você contribui para que outras crianças sejam protegidas e não se tornem parte dos índices que crescem a cada dia.

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