A Fé se atreve a provocar milagres e, ao mesmo tempo, não nos dá explicações para isso. Ou você crê no milagre, ou não crê e, neste caso, é possível que se dê palco à dúvida. Haveria, afinal, uma saída unilateral para uma vida submersa nos vícios, por exemplo? Para o desprezível, existiria algum rompante de sorte ou algo que o coroe com honra? Haveria, também, reviravoltas para problemas corriqueiramente aceitos? Aos mais céticos, qualquer história que vire a curva diante do que é considerado detalhadamente óbvio se reduz à insignificância. Entretanto, do ponto de vista espiritual, há uma certa estupidez nessa resistência. Nossa humanidade, embora dotada de razão e inteligência, é indiscutivelmente limitada, e ter explicações fisicamente quânticas a todo e qualquer assunto, portanto, chega a ser algo sedutor, mas igualmente falível.

Aliás, chega a ser difícil (ou mesmo improvável) desassociar o termo “milagre” da Palavra de Deus. Nela, nos deparamos com inúmeros deles – fora aqueles que não nos foram revelados, como escrito em João 21.25: “Há, porém, muitas outras coisas que Jesus fez. Se fossem escritas uma por uma, creio que o mundo não poderia conter os livros que se escreveriam.” São essas Escrituras que se apoderam de feitos sobrenaturais.

Imagine as cenas de várias situações descritas nEla, como a que o profeta Ezequiel vivenciou diante de um enorme vale de ossos sequíssimos, que se juntaram cada um à sua parte certa e formaram, assustadoramente, um grandioso exército (Ezequiel 37). Quem seria capaz de imaginar o sol parar por quase um dia inteiro, às ordens de Josué? (Josué 10). Fadada à sua miséria, como explicar o que viveu a viúva de Sarepta, que viu farinha e azeite surgirem praticamente “do nada” e transbordarem suas botijas? (1 Reis 17). Como entender um mar que se abre e gentilmente permite uma multidão de milhões atravessar a pés enxutos? (Êxodo 14). A partir desses exemplos entendemos que o milagre é algo que parece inatingível e, de fato, humanamente falando, é algo que foge à nossa compreensão.

PARECE LOUCURA?
Dentre os requisitos de um milagre, parece que ele deve ser considerado “louco”. O Senhor Jesus vivia incansavelmente as loucuras da Fé que testemunharam os milagres provindos dEle: multiplicou cinco pães e dois peixes (João 6) e ainda fez com que sobrassem; andou sobre as águas, que naturalmente O teriam levado (Mateus 14); chamou um morto há quatro dias para sair do sepulcro e andar (João 11). E o que dizer quando Ele falou com o vento e mandou acalmar a tempestade (Marcos 4)? Nessa ocasião, inclusive, os que viram a cena perguntavam uns aos outros:

“Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”. Antes, em Seu primeiro milagre, o Senhor Jesus transformou a água em vinho (João 2), deixando o melhor dele para o final – o que demonstra, também, que aquilo que procede de Deus é perfeito. Logo, há perfeição no milagre: em suas nuances, mistérios e detalhes. Haveria em nós, então, a capacidade para explicá-lo? Com ou sem explicação, a Obra de Deus é esta: que creiais (João 6.29). Mas, aos que não creem, e daí? (Romanos 3.3).

BIBLICAMENTE CIENTÍFICO E CIENTIFICAMENTE BÍBLICO
Parece que até a ciência tem assistido aos milagres de binóculos. Recentemente, o clínico geral holandês Dick Kruijthoff recebeu seu doutorado por uma pesquisa sobre cura pela fé intitulada: Cura após a oração, um estudo de caso interdisciplinar. Com uma equipe de revisão médica, ele examinou 27 casos individuais, sendo que, com 14 participantes, foi realizada uma entrevista em profundidade.

Kruijthoff, que antes se considerava cético, decidiu investigar o tema justamente após se deparar com uma paciente que afirmava ter sido curada pela fé.

Em um dos artigos onde Kruijthoff aparece como primeiro autor, há a descrição de um dos outros casos discutidos. Nele, Margaret sofria de uma forma gradualmente progressiva de esclerose múltipla. Grande parte do tempo presa a uma cadeira de rodas, pois conseguia andar muito pouco usando muletas, ela ainda enfrentava outras dificuldades e sintomas cognitivos. Alguém em sua congregação foi curado e ela desejou o mesmo em oração. Um dia, Margaret percebeu que todos os sintomas desapareceram e chegou à consulta com o neurologista de moto, segurando um capacete debaixo do braço. Contudo esses fatos contrariavam uma ressonância magnética, levando os estudiosos à busca por explicações. E quantas outras Margarets existem por aí?

