Mídia sensacionalista prejudica a saúde mental
Estudo comprova que obsessão por notícias ruins causa graves transtornos
Notícias ruins prejudicam a saúde mental. Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia (EUA) comprovou que dar atenção às más notícias faz com que a pessoa desenvolva tristeza, angústia, preocupação, estresse e até mesmo depressão.
O artigo foi publicado em outubro de 2019, com o título “A exposição a eventos de violência em massa na mídia pode alimentar um ciclo de angústia”. Segundo ele, os “traumas coletivos”, como atentados terroristas, desastres naturais e epidemias faz com que as pessoas gastem mais horas assistindo, lendo e ouvindo jornais que abordem o assunto.
De acordo com o estudo, porém, isso não é saudável. As pessoas consomem essas notícias por curiosidade e como forma instintiva de se proteger. Entretanto, os meios de comunicação, sabendo do aumento da audiência, tendem a ser sensacionalistas.
“Essa exposição exagerada a notícias ruins é um problema de saúde pública, porque eventos como esses causam implicações na saúde mental — e, às vezes, física — das pessoas”, afirma o estudo.
A psicóloga Rebecca Thompson, coautora do estudo, afirmou à imprensa americana que a obsessão pelos traumas coletivos e o sensacionalismo midiático levam “ao estresse pós-traumático e causam problemas de saúde física ao longo do tempo, mesmo entre indivíduos que não experimentaram diretamente o evento”.
A prova no Coronavírus
Um exemplo claro dos resultados encontrados pela Universidade da Califórnia está na pandemia do COVID-19. Está acontecendo exatamente o que a autora diz em seu estudo: pessoas que não estão doentes agem como se estivessem. Dessa maneira, além prejudicarem a própria saúde, prejudicam a saúde dos demais.
Exemplificando: acompanhar as notícias sensacionalistas, obsessivamente, fez com que as pessoas esgotassem os estoques de álcool em gel e as máscaras. Essa procura fez o preço subir absurdamente. Agora, pessoas em grupo de risco não conseguem comprar itens necessários para sua proteção.
Em larga escala, essa obsessão pode prejudicar grandemente a sociedade. Tanto que o próprio presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, destacou recentemente a preocupação em conter o pânico e a histeria:
“Grande parte dos meios de comunicação foram na contramão. Espalharam exatamente a sensação de pavor, tendo como carro chefe o anúncio de um grande número de vítimas na Itália, um país com grande número de idosos e com um clima totalmente diferente do nosso. Um cenário perfeito, potencializado pela mídia, para que uma verdadeira histeria se espalhasse pelo nosso país”.
De acordo com a psicóloga Roxane Cohen Silver, também pesquisadora californiana, “a cobertura midiática desses eventos – alimentada pelo ciclo de notícias de 24 horas e pela proliferação de tecnologias móveis – é, muitas vezes, repetitiva e pode conter imagens gráficas, vídeos e histórias sensacionalistas, estendendo o impacto a populações, além das pessoas diretamente envolvidas”.
Escolha bem quem te informa
Por isso, é importante cada cidadão escolher bem os meios de comunicação pelo qual se manterá informado. Não dê audiência a jornais sensacionalistas, que gastam horas gerando pânico na população. Como o próprio presidente orientou, “é essencial que o equilíbrio e a verdade prevaleçam entre nós”.
Para se manter informado sobre as principais notícias, sem ser vítima do sensacionalismo, acompanhe o Portal Universal.org. As atualizações são feitas em tempo real, sempre com equilíbrio e comprometimento.