“Meu filho não quer saber de Deus”

O que fazer para que ele alcance a Salvação?

Imagem de capa - “Meu filho não quer saber de Deus”

Em todas as famílias pais e filhos têm conflitos em algum momento. A grande preocupação dos pais cristãos é que seus filhos não se interessem em estar na presença de Deus. Os problemas que podem acontecer com esse tipo de atitude nem sempre são fáceis de solucionar. Há várias histórias de filhos que, mesmo tendo bons exemplos, se desviam deles, se envolvem com o crime, as drogas e a prostituição e algumas dessas trajetórias ainda terminam em tragédia.

Para o Pastor Alberto Ferreira, coordenador nacional do grupo Força Teen Universal (FTU), o que prejudica a conversão de jovens ao Senhor Jesus são as tentações. “Vivemos em uma era digital em que cada vez mais a internet, que costumo chamar de ‘infernet’, e seus atrativos desviam a atenção dos adolescentes do caminho da Verdade. Os pais que disciplinam o tempo e horário que os adolescentes acessam a internet, streaming, games e as redes sociais conseguem ter um resultado melhor da Fé dos seus filhos”, analisa.

A psicóloga e responsável pelo projeto Escola de Mães, Edineia Dutra, avalia que é preciso também compreender que a conversão já é uma árdua decisão porque envolve renúncias e sacríficos. “Na adolescência, é um pouco mais complexo, porque é um período em que os jovens tendem a buscar a aceitação e a identificação do seu grupo. É na escola que acontecem os principais conflitos porque eles são influenciados pelo ambiente e muitos acabam abrindo mão de valores e conceitos familiares e espirituais para serem aceitos.”

Também há situações em que os pais se deixam levar pela ansiedade e a culpa pelo fato de seus filhos não seguirem os caminhos de Deus.

“Não devemos delegar a terceiros a responsabilidade de levar nossos filhos à Salvação, mas precisamos entender que nossa parte é principalmente viver pela Fé e mostrar Jesus por meio das nossas atitudes. O tempo e o modo como isso ocorrerá será entre eles e Deus”, adverte Edineia.

O palestrante Renato Cardoso comenta que muitos pais acabam tendo que resolver os problemas criados pelos filhos. “Esse é o tipo de mãe e pai que eu chamo de ‘salvadores’ de seus filhos. Eles pensam que se não livrarem o filho dos problemas algo terrível poderá lhes acontecer. Todo pai tem um instinto de salvador. É muito natural querer que seu filho esteja bem e seguro”, afirma.

Mas Renato alerta que a diferença é que os bons pais aprendem a não livrar seus filhos de toda e qualquer enrascada em que eles se metem. “Eles entendem que uma das lições de vida mais eficazes que podem dar a seus filhos é deixá-los fracassar e enfrentar as consequências de seus atos de vez em quando. O seu papel é ensiná-los o que é certo e você mesmo viver o que ensina, ou seja dar o exemplo. O papel deles é segui-lo para o próprio bem deles. Se não o fazem, deixe que a vida lhes ensine a lição que eles não quiseram aprender com você”, explica.

Na pele
Foi isso o que aconteceu com o empreendedor Egon Junior Gotchalk, (foto abaixo) de 27 anos, na adolescência. Ele foi criado praticamente dentro da Universal desde que nasceu. “Mesmo tendo ouvido o que era a Palavra, eu não a vivenciava. Na escola, todos falavam que havia dois Egons: um que era filho de pastor e outro que bebia, fumava e só queria saber de festas e sexo. Logo fui morar sozinho e da maconha pulei para o ecstasy e a cocaína. Comecei a traficar e só sofri o primeiro baque quando tive uma overdose”, lembra.

Mas nem esse fato impediu que ele continuasse naquela vida. “Eu tinha idas e vindas com as drogas. Só quando fui preso, depois de uma operação policial no apartamento em que eu morava com amigos, me dei conta do que minha vida tinha se tornado. Fui levado a uma das piores cadeias de Santa Catarina e, se meu caso não fosse revisto em 48 horas, ficaria preso por no mínimo três meses. Clamei a Deus e pedi socorro. Meu caso foi revisto antes desse período e fui liberado da prisão”, diz.

Ao sair, Egon decidiu se entregar completamente a Deus. “Voltei para a casa dos meus pais. Era época de Fogueira Santa e o que tinha sobrado eram algumas roupas e o celular. Sacrifiquei-os no Altar. Comecei a vender brigadeiro e, desde 2018, Deus abriu uma porta para eu trabalhar como representante de um grupo de empresários da área imobiliária. Conquistei minha Salvação e me casei há nove meses. Estamos firmes na Fé”, comemora.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Fotos: Getty images e arquivo pessoal