O presidente Jair Bolsonaro recebeu, recentemente, em evento no Palácio do Planalto, representantes de todos os estados do País do movimento “Brasil Vencendo a Covid”. São médicos que defendem o tratamento precoce da COVID-19 com o uso da hidroxicloroquina.

Durante a cerimônia, o presidente elogiou a atuação do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, que incluiu a possibilidade da prescrição do medicamento em casos com sintomas leves da doença causada pelo novo coronavírus – desde que com o consentimento do paciente.

Até maio desse ano, a orientação era que o uso das medicações cloroquina e hidroxicloroquina fosse feito apenas em casos graves de pacientes hospitalizados. Ao atualizar as orientações, o Ministério da Saúde considerou a existência de estudos e a larga experiência no tratamento de outras doenças infecciosas e de doenças crônicas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Originalmente, a hidroxicloroquina é indicada para doenças autoimunes, como malária, lúpus e artrite reumatoide.

Combater a doença com mais eficácia

Segundo os médicos que participaram do encontro, o grupo representa 10 mil colegas mobilizados por meio das redes sociais. Eles entregaram a Bolsonaro uma carta com um conteúdo que seria uma solução para combater a COVID-19 com mais eficácia. A resposta estaria no tratamento precoce, uma combinação de medicamentos já usados para outras doenças, prescrito desde os primeiros sintomas, o que evitaria o agravamento dos casos de infecção pelo novo coronavírus.

De acordo com a BBC News Brasil, o assessor-chefe adjunto da assessoria especial do presidente, Arthur Weintraub, escolhido como interlocutor do encontro, afirmou que a carta e o evento foram iniciativas voluntárias desses médicos que estão atuando na linha de frente, e, por isso, sabem o que está acontecendo empiricamente.

Em abril, o Conselho Federal de Medicina (CFM), que não tem vínculo com o grupo de médicos, já havia emitido um parecer em que não recomendava o uso da cloroquina, mas autorizava a prescrição em situações específicas, inclusive em casos leves, a critério do médico e condicionado a autorização do paciente.

Saiba mais sobre a cloroquina

A discussão sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina tem gerado polêmica desde os primeiros meses da pandemia do novo coronavírus. O assunto foi tema do programa Entrelinhas que, com o objetivo de informar o público, trouxe fatos sobre o uso do medicamento no Brasil. Assista ao programa na íntegra e saiba mais, clicando aqui.

Recentemente, um estudo italiano, publicado no European Journal of Internal Medicine, mostrou a eficácia da hidroxicloroquina no combate à COVID-19. A pesquisa foi realizada com mais de 3 mil pacientes e mostrou redução de 30% no risco de morte. Leia mais. Em junho, o Bispo Edir Macedo venceu a doença após tratamento com a hidroxicloroquina.

No Brasil, um estudo feito pela rede Prevent Senior, por exemplo, apontou resultados positivos em idosos que foram medicados com a cloroquina e também com o antibiótico azitromicina. O uso dos medicamentos foi capaz de reduzir em mais de duas vezes o número de internações, comparado com pacientes que não tomaram os remédios. Saiba mais aqui.

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