Máquinas do Apocalipse

Talvez você pense que o futuro em que a tecnologia domine o homem faça parte de teorias fanáticas, mas a dependência cada vez maior dela mostra um distanciamento já descrito na Bíblia. Entenda mais

Imagem de capa - Máquinas do Apocalipse

A grande maioria dos robôs de hoje são pouco mais que máquinas controladas à distância, como pequenos aviões, tanques e submarinos, ou “braços” industriais fixos, longe de terem pensamento próprio. Será mesmo?

Christof Heyns, analista independente da Organização das Nações Unidas (ONU) e especialista em direitos humanos, da África do Sul, divulgou um relatório sobre os riscos oferecidos pelas pesquisas atuais sobre novas máquinas com autonomia de julgamento, capazes de tomar decisões e de ações mortíferas – os robôs autônomos letais (LAR, na sigla em inglês). Heyns pede que se diminua a grande velocidade nos estudos que tornarão possível “um mundo em que máquinas recebam o poder de matar humanos”. Segundo ele, “com a aceleração do ritmo em que ocorrem guerras, os homens agora são o elo fraco do arsenal militar, aos poucos afastados das tomadas de decisões”.

Esse, aliás, é o argumento da série de filmes O Exterminador do Futuro, em que um androide volta ao passado para eliminar um ser humano futuramente importante em uma rebelião contra as máquinas – que, por sua desenvolvida inteligência artificial, concluem que não precisam mais dos homens e devem exterminá-los. Um quadro mais avançado do que Heyns faz campanha para impedir já no começo, na vida real.

Bem perto de você

Mas se robôs assassinos parecem algo distante, a tecnologia que “desumaniza” pode estar mais próxima do que você pensa. Quanto tempo você esteve em contato direto com seus entes queridos e quanto foi dado a perfis de redes sociais, muitas vezes bem diferentes da pessoa que representam?

Se você tem a sorte de não ser uma dessas pessoas eternamente conectadas ao mundo virtual e alienadas do real, com certeza já presenciou aquele grupo de “amigos” (ou mesmo um casal) à mesa em um restaurante cada um com seu smartphone em punho. Estavam realmente juntos?

Vamos a algo ainda mais sério. Teoricamente, alguém deve ir a uma igreja para uma ligação ainda mais séria do que a da internet: a conexão com Deus por meio do Espírito Santo – algo mais poderoso do que qualquer serviço de banda larga do planeta pode fornecer. Contudo, na prática, não é raro quem esteja com os olhos numa tela de celular, não absorvendo o que o pastor fala da Palavra de Deus.

Entendeu agora por que no Templo de Salomão, por exemplo, há lugares específicos para depositar seguramente telefones móveis e similares enquanto a reunião acontece? Muitos pensam que é só para evitar fotos ou vídeos. Não. É para garantir algo muito mais importante: que aqueles que foram ao Templo à procura de Deus concentrem-se exatamente nEle.

Cada vez mais afastados

O assunto é mais sério do que se imagina. Um dos aspectos de que os Evangelhos falam é justamente o afastamento entre as pessoas no Fim dos Tempos: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” (2 Timóteo 3.1-4).

Alguém que se enaltece tanto numa rede social para atrair cada vez mais seguidores não é “amante de si mesmo”? Quem perde tempo precioso de seu dia com pornografia, fofocas e maledicências não combina com todos esses péssimos adjetivos citados no trecho bíblico?

Será que você também já tomou esse rumo sem se dar conta disso? Com a interação humana se tornando cada vez mais tecnológica não é raro alguém perdido assim.

Felizmente também não é raro quem acordou a tempo e decidiu lutar para estabelecer contato com o outro e manter uma conexão verdadeira com Deus.

É claro que a tecnologia, em si, não é ruim, mas sim seu mau uso. Utilizar nocivamente as capacidades – humanas ou tecnológicas – é aspecto bem próprio de quem está afastado de Deus e do respeito pelos semelhantes.

Se você percebe que se encaixa neste perfil, que suas conexões com o outro são em sua maioria por meio da tela e do teclado de algum aparelho eletrônico ou que sua ligação com Deus está ruim, ainda dá tempo de corrigir isso. Priorize o que realmente importa e comece a mudar suas atitudes.