Quanto aos participantes desse estudo, eles interpretaram essas experiências como sendo de origem Divina. “Devemos ignorar isso? Ou deveríamos considerar a possibilidade de um ‘reino além dos nossos sentidos’, ‘um Deus atuante’? Certamente há uma semelhança com as histórias de curas de Jesus no Novo Testamento. (…) As narrativas bíblicas e outros textos religiosos retratam uma perspectiva transcendente mais ampla, recorrendo a outra linguagem e se referindo a outra realidade. Sem abandonar a base sólida do conhecimento médico, não deveríamos hesitar em explorar estas perspectivas mais amplas. Ao fazê-lo, permitiríamos que a fronteira entre o mundo dos ‘dados empíricos’ e o mundo das ‘perspectivas mais amplas’ fosse mais porosa do que normalmente se pensa. O caso de Margaret, no início do artigo, mostrava uma ‘lacuna’ entre ‘fatos’ e ‘experiências’. Ambos se revelaram relevantes no nosso estudo, pois encontramos ‘curas clinicamente notáveis’ e ‘experiências transformadoras fascinantes”, concluiu
a publicação.

PROPORÇÕES DIVINAS
O milagre aponta para o fato do poder de Deus ser imensurável, revelando, de certa forma, o “tamanho” dEle. Em um de seus ensinamentos, o Bispo Edir Macedo considerou que há incontáveis promessas Divinas e que elas caem como uma chuva do Céu a toda a Humanidade. No entanto elas se cumprem apenas na vida dos que creem, “porque se não há crença, não há milagre”, apontou. Nesse sentido, o Bispo destacou a origem do milagre: “ele não vem de Deus sozinho e nem de você sozinho: tem que haver uma parceria entre você e Deus, Deus e você. Você se une a Ele através da Fé que Ele lhe deu. Essa Fé, que você tem aí dentro, está sufocada pelas dúvidas, pelos medos, pelas preocupações, pelos sofrimentos, pelas palavras dos outros, por conselhos e ideias vazias, de forma que ela fica impotente. Ora, se a sua Fé está sem força, sem vigor, como você vai vencer essa situação? Como você vai sair desse sofrimento, desse estado de depressão, de angústia e dor? Não tem como”, observa. Agora, aqueles que se agarram a um pedacinho de Fé, ainda que sufocada, e a estimulam, contemplam, enfim, o impossível.

Contudo, como desassociar essa grandeza Divina à Pessoa do Espírito Santo? Isso é improvável, afinal é Ele quem abre os nossos olhos para vermos os “impossíveis” que Deus faz na vida daqueles que creem nEle de todo o coração, todas as suas forças, toda a sua alma e todo seu entendimento. “Quando Ele (Espírito Santo) resolver o seu interior, ou melhor, quando você O tiver dentro de si, então verá a força e o poder que Deus lhe dará para ver seus problemas insignificantes. Vale a pena você investir tudo para que Ele venha sobre você. Quanto mais longe a pessoa estiver de Deus, mais incrédula ela será; ela vai ver Deus minúsculo, ou invisível. Mas quando ela se aproxima dEle, então ela vê Deus na Sua grandeza. Isso é trabalho exclusivo do Espírito Santo”, detalhou o Bispo Macedo.

Não é à toa que os milagres continuam sendo vistos nos dias de hoje, como nos exemplos que você
lerá a seguir.

FORAM TRÊS TIROS NA CABEÇA

O motorista Claudio de Faria, (foto abaixo) de 50 anos, dirigia um veículo de Cascadura, zona norte do Rio de Janeiro, até a região de Jacarepaguá, na zona oeste carioca. Ele faria uma entrega para um rapaz que lhe acompanhava quando foi anunciado um assalto. “Quando dei por mim, o bandido deu um tiro no peito do meu colega, que já caiu morto. “Ali, me veio à mente que eu seria o próximo. Então, na hora pedi perdão a Deus – por ter me afastado da Presença dEle sabia que, se eu morresse naquele momento, não teria minha Salvação”, conta. Ele entregou a chave do carro aos bandidos e foi rendido no chão, sob uma pistola 380. “Imaginei que eles fossem embora, mas dispararam quatro tiros: três atingiram minha cabeça e um foi na minha mão. Era para ter acertado minha cabeça também, mas, no susto, coloquei a mão na frente.” Ele descreve como tudo aconteceu: “os tiros pareciam um meteoro entrando em mim. Senti perfeitamente o primeiro, o segundo e o terceiro e, a todo o tempo, fiquei consciente, mas não lembro de sentir dor. Só lembro do desespero. Várias pessoas se juntaram ao meu redor e uma delas me disse para que eu aceitasse o Senhor Jesus. Respondi a ela imediatamente que eu estava certo que Ele estava comigo. Ainda consegui ligar para meu último contato do telefone e meu desespero aumentou quando comecei a ver o sangue escorrer. Logo a equipe do resgate chegou e me levou para um hospital próximo”.

