Já pensou em ser cuidador?

O número de trabalhadores nessa área cresceu mais de 500% nos últimos anos e tende a elevar-se ainda mais. Saiba como investir nessa profissão

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Não é novidade que a população no Brasil está envelhecendo rapidamente. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em 2022, mostram que 32,9 milhões de pessoas têm 65 anos ou mais. A projeção é que essa população, em 2050, atinja 63 milhões de pessoas. Por outro lado, a quantidade de cuidadores não só de idosos, mas também de pessoas com necessidades especiais, também cresce bastante. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2012, eram 5.263 profissionais e, em 2022, saltou para 34.054, um aumento de 547%.

Embora a área ainda não seja regulamentada, a tendência é que cresça cada vez mais. Para Marilia Vieira da Silva, técnica de enfermagem, gestora de recursos humanos (RH) e fundadora da Lavier Cuidados Essenciais, em São Paulo, quem quiser aproveitar a oportunidade profissional precisa preparar-se. “A função não é fácil. Não se trata apenas de companhia. O cuidador precisa estar atento a qualquer alteração e mudança no comportamento do idoso: perda de memórias, se está dormindo direito, se consegue se alimentar sozinho, se tem dificuldade ao andar ou deglutir, entre outros”, exemplifica.

Marilia esclarece que primeiro é preciso saber como funciona o mercado. “Os profissionais costumam ser MEI [microempreendedor individual] e contatados pelas empresas. É comum também vermos cuidadores que trabalham em mais de uma residência, conciliando os horários dos plantões. A faixa salarial depende da escala que o cuidador vai trabalhar e pode variar, em média, de R$ 2 mil a R$ 4 mil. Se possuir uma boa carteira de clientes para atendimento, pode, sim, ser rentável”, analisa.

Segundo ela, o ideal é iniciar com um curso de cuidador de idosos. “É preciso passar a enxergar essa profissão como parte da área da saúde e realmente exigir cuidado e qualificação. Caso no curso não exista a possibilidade de realizar muitas atividades práticas, é importante fazer trabalho voluntário em algumas instituições para conhecer a rotina de trabalho e adquirir experiência para aprender a administração de medicação, primeiros socorros, aferição de sinais vitais e de glicemia, cuidados de higiene e com pacientes acamados e também com a alimentação”, diz.

Também é necessário entender que o cuidador vai atender indivíduos diversos, com diferentes patologias ou questões pessoais. “Precisamos nos adaptar a isso, além de sempre buscar conhecimento. A empatia é essencial nessa área e tão importante quanto a qualificação. Colocar-se no lugar do próximo é fundamental, ainda mais pensando no etarismo e no número de casos que temos de violência contra idosos e que muitas vezes ocorrem pela falta de preparo em saber lidar e entender as necessidades e a atenção que uma pessoa idosa exige neste momento da vida”, esclarece.

Marilia explica que o cuidador também precisa saber lidar com os avanços tecnológicos para poder atender melhor. “Hoje até mesmo os dispositivos como medidores de pressão, de glicose e oxímetros são mais tecnológicos, alguns podem ser conectados a aplicativos e ajudam a monitorar a saúde do idoso em tempo real, prevenindo complicações e permitindo intervenções rápidas. Além disso, tecnologias como tablets e smartphones, com aplicativos simples, auxiliam na comunicação e na socialização, mantendo o idoso conectado com a família e prevenindo o isolamento social, o que é essencial para a saúde mental”, avalia.

Contudo a atitude do cuidador pode fazer muita diferença para incentivar a pessoa idosa a ter um envelhecimento ativo e saudável. “O nosso cérebro é como um músculo e, se não se o exercitarmos, ele atrofia. Quando pensamos em saúde, pensamos no bem-estar do indivíduo e acreditamos que o lazer faz parte disso. Por isso, o cuidador pode agir estimulando o idoso caso ele não saiba ler ou ler para ele, cantar, dançar, dentro da limitação de cada um, além de incentivá-lo a caminhar, alongar, passear, sempre respeitando a autonomia da pessoa idosa. Isso é essencial para preservar sua dignidade e individualidade.”

Ela orienta ainda que o cuidador pense na questão burocrática. “É muito importante ter contador e buscar bons contratos que possam favorecer tanto os prestadores de serviço quanto o cliente. Além disso, nunca se esqueça de cuidar de si, da sua saúde mental e física, para que suas emoções estejam sempre equilibradas, evitando que interfiram nos cuidados oferecidos. Buscar constantemente novos conhecimentos também é importante para criar um ambiente acolhedor e seguro, onde o idoso se sinta amado e protegido. Ser cuidador é, acima de tudo, sobre amor, e, quando se ama a profissão, isso se reflete no trabalho”, finaliza.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Foto: Sturti/GettyImages / Arte: Edi Edson