O Exército do Irã anunciou, na sexta-feira (27), o início de um “massivo treinamento militar” em Isfahan, cidade localizada na região central do país e a cerca de 450 km da capital, Teerã.

O objetivo, segundo a agência oficial de notícias do país comandado pelos aiatolás, é avaliar a capacidade de combate de vários tipos de veículo militar e testar novos armamentos — sem especificar quais.

• O treinamento conta com a presença de comandantes militares seniores, incluindo o vice-diretor do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, brigadeiro-general Aziz Nasirzadeh.

• Um porta-voz não identificado afirmou à agência oficial de notícias que os exercícios envolvem várias unidades do Exército, incluindo a infantaria, blindados, mísseis, artilharia, aviação e drones, além de modernas, automatizadas e cibernéticas unidades de combate.

• A fonte enfatizou que o ensaio, em linha com a nova estrutura organizacional, se concentra em quatro áreas: velocidade, precisão, inteligência e habilidade para automatizar e conectar equipamentos militares. Esses quatro recursos serão acessados em vários estágios do exercício durante a operação e a avaliação do terreno.

Governo Biden dissociou a ação do conflito entre Israel e Hamas:

O ensaio das forças iranianas começa um dia após os Estados Unidos terem atacado duas instalações na Síria usadas pela Guarda Revolucionária Islâmica do Irã e outros grupos aliados. Supostamente, não há relação entre essa investida e o conflito entre Israel e os terroristas do Hamas.

• “Os ataques de precisão de autodefesa são uma resposta a uma série de investidas contínuas e, em sua maioria, sem sucesso contra as forças dos Estados Unidos no Iraque e na Síria realizadas por grupos de milícias apoiados pelo Irã e que tiveram início em 17 de outubro”, afirmou o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em comunicado.

Construção de bomba nuclear:

Um relatório do Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgado no fim de setembro mostra que o Irã tem capacidade de construir uma arma nuclear em menos de duas semanas.

• O estudo “Estratégias para neutralizar armas de destruição em massa” reconhece, porém, que o regime dos aiatolás não tem um programa nuclear em curso agora.

• “O Irã, como uma ameaça persistente, não persegue um programa de armas nucleares neste momento, mas tem a capacidade de produzir material físsil suficiente em menos de duas semanas. Além disso, os Estados Unidos avaliam que o Irã não cumpre as suas obrigações na CWC [Convenção de Armas Químicas, na sigla em inglês]”, advertiu o governo americano.

• Como exemplos, o departamento americano responsável pela defesa do país elencou os itens não cumpridos pelos aiatolás. “Por exemplo, o Irã não apresentou uma declaração completa sobre instalações de produção de armas químicas para cumprir os processos da CWC. Os Estados Unidos também estão preocupados com o fato de o Irã buscar produtos químicos de dupla utilização, que atuam no sistema nervoso central para fins ofensivos”, alertou.

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