O Japão iniciou os investimentos em 2021 de maneira inédita: repassando 19 milhões de dólares (o equivalente a R$ 97 milhões) para que empresas de tecnologia desenvolvam ferramentas que ajudem os japoneses a se casarem.

Essa decisão foi tomada após o país bate recorde negativo na taxa de natalidade: apenas 865 mil pessoas nasceram no país em 2019. Ou seja: a cada mil habitante, apenas 7,42 pessoas nasceram. Em 2020 o número baixou para 7,32.

Para efeito de comparação, no México, que tem população de mesmo tamanho, a taxa de natalidade foi de 17,56. No Brasil foi de 13,58.

A taxa de natalidade japonesa está em queda há mais de 20 anos (com exceção de 2006, único ano com alta, de 0,30). A estimativa é que nas próximas décadas a população japonesa diminua de 128 milhões para apenas 53 milhões de pessoas. O que tornaria o país insustentável financeiramente.

Diante de tal cenário, o governo decidiu investir em tecnologias que aproximem pessoas, como sites de relacionamentos que apresentem informações como idade, renda, e preferências de lazer.

Mas será que isso é o suficiente para fazer com que famílias bem estruturadas surjam?

País da tecnologia

O investimento do governo japonês baseia-se no fato de que os japoneses são viciados em tecnologias. Tanto é assim que o desenvolvimento de aplicativos e gadgets é gigantesco no país. Entretanto, é necessário que as pessoas se desliguem das tecnologias e invistam mais em relações pessoais para que surjam mais famílias bem-estruturadas para a criação de filhos.

É isso o que defende a antropóloga Sachiko Horiguchi, da Universidade do Templo do Japão. Em entrevista à BBC, ela afirmou:

“Se eles não estão interessados em sair com alguém, encontros românticos provavelmente não vão adiantar”.

Prova disso é que já existem agências de encontro em várias cidades do Japão. Também estão disponível sites de relacionamento. E, mesmo assim, as famílias não estão sendo construídas.

Isso acontece porque, hoje em dia, muitas pessoas investem todo o seu tempo em outras áreas da vida, deixando para segundo plano a vida amorosa. E, quem não investe em algo, não pode colher bons frutos.

É preciso agir

“Encontrar um par para sua vida não é sorte”, explica o escritor Renato Cardoso, autor do livro “Casamento Blindado”. “Assim como você teve de aplicar-se para descobrir e desenvolver a sua profissão – e isso envolveu estudo, isso envolveu tempo, trabalho, dedicação, sacrifício – você também deve se aplicar para construir um relacionamento amoroso”.

Conforme ele explica “Não é diferente para você encontrar um par para sua vida. É preciso trabalho. O grande erro das pessoas é achar que encontrar aquela pessoa que vai ser o seu par para a vida é obra do acaso, é obra do cupido, que um dia ela vai tropeçar nessa pessoa, vai ter aquele encontro cinematográfico”.

Segundo o governo japonês, pode ser o bastante ficar atrás de uma tela lendo perfis de desconhecidos em um site de relacionamentos. Mas encontrar alguém para construir um casamento necessita de muito mais trabalho.

“O segredo para encontrar uma pessoa que venha a ser o seu par para a vida, que venha a fazer você feliz e você fazê-la feliz, fazer você se sentir uma pessoa abençoada, é você fazer as coisas certas. As coisas que vão lhe levar para este encontro. E não para longe desse encontro”, conclui Cardoso.

Esse e outros ensinamentos são transmitidos todas as quintas-feiras, na Terapia do Amor. Se você também está com dificuldades para construir uma relação, participe da Terapia e obtenha a ajuda necessária. Clique aqui e saiba onde e quando participar.