Quando alguém leva um tiro, é natural surgir a dúvida sobre as condições de sobrevivência. Era difícil acreditar na de Claudio. “No dia seguinte, acordei com o telefone da enfermaria tocando: era a profissional que me socorreu perguntando se eu havia morrido, pela gravidade da situação. Contudo eu escutei a enfermeira lhe dizendo que a cirurgia [para a retirada das balas] havia sido um sucesso. Foi um milagre.” Poucas horas depois, Claudio já estava se levantando da cama. “O médico brincava que eu parecia um mutante, de tão impressionante que estava minha recuperação. Logo, ele propôs retirar os pontos, pois estavam todos secos”, detalha.

Pela forma com que as balas foram alojadas na cabeça de Claudio, o caso foi considerado um milagre pelos médicos. “Até quiseram me operar de novo, mas, desta vez, para me estudar. Isso por que faltaram milímetros para uma das balas perfurar a veia e, se não fosse por isso, eu teria morrido. Não tive nenhuma infecção ou sequela, sendo que era para que eu apresentasse ataque epilético. Mas já se passaram dez anos deste fato e não tive nenhum. Embora eu tenha perdido um pouco de massa encefálica, não tive sequer deformação no rosto.”

Ele conta como esse milagre o fez pensar diferente: “esse acidente me fez refletir, principalmente, sobre o tempo perdido longe de Deus. Então decidi voltar e recomeçar. Hoje tenho uma vida normal. Eu acreditava em milagres, mas viver o milagre é diferente.”

QUATRO ANOS PRATICAMENTE MORANDO NO HOSPITAL

A técnica em informática Cristiana de Sousa, (foto abaixo) de 48 anos, mudou-se para São Paulo para “vencer a vida”, como menciona. “Montei loja, conquistei casas, carro, moto, terreno. Captei recursos e, após 15 anos, retornei para a minha cidade natal, em Tauá, no Ceará.” No final de 2011, ela estava feliz, com os negócios fluindo, com a data do casamento marcada e cheia de saúde – pelo menos era o que pensava. Foi quando algo inesperado aconteceu. “Surgiu um pequeno nódulo na minha garganta, do lado direito do pescoço, mas não liguei, pois não sentia incômodo algum.” Até que aquilo se tornou algo impossível de ignorar, o que fez com que ela procurasse ajuda. Cristiana, então, decidiu voltar à São Paulo para fazer exames mais profundos. “Saí do aeroporto direto para o hospital, com planos de voltar para casa na semana seguinte. Mas não foi assim. Na primeira consulta, o médico considerou suspeita de câncer. Aí veio o veredito que eu não queria: de fato eu estava com câncer – e na tireoide. Eu fiquei sem chão.” Ela também ficou sem o noivo, que não aceitou sua mudança para São Paulo para consolidar o tratamento.

A princípio, os médicos disseram que o tumor não era agressivo e que, após uma cirurgia, ficaria tudo bem. Assim, era para que ela permanecesse por uma semana no hospital, contudo o organismo dela não reagia ao tratamento. Em razão disso, Cristiana foi desenganada.

Pela falta de estabilidade, a equipe médica optou por ligá-la a uma máquina para receber as medicações. Também quiseram seguir com iodoterapia, para diminuir o risco de recidiva do câncer e frear qualquer chance das células cancerosas atingirem outras partes do corpo. Mesmo assim, os marcadores do câncer não diminuíam. “Quando uma amiga foi me visitar, um médico comentou que eu sairia dali direto para o cemitério. Ele queria fazer uma traqueostomia em mim [abertura frontal na traqueia], mas, pelo fato de eu ter visto uma paciente ir a óbito após o procedimento, me recusei. Incrédulo com a minha postura, o médico me chamou de petulante.” Cristiana diz que não havia sinal de melhora.

“Fiquei praticamente um ano e meio no hospital, enquanto que nos demais anos pude ao menos dormir em casa. E ainda precisava ter pessoas comigo. Acabei tendo paralisia do lado direito do corpo e só andava de cadeira de rodas, bengala ou com alguém me segurando. Também perdi parte da visão, da audição, do paladar.”

