Janeiro roxo: Mês de combate à hanseníase
Conhecida como lepra, a doença ainda é cercada de muitos mitos e preconceitos
Conhecida anteriomente como lepra, a hanseníase, ou doença de Hansen, em homenagem ao médico e bacterologista Gerhard Henrick Armauer Hansen que a identificou em 1873, é cercada de preconceitos e desinformação.
A hanseníase afeta os relacionamentos sociais do portador, sua condição socioeconômica, seu bem-estar mental e sua qualidade de vida. Por isso, com o objetivo de dar mais visibilidade ao assunto, no primeiro mês do ano é realizada a campanha Janeiro Roxo, criada para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento.
O infectologista Silvio Bertini cita que a hanseníase acomete pessoas de ambos os sexos, de qualquer idade e que as lesões neurais decorrentes dela conferem grande potencial de gerar deficiências físicas, que é o principal responsável pelo estigma e discriminação em relação às pessoas portadoras da doença. “Existe a crença errônea de que a doença faz cair pedaços do corpo (pele, sola do pé, dedos, entre outros). O que ocorre é que, por conta da ausência de sensibilidade ao calor, frio, dor e tato, a pessoa pode se queimar e se machucar sem sentir”, diz Bertini.
Ele destaca que o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e pode variar de dois a mais de dez anos. “Os sintomas podem ser variados, pois os nervos dos membros inferiores, superiores e face vão sendo lentamente comprometidos. Por isso as alterações podem passar despercebidas e muitas vezes só são detectadas quando já estão em estágio avançado”, ressalta.
Já o hansenologista Marcos César Florian afirma que, ao contrário do que muitos pensam, essa doença, apesar de ser antiga, não está erradicada. Ela ainda afeta milhares de pessoas atualmente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Índia e o Brasil, respectivamente, são os países com maior número de casos da doença no mundo. Conheça mais sobre a hanseníase lendo as informações no infográfico ao lado.