Josélia Cristiane Guedes, de 36 anos, já frequentava a Universal quando conheceu o Projeto Raabe e participou do curso de Autoconhecimento que, para ela, foi um divisor de águas.

Em 2011, o filho de Josélia, na ocasião com apenas 11 anos de idade, foi diagnosticado com uma doença chamada cardiomiopatia dilatada. Mas, infelizmente, ele faleceu em 2013, aos 14 anos.

Com a morte prematura do filho, Josélia ficou completamente desorientada. “Uma tristeza me consumia dia e noite. Havia uma dor desesperadora. Nada era capaz de acalmá-la”, diz.

Desde então, Josélia passou a sofrer com a síndrome do pânico. Tinha medo de ficar sozinha e de escuro. Pensamentos de morte a atormentavam.

Identificando as raízes

Três meses após a morte do filho, Josélia recebeu o convite para participar do Curso de Autoconhecimento, do Projeto Raabe.

Assistindo às aulas e realizando tarefas que eram passadas, ela pôde identificar outras raízes de traumas causados pelos abusos sexuais sofridos na infância.  O abusador, conta, era o próprio pai.

“Eu odiava meu pai. Fui agredida muitas vezes e de todas as formas. Me sujeitava ao abuso, pois não tinha forças para sair de casa ou até mesmo denunciar. Tinha muito medo dele. Após o nascimento do meu filho, saí para trabalhar e, aos poucos, consegui me libertar dele”.

Finalmente, Josélia conseguiu entender a razão de muitas de suas atitudes e comportamentos.

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Autoconhecimento e a cura interior

“Eu não tinha noção da destruição que havia no meu interior. No curso, eu descobri. Havia muitas reclamações, isolamento e fuga. Mas eu não ligava uma coisa à outra. Eu não me conhecia. Criei muros que não me permitiam relacionamentos e nem mesmo me olhar como uma mulher”.

Contudo, com a ajuda do curso e das conselheiras do projeto Raabe, Josélia conseguiu se livrar de toda dor e sofrimento. O seu interior foi curado. Consequentemente, sua autoestima e sua fé foram fortalecidas. “Eu ganhei uma vida nova, sou muito grata a Deus e às voluntárias que me ajudaram”.

Acompanhe abaixo o depoimento dela:

Projeto Raabe

O Projeto Raabe foi criado em 2011, com o objetivo de valorizar e dar assistência emocional e espiritual às mulheres que carregam algum tipo de trauma e marcas do passado.

Nesse sentido, as conselheiras e profissionais voluntárias (advogadas e assistentes sociais) desenvolvem um papel fundamental. Pois, prestam apoio emocional e psicológico, bem como orientação espiritual e esclarecimentos sobre questões jurídicas e sociais.

Conselheiras Capelães

Por isso, com o intuito de capacitá-las ainda mais, o projeto Raabe promoveu recentemente o curso de “Capelania para Mulheres”.

Com uma carga horária de 240 horas, o curso, que foi concluído em três meses, abordou as seguintes disciplinas: Direito da Mulher, Lei Maria da Penha, Saúde da Mulher, A Mulher na Política e Relacionamento Familiar.

Para a assistente social e professora de capelania, Sueli Plácido, que ministrou o curso, as conselheiras já são capacitadas para atender essas mulheres, uma vez que o próprio projeto dá essa capacitação por meio do curso de Autoconhecimento.

Todavia, segundo ela, a capelania vem para dar mais legitimidade ao trabalho fora da instituição. “Ela permite alcançar mais mulheres em outras instituições governamentais ou privadas. A formação de capelã dá a elas respaldo perante a lei para acolher e fazer esse acompanhamento espiritual à mulher”, explica.

A formatura da primeira turma de conselheiras capelães aconteceu na primeira semana de dezembro, na qual se formaram 26 voluntárias.

Curso do Autoconhecimento

Para mais informações sobre o curso acesse o site oficial do Projeto Raabe.

Para participar da próxima turma do Curso de Autoconhecimento, acesse aqui e preencha o formulário.