Os pais de Cristiana e boa parte da família sequer imaginavam o que estava acontecendo. Ela já conhecia a Universal e, então, decidiu dar credibilidade à Palavra de Deus ante tudo o que ouvia. “No hospital, eu pedia para assistir as programações e receber a visita dos voluntários. Dei chance à Fé, pois sabia que, se eu obedecesse à Palavra, sairia daquela situação”, garante.

Assim, depois de quatro anos praticamente morando no hospital, durante as saídas noturnas para casa, Cristiana passou a frequentar o Templo de Salomão. Logo o milagre aconteceu e a sua saúde foi completamente restaurada. “Eu pedi novos exames e, em 40 dias, nada mais foi acusado. Após dez anos, reecontrei o médico que me apelidou de petulante e que falou que aquela petulância me levou a um milagre. Mas eu disse que não foi minha petulância e, sim, a minha Fé. As pessoas que achavam que eu fosse morrer hoje dizem que eu sou um milagre.”

O LUXO, O LIXO E O MILAGRE

A corretora de imóveis Eliane Benicio, (foto abaixo) de 46 anos, diz que teve uma infância de muitas responsabilidades. “Aos 7 anos, eu já trabalhava com meus pais, ajudando em um bar/restaurante que tínhamos.” Aos 22 anos, ela conheceu um rapaz e, em oito meses, estava grávida. O casamento foi um desastre, ela ficou desempregada e logo engravidou da segunda filha. Aí a situação piorou. Até que Eliane encontrou na Fé em Deus uma vida diferente. “Adquiri um apartamento, comprei carros, consegui um ótimo trabalho e comecei a ganhar muito dinheiro. Meus filhos estudavam em colégios particulares, íamos aos melhores restaurantes e viajávamos.” Nesse cenário, o dinheiro pautava a vida dela e ela não tinha mais tempo para Deus.

Eliane se separou e entrou, imediatamente, em outro relacionamento que também não vingou. Ela teve mais dois filhos e começou a enfrentar dificuldades financeiras. Então, se desfez de parte dos bens. Mas o dinheiro se esvaiu rapidamente e ela não conseguiu pagar as contas. Com o pouco dos recursos que sobrou, abriu um novo negócio no ramo alimentício . “Investi todo o resto servindo marmitex para uma empresa, mas ela parou de nos pagar. Com esse calote, eu fiquei superendividada. Peguei dinheiro com dois agiotas para pagar funcionários e insumos e coloquei aquela empresa na justiça. Inexplicavelmente, perdemos o processo e eu estava mais ainda endividada e não tinha mais renda. Fui, literalmente, do luxo ao lixo.”

Ela conta que os agiotas não lhe davam sossego. “Um deles comprou um apartamento no prédio em que eu morava e mandava o filho dele me chamar e, quando eu não o atendia, murchava os pneus do meu carro. Meu apartamento estava indo a leilão, a luz e a água estavam sendo cortadas o tempo todo e eu ia nas concessionárias para fazer acordos em cima de acordos. Eu já havia me desfeito de quatro veículos e perdido um conjunto comercial. Comecei, então, a procurar emprego de diarista e estava só aguardando a justiça tomar o apartamento de mim. Para completar, de forma sobrenatural, tudo começou a se quebrar na minha casa, como os eletrodomésticos, o granito da cozinha e o encanamento do banheiro. Também começou a faltar comida.”

Foi então que Eliane decidiu se reaproximar de Deus. “Um dia, chorando, liguei a TV e estava passando o programa da Universal.” Então, ela decidiu ir ao Templo de Salomão. “Pela primeira vez ouvi um Pastor dizer que tinha jeito para mim e eu disse que, se Deus realmente tivesse me mandado para o Templo, que surgisse um trabalho de diarista. Na saída da reunião, minha prima me ligou dizendo que havia uma agência contratando diaristas sem experiência. Dois dias depois, eu já estava trabalhando e, em um mês, estava de volta na minha área.”

Em uma reunião, Eliane aprendeu que, se humanamente não há condições, nada é impossível para Deus. “Neste dia peguei todas as contas atrasadas e orei que não perderia mais nada.” Então os sinais sobrenaturais aconteceram: “a portaria ligou no apartamento dizendo que a empresa havia chegado para cortar a água e não aconteceu o corte. A luz também não foi mais cortada. O apartamento que estava a leilão inexplicavelmente voltou para o processo de cobrança e os oficiais de justiça começaram a me procurar em endereços antigos”. De fé em fé, Eliane começou a fazer novos negócios, mas precisava ver o milagre. Até que um dia, ela orou a Deus de forma diferente. “Me ajoelhei e falei: ‘Senhor está escrito ‘pedi e dar-se-vos-á (Mateus 7.7