Israel declara secretário-geral da ONU ‘persona non grata’ e o proíbe de entrar no país
António Guterres não condenou o ataque do Irã contra o território israelense
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, declarou o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, “persona non grata” e proibiu a entrada dele no país.
O motivo foi a falta de um posicionamento claro de Guterres sobre o ataque de terça-feira (1º), quando o Irã lançou cerca de 200 mísseis em direção ao território israelense.
“Qualquer pessoa que não consiga condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irã contra Israel, como quase todos os países do mundo fizeram, não merece pisar em solo israelense”, escreveu Katz nas redes sociais.
Ele acrescentou ainda a ausência de posicionamentos mais contundentes do secretário-geral em relação a grupos terroristas hostis a Israel.
“Este é um secretário-geral que ainda não denunciou o massacre e as atrocidades sexuais cometidas pelos assassinos do Hamas em 7 de outubro, nem liderou esforços para declará-los uma organização terrorista. Um secretário-geral que apoia terroristas, estupradores e assassinos do Hamas, Hezbollah, Houthis e agora o Irã — a matriz do terror global — será lembrado como uma mancha na história da ONU”, completou.
A única manifestação de Guterres na terça-feira não fazia qualquer menção ao ataque contra Israel.
“Condeno a ampliação do conflito no Oriente Médio, escalada após escalada. Isso tem que acabar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”, publicou o chefe da ONU no Instagram.
Lula
Em fevereiro deste ano, o governo israelense também declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva era uma “persona non grata”. O anúncio foi feito em meio a uma tensão diplomática entre os dois países que culminou com a retirada do embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer.
“Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel. Informei ao presidente Lula que ele é uma personalidade indesejável em Israel até que ele peça desculpas e se retrate de suas palavras”, afirmou Katz naquela ocasião.
Lula havia comparado a ofensiva israelense em Gaza ao holocausto, o que gerou revolta no governo de Benjamin Netanyahu.
“A comparação do presidente brasileiro Lula entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as ações de Hitler e dos nazistas, que exterminaram 6 milhões de judeus, é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto”, argumentou o ministro.