Mãe: um ser especial. Por quê?

O exemplo materno dentro de casa contagia e é capaz de promover verdadeiras transformações

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Você já parou para pensar qual é o significado da palavra mãe? Vejamos duas definições: “mulher que deu à luz ou criou outro ser humano e ajudou no seu desenvolvimento” e “aquela que ajuda a facilitar a vida de outras pessoas, prestando-lhes favores e assistência”. Essa última já consegue resumir o motivo pelo qual a presença da mãe é tão importante na vida de um filho.
Independentemente se o filho é de sangue ou de criação, quando uma mulher decide assumir o papel de educadora e protetora, ela está se posicionando como uma verdadeira mãe. E, entre tantas atividades que desempenha nessa função de educar, orientar, disciplinar e corrigir, há uma em especial que costuma ser negligenciada: o de influenciar.
Mothers day greeting card with Phlox flowers, eucalyptus leaves and ribbon under heart shape tag. Vector illustration
Ao nascer, uma criança é como uma folha em branco que começa a ser preenchida por meio da observação e da imitação. Ela olha para os que estão as seu redor e passa a copiar os gestos, as palavras e as ações. Nesse contexto, a mãe, por ser o contato mais constante  na vida dela – principalmente nos primeiros meses –, se transforma em uma referência para ela. Estudos científicos apontam, inclusive, que o caráter, a personalidade e o verdadeiro eu de um indivíduo são construídos nos seus primeiros anos de vida, o que reforça a importância do papel da progenitora. “Bem ou mal, estas são as duas formas que existem de se educar um filho, ou seja, os filhos acabam por ser o produto não só dos nossos exemplos, mas, especialmente, das nossas escolhas. A cada passo que damos, existe uma responsabilidade acrescida quando temos um filho, pois, mesmo que não consideremos assim, ele estará observando tudo o que fazemos”, escreveu o Bispo Júlio Freitas em seu blog.
Além da referência peculiar, a mãe é vista como um apoio certo tanto na infância – fase em que a comida, a higiene e o aconchego para dormir dependem dela – quanto nas demais etapas da vida, quando surgem as dificuldades. Nesse sentido, é um privilégio poder contar com o colo da mãe em um momento difícil, com seu apoio para se levantar nas dificuldades, com os puxões de orelha para retornar ao caminho certo ou com o empurrão para começar algo novo. É um trabalho árduo que tem sido desempenhado por mulheres em todo o mundo, mas será que ele tem sido valorizado?
O valor de uma mãe
As Escrituras Sagradas mostram em diversos momentos o cuidado e a atenção que o Senhor Jesus dedicava a Maria, afinal ela foi escolhida por Deus para gerá-Lo, ensinar a Ele os primeiros passos e educá-Lo. Ela, no entanto, só recebeu essa responsabilidade porque era diferente de outras moças de sua época. Alguns detalhes em trechos da Bíblia dão indícios de seu caráter e pureza, como quando o anjo lhe diz “bendita és tu entre as mulheres” e “achaste graça diante de Deus”.
Mesmo inexperiente e com planos para a sua vida, Maria foi sábia para ouvir o que vinha do Alto e decidiu confiar, mesmo que isso lhe custasse a vida, já que corria o risco de ser apedrejada por estar grávida antes do casamento. Essa confiança em Deus refletiu na criação de Jesus, afinal, ela esteve com Ele em todos os momentos de sua vida, inclusive  durante  Sua crucificação.
Assim, Jesus demonstrou o Seu amor por ela quando, mesmo em meio à dor, pediu para que um de seus discípulos cuidasse dela (João 19.26-27). Ao falar do trecho, o Bispo Edir Macedo explicou que “o Senhor Jesus era o filho mais velho, portanto sentia-Se responsável pelo amparo de Sua mãe, uma vez que ela já era viúva. Assim, Ele não se esqueceu disso nem em seu momento de agonia. Dessa forma, o Senhor designou que João cuidasse dela assim que Ele partisse”. Com essa atitude, Jesus mostrou o valor que deve ser dado a uma mãe e o cuidado que os seus filhos e o marido devem oferecer a ela.
Edificando o próprio lar
O poder de influência da mãe é tão grande que é capaz de contagiar um ambiente com o seu humor. Se ela está contente, ela consegue transmitir alegria aos filhos, ao marido e aos familiares, mas, se ela está triste, o lar não é o mesmo. Conhecer esse poder é de extrema importância para saber como dominar as emoções e edificar o lar. É óbvio que nada é tão simples quanto parece, afinal muitas situações fogem do controle humano e a mãe também tem limitações. Diante disso, é necessário contar com a fé e estar aliada a Deus, intercedendo pela família. Acompanhe a seguir três histórias que demonstram como isso é possível.
Com a vida por um fio 
 Ao ver o sofrimento do filho, muitas mães, se pudessem, trocariam de lugar com ele para não vê-lo sofrer. Mas, em razão das limitações humanas, muitas vezes o que lhes resta é ser forte e interceder a Deus em busca de um milagre. Esse pode ser considerado o resumo da história de Rosana de Jesus Gonçalves Rocha, de 53 anos, mãe de Thais Gonçalves Rocha, (foto abaixo) de 22 anos, estudante de odontologia.
As duas foram sempre muito unidas tanto nos assuntos do dia a dia quanto nos relacionados à fé. “Desde que estava no meu ventre, a Thais participava das reuniões na Universal comigo”, conta Rosana.
Ao longo do tempo, a menina observou os ensinamentos e o comportamento da mãe e os colocou em prática em sua própria vida. Mas houve um episódio em especial na história da família em que a influência de Rosana foi um divisor de águas na vida de Thais.
Thais foi diagnosticada com uma doença rara nos rins, chamada popularmente de síndrome de quebra-nozes, e Rosana conta o que fazia: “desde que recebi a notícia sobre o quadro de saúde da minha filha, eu tinha certeza de que era para testemunho. Continuei crendo em Deus e que aquilo mudaria e exercitei a minha fé em busca do milagre. Eu obedecia a tudo o que era instruído no Altar”.
A fé de Rosana e sua força eram tão grandes que ela filmou e tirou fotos de todos os procedimentos que a filha passou ao longo de dois anos porque, segundo destaca, “tinha certeza de que testemunharia o milagre”. Sua fé arrojada não era vista tão claramente em outros familiares próximos que temiam pelo futuro de Thais, mas Rosana os inspirou. “Eu acabei influenciando a minha casa e passando força para o meu marido”, diz ela.
A doença evoluiu gradativamente e Thais foi desenganada pela medicina, mas Rosana não desistiu: “eu não chorei nem me desesperei. A médica até achou que eu estava em estado de choque e me questionou se eu tinha entendido que a vida dela estava por um fio e eu disse que cria no poder de Deus”, ressalta. Essa fé consistente alcançou também a filha que, debilitada, passava por situações em que não via solução. “Alguns momentos foram difíceis, mas, como eu via a minha mãe perseverando, com aquela força e aquela fé, eu tinha em que me apoiar e me espelhei nela para poder fazer as mesmas coisas e me manter estável na fé”, detalha Thais.
Thais, no entanto, relembra o dia em que foi para o centro cirúrgico sem chance de voltar. “A minha mãe conversou comigo e me passou o espírito da fé. Fui confiante de que tudo daria certo e de que eu voltaria viva. Foi o que aconteceu”, relata. A manifestação da fé das duas moveu montanhas e a doença que um dia colocou em risco a vida de Thais hoje não passa de uma história de superação. “Estou curada e não preciso tomar nenhum remédio. Além disso, hoje a nossa família é estruturada. Nós vimos ainda mais a união depois de viver isso tudo e só temos a agradecer a Deus”, destaca Thais.
Por fim, Rosana destaca que a força que manteve ao longo de todo o tratamento foi fruto da fé depositada no Altar. “Se nesse momento difícil eu não tivesse a vida com Deus, com certeza eu não aguentaria, porque foram momentos muito ruins.Eu me mantive firme porque sabia que eu era um espelho para ela.” Rosana revela que suas atitudes não foram diferentes no dia a dia: “acabei me tornando um pilar para mostrar o Deus a que eu sirvo. Inclusive meu marido, por ver tudo o que aconteceu, se voltou para Deus e agora está trilhando os caminhos da fé”, conclui.
A reconstrução interior inspirou a família
Cristiane Andrade Morgado Palomino, de 43 anos, é mãe de quatro meninas. Ela conheceu a Fé quando as filhas ainda eram pequenas e, com a sabedoria que vinha de Deus, conseguiu estruturar sua família de maneira saudável. Na prática, havia paz dentro de sua casa e tudo seguia dentro da normalidade. “Nessa época até abrimos o nosso próprio negócio”, conta. Por conta disso e dos diversos afazeres do dia a dia, ela acabou deixando a fé em segundo plano.
“O tempo foi passando e tudo aquilo que tínhamos conquistado foi destruído. As brigas dentro de casa eram frequentes, perdemos nosso negócio, arrumei um emprego e, em seguida, fiquei desempregada. Além disso, eu desenvolvi depressão”, esclarece.
Segundo Cristiane, essa situação acabou prejudicando a vida de sua filha,
Larissa de Andrade Rosa Muniz, (foto abaixo) hoje com 25 anos. “Eu, preocupada com os meus problemas, me fechei e só chorava. A minha filha passou a ter problemas na escola e eu não sabia lidar com a situação. Assim como eu, ela se fechava, não conversava e começou a se retrair. Até que um dia ela me contou que tinha sido abusada na infância e que estava se interessando por meninas”, diz Cristiane.
Larissa conta que não tinha confiança na mãe e o elo entre as duas foi se deteriorando ainda mais depois da revelação que fez a ela: “nós sempre brigávamos e, como ela não aceitava a minha condição, sempre que tinha alguma reunião familiar, nós discutíamos”.
Cristiane recorda que a situação só piorava. “A Larissa saiu de casa aos 14 anos e minha preocupação só aumentou. Vieram as saídas à noite, a bebedeira e ela até quis fazer uma transformação física e passou a se vestir como homem. Eu tentava fugir da situação e não queria nem voltar para casa. Quando vi que não tinha mais o que fazer, eu reconheci que apenas Deus poderia mudar toda a minha vida”, destaca.
Antes de lutar pela mudança de sua família, Cristiane entendeu que precisava se reconstruir como indivíduo, como cristã e como mãe. “Eu me voltei completamente para Deus. Eu ia de segunda a segunda à Universal com sede de receber o que vinha do Altar. Assim, a preocupação com a minha filha foi ficando de lado. Não porque eu não me importava mais, mas porque eu tinha colocado tudo nas mãos de Deus”, declara.
Depois de se libertar dos conflitos internos, de se batizar nas águas e de receber o Espírito Santo, a mãe que refletia tristeza passou a transmitir luz.
“A partir daí, a paz reinou dentro de mim e então a minha visão e meu comportamento mudaram e eu passei a ser forte, confiante e a ter certeza de que veria minha filha transformada”, afirma. Não demorou muito para que esse espírito de Fé chamasse a atenção daqueles que estavam ao seu redor, inclusive de Larissa. “Em um determinado momento eu percebi que a minha mãe passou a se comportar de forma diferente. Ela estava mais feliz, me tratava bem e passou a me acolher. Ela me trazia para perto e isso foi fundamental para que eu mudasse. Quando vi que o vazio dentro de mim não saía por nada nem com ninguém, decidi me voltar para Deus”, detalha Larissa.
Hoje, Cristiane comemora o resultado das orações e dos propósitos apresentados no Altar em prol da família. “Eu consegui mostrar o caminho de Deus para as minhas filhas e apontar o que verdadeiramente é importante para a vida delas. A Larissa é outra pessoa, está nos caminhos da Fé e é casada com um homem de Deus.”
Cristiane ressalta, no entanto, que tudo começou com a sabedoria do Alto.
“Tenho consciência de que, se eu não tivesse dado o primeiro passo e buscado ajuda em Deus, eu provavelmente não estaria viva e minha família seria o retrato da destruição. Então, Ele é tudo na minha vida. Apesar de enfrentar problemas, tenho paz e a transmito porque é Ele Quem me dá”, finaliza.
A última porta
Jesuína Sena tem 61 anos e histórias vitoriosas sobre transformação familiar. Ela chegou à Universal em busca de ajuda para os filhos, dependentes químicos e envolvidos em esquemas fraudulentos. “Eu já tinha tentado buscar ajuda em outras religiões, mas não via mudança dentro de casa. Com tantas experiências, quando cheguei a Universal, demorei a entender e a obedecer verdadeiramente ao que vinha do Altar”, conta.
Apesar de ser uma mãe presente na vida dos filhos, Jesuína era muito nervosa. “Eu tinha explosões e quebrava a casa inteira se fosse preciso. Era um nervosismo que, de certa forma, atrapalhava o relacionamento com os meus filhos e muitas vezes acabava nos afastando.” Ao longo do desenvolvimento das crianças, o espírito superprotetor foi ficando de lado e os filhos ganharam certas liberdades. “O Daniel, por exemplo, começou a participar de festas na adolescência e usava drogas escondido. Um dia, lavando as roupas dele, encontrei as drogas e perguntei de quem eram e ele desconversou e disse que não as usava, o que não era verdade.” Ela conta que muitas vezes via o filho embriagado e não sabia como lidar com a situação, mas ressalta em que momento ocorreu a mudança: “quando eu aprendi o caminho da fé”.
Do mesmo modo que nas histórias anteriores, Jesuína conta que o primeiro passo foi investir em si mesma. “Quando eu tive meu Encontro com Deus, houve uma transformação de dentro para fora e tive forças para perseverar e sabedoria para saber como agir.”
A sua mudança de comportamento influenciou seus filhos, mesmo adultos, a mudarem o rumo de suas vidas. “Minha mãe mudou o comportamento dela completamente. Eu percebi que ela ficou mais pacífica, mais calma, mais lúcida e a maneira que ela começou a viver a fé chamou a minha atenção. Ela via os problemas que eu estava enfrentando e de uma forma leve começou a me dar conselhos sem o peso da religião. Isso me fez dar ouvidos ao que ela dizia e, consequentemente, me levou à conversão a Deus”, comenta Daniel Zaminhani, (foto abaixo) de 37 anos.
Não foi apenas Daniel que foi alcançado por essa fé intrépida, mas também o seu segundo filho de Jesuína, Marcelo, e as suas respectivas esposas.
“Uma coisa que eu tinha bem claro dentro de mim era que não importava o tempo que passasse, pois eu continuaria lutando para ver o poder de Deus”, encerra Jesuína.
O 5º mandamento 
As provas da importância da mãe no desenvolvimento e na intercessão por seus filhos são indiscutíveis. Mas, apesar de muitas vezes parecer uma super-heroína e capaz de mover o mundo pela felicidade daqueles que ama, a mulher tem suas limitações e depende de Deus para cumprir o seu papel com excelência. Ele valoriza tanto essa função que deixou para  todos uma mãe espiritual. “Nós temos um Pai, que é o nosso Deus, e a Igreja, que é a nossa mãe espiritual. O Senhor Jesus a considera como noiva (Apocalipse 19.6-8). Então, o Pai nos ajuda por meio da Igreja”, explicou o Bispo Renato Cardoso, durante o programa Inteligência e Fé.
Esse fato é confirmado inclusive pelas histórias contadas nesta reportagem. Aflitas, as mães encontraram na Igreja os ensinamentos de fé e a força para lutar pela família. “Hoje, Deus usa a Igreja para trazer o Senhor Jesus até as pessoas. Assim como a mãe se sacrifica e ensina o filho, a Igreja nos desenvolveu”,  pontuou o Bispo.
Sem julgamentos, a mãe espiritual está pronta para acolher a todos os que recorrem a ela com humildade e coração quebrantado. Com paciência, ela ensina e cura as feridas daqueles que passaram tanto tempo longe. E,  com amor, dá àquele que se vê sozinho uma verdadeira família e a oportunidade de recomeçar.
Apesar da data de hoje, 14 de maio, ser o Dia das Mães, elas devem ser valorizadas diariamente com palavras, mas também com gestos e atitudes. E isso vale tanto para a mãe física quanto para a mãe espiritual. Lembre-se do que está escrito em Êxodo 20.12: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”. Essa atitude é tão importante para Deus que foi incluída como o quinto entre os Dez Mandamentos e é a partir dela que aprendemos a valorizar a Deus como o nosso Pai e a Igreja como nossa Mãe.
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Colaborador

Cinthia Cardoso / Fotos: arte sobre foto FG Trade/getty images, Gabriel do Vale e Matheus Luz/Mídia FJU RJ, Guilherme Branco, Marcos Dutra/Mídia FJU ABC