Perigo real e imediato

A tecnologia tem inegáveis aspectos positivos quando bem usada, mas as consequências da “fissura virtual” são mais perigosas do que aparentam, como alerta a psicóloga Mariane Ferreira, de São Paulo, em entrevista à Folha Universal:

A tecnologia mal usada pode mesmo afastar as pessoas da realidade?

Pode, mas nem sempre. A tecnologia vem mesmo transformando o modo com os seres humanos se relacionam e veem o mundo. Enquanto afasta alguns da realidade, pode, para outros, fornecer mais acesso à informação, ao que acontece no mundo. Mas, é claro, existem casos nos quais o mau uso leva ao vício e ao distanciamento das relações reais. Tudo no ciberespaço parece sempre mais divertido e prazeroso, pensando-se que aquela é a realidade da vida. É necessário um senso crítico quanto ao uso dos espaços virtuais.

Você já acompanhou casos de pessoas viciadas em estar o tempo todo conectadas? Qual o perigo disso?

Acompanhei um caso assim, embora o paciente ainda não estivesse com prejuízos sérios em sua vida em função do vício. É verdade que o uso da internet – redes sociais, jogos, entre outros – pode mesmo causar danos à vida das pessoas. Elas se distanciam da vida real, se isolam, acham graça apenas nesses espaços e chegam até mesmo a mentir sobre o tempo que passam conectadas, dizendo que passam menos horas do que gastam realmente. É um problema sério. São pessoas que necessitam de ajuda, acompanhamento psicológico ou até mesmo médico.

Como saber se passamos do limite?

Nos questionando se o uso causa prejuízos a outras esferas da vida e/ou em atividades que fazíamos antes e que agora, em função do vício, não achamos mais graça ou deixamos de fazer. Nesses casos, há sempre um dano importante na esfera social, paralisações – deixar de cumprir tarefas do dia a dia para ficar somente nesses espaços virtuais – ou quando há ansiedade e angústia por não estar conectado e, por mais que a pessoa tente ficar longe, não consegue. Conheço um caso em que o indivíduo não conseguia nem mesmo ir ao banheiro, tamanha a permanência nas redes sociais. Esse vício pode vir acompanhado de aspectos como culpa, angústia e até depressão.

A tecnologia em si é culpada? Como fazer bom uso dela?

Não é a culpada. Ela está aí e veio para ficar. A responsabilidade recai sobre o uso que se faz dela. Para se fazer um bom uso do espaço virtual é bom ter consciência crítica sobre o conteúdo. Nem tudo em redes sociais – as pessoas sempre alegres, lindas, ou viajando, por exemplo – condiz totalmente com a realidade. A verdade é que eu posso estar conectada em alguns horários no meu dia a dia, usando isso até mesmo como facilitador de meu trabalho. O que acontece fora desses espaços tem força, vitalidade e é essencial para o desenvolvimento da maturidade e de um psiquismo saudável. Às vezes vale muito mais apreciar uma boa comida, um quadro, uma paisagem e per
ceber as sensações que ocorrem em mim naquele momento único do que postar tudo imediatamente – pois quando faço isso perco instantes valiosos, só me preocupo em fazer check-in.

O que fazer para retornar à vida com conexões humanas e reais?

De início estabelecer pequenas metas, como usar o virtual por um tempo ligeiramente menor. Procurar atividades que obrigatoriamente lhe retirem desse campo, como matricular-

se em um curso, uma academia, etc. É, sem dúvida, outra maneira de desviar o foco daquela “conexão eterna” virtual. Não é possível mudar um hábito sem saber que a troca por outro trará gratificações. Portanto, o indivíduo deve escolher atividades que tenham a ver com ele ou que aprecie minimamente. Conversar com pessoas que sofram do mesmo mal é outra estratégia importante. Desabafar com algum familiar ou amigo é uma forma de reconhecer e aceitar o vício. Quando a angústia é dividida e verbalizada, já torna o sofrimento um pouco menos desagradável e apazigua a dor. Procurar ajuda de psicólogos também é compreender que se pode contar com alguém que dispõe de instrumentos adequados para ajudá-lo.

A tecnologia mal usada pode mesmo afastar as pessoas da realidade?Pode, mas nem sempre. A tecnologia vem mesmo transformando o modo com os seres humanos se relacionam e veem o mundo. Enquanto afasta alguns da realidade, pode, para outros, fornecer mais acesso à informação, ao que acontece no mundo. Mas, é claro, existem casos nos quais o mau uso leva ao vício e ao distanciamento das relações reais. Tudo no ciberespaço parece sempre mais divertido e prazeroso, pensando-se que aquela é a realidade da vida. É necessário um senso crítico quanto ao uso dos espaços virtuais.

Você já acompanhou casos de pessoas viciadas em estar o tempo todo conectadas? Qual o perigo disso?Acompanhei um caso assim, embora o paciente ainda não estivesse com prejuízos sérios em sua vida em função do vício. É verdade que o uso da internet – redes sociais, jogos, entre outros – pode mesmo causar danos à vida das pessoas. Elas se distanciam da vida real, se isolam, acham graça apenas nesses espaços e chegam até mesmo a mentir sobre o tempo que passam conectadas, dizendo que passam menos horas do que gastam realmente. É um problema sério. São pessoas que necessitam de ajuda, acompanhamento psicológico ou até mesmo médico.

Como saber se passamos do limite? Nos questionando se o uso causa prejuízos a outras esferas da vida e/ou em atividades que fazíamos antes e que agora, em função do vício, não achamos mais graça ou deixamos de fazer. Nesses casos, há sempre um dano importante na esfera social, paralisações – deixar de cumprir tarefas do dia a dia para ficar somente nesses espaços virtuais – ou quando há ansiedade e angústia por não estar conectado e, por mais que a pessoa tente ficar longe, não consegue. Conheço um caso em que o indivíduo não conseguia nem mesmo ir ao banheiro, tamanha a permanência nas redes sociais. Esse vício pode vir acompanhado de aspectos como culpa, angústia e até depressão.A tecnologia em si é culpada? Como fazer bom uso dela? Não é a culpada. Ela está aí e veio para ficar. A responsabilidade recai sobre o uso que se faz dela. Para se fazer um bom uso do espaço virtual é bom ter consciência crítica sobre o conteúdo. Nem tudo em redes sociais – as pessoas sempre alegres, lindas, ou viajando, por exemplo – condiz totalmente com a realidade. A verdade é que eu posso estar conectada em alguns horários no meu dia a dia, usando isso até mesmo como facilitador de meu trabalho. O que acontece fora desses espaços tem força, vitalidade e é essencial para o desenvolvimento da maturidade e de um psiquismo saudável. Às vezes vale muito mais apreciar uma boa comida, um quadro, uma paisagem e perceber as sensações que ocorrem em mim naquele momento único do que postar tudo imediatamente – pois quando faço isso perco instantes valiosos, só me preocupo em fazer check-in.

O que fazer para retornar à vida com conexões humanas e reais? De início estabelecer pequenas metas, como usar o virtual por um tempo ligeiramente menor. Procurar atividades que obrigatoriamente lhe retirem desse campo, como matricular-se em um curso, uma academia, etc. É, sem dúvida, outra maneira de desviar o foco daquela “conexão eterna” virtual. Não é possível mudar um hábito sem saber que a troca por outro trará gratificações. Portanto, o indivíduo deve escolher atividades que tenham a ver com ele ou que aprecie minimamente. Conversar com pessoas que sofram do mesmo mal é outra estratégia importante. Desabafar com algum familiar ou amigo é uma forma de reconhecer e aceitar o vício. Quando a angústia é dividida e verbalizada, já torna o sofrimento um pouco menos desagradável e apazigua a dor. Procurar ajuda de psicólogos também é compreender que se pode contar com alguém que dispõe de instrumentos adequados para ajudá-lo.

Para ensinar mais sobre este momento decisivo na vida de qualquer pessoa é que teve início, no último dia 9 de outubro, a reunião do “Estudo do Apocalipse”, todos os domingos, às 18h, no Templo de Salomão, com transmissão exclusiva pelo Univer.

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Colaborador

Por Marcelo Rangel / Fotos: Divulgação, Reuters e Fotolia