Mais de 70 milhões de pessoas são autistas

Saiba reconhecer os sinais do transtorno do espectro autista e como lidar com ele sem preconceitos

Imagem de capa - Mais de 70 milhões de pessoas são autistas

Mais de 70 milhões de pessoas no mundo têm transtorno do espectro autista (TEA).
No Brasil não há dados atualizados ou estatísticas, mas uma estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), datada de 2010, cita a existência de aproximadamente 2 milhões de pessoas com autismo.
Com o aumento do conhecimento sobre o TEA, o número de diagnósticos tem crescido exponencialmente. Muitos adultos autistas, porém, nunca foram diagnosticados. Por conta disso, há especialistas que acreditam que o País possua cerca de 6 milhões de autistas.

Padrão variado

Luiz Felipe Madeira, psicólogo clínico e pós-graduando em neuropsicologia pela Universidade Federal de São Carlos, explica que o TEA se manifesta de formas variadas: “Algumas pessoas podem ter dificuldades em manter conversas, entender normas sociais e usar a linguagem não verbal. Também podem ter preferências por rotinas fixas e interesses intensos em tópicos específicos. As manifestações variam em intensidade e algumas pessoas precisam de mais apoio do que outras”. Saiba mais lendo o infográfico ao lado.

De acordo com ele, “cada pessoa com TEA tem um mundo único e o tratamento requer um trabalho individualizado e contínuo”.

É preciso conhecer mais

Mesmo com o grande número de pessoas com autismo, ainda há muito preconceito em relação a elas e à sua condição. Não é por acaso que em 2 de abril é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. O objetivo é que as pessoas aprendam mais sobre esse transtorno, saibam reconhecer seus sinais e também como lidar com ele.

Madeira avalia o reflexo dessa realidade: “Acredito que o desconhecimento ainda gera um certo receio nas pessoas de se aproximarem, pois o contato com o TEA é algo relativamente novo. Antigamente, as pessoas com transtornos e síndromes ficavam isoladas em casa ou frequentavam escolas especiais, mas hoje isso está mudando e elas estão sendo mais incluídas na sociedade.”

Apoio e intervenções

O TEA não é uma doença e, por isso, não tem cura, mas Madeira faz algumas recomendações: “Há diversas formas de apoio e intervenções que podem auxiliar as pessoas com TEA a se desenvolverem e a enfrentarem os desafios que o transtorno traz. O objetivo não é curar, mas oferecer recursos que permitam à pessoa com TEA alcançar maior independência, respeitando suas limitações e potencialidades”.

Orientação profissional é fundamental

Se os pais notarem sinais de autismo nos filhos, é fundamental que procurem orientação profissional o mais rápido possível. “Os sinais do TEA podem começar a aparecer já nos primeiros meses de vida, por volta dos seis meses. Observar o contato visual e a maneira como a criança interage nas brincadeiras pode oferecer indícios importantes. É fundamental estar atento a esses sinais, pois, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhores serão as chances de desenvolvimento e adaptação”, diz Madeira.

Adultos que, ao conhecerem os aspectos do TEA se identificarem com ele, também devem procurar a avaliação de um profissional capacitado, pois o diagnóstico, mesmo que tardio, pode auxiliar na melhoria da sua qualidade de vida.

Saiba mais:

Leia as demais matérias dessa e de outras edições da Folha Universal, clicando aqui. Confira também os seus conteúdos no perfil @folhauniversal no Instagram.

Folha Universal, informações para a vida!

imagem do author
Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Edi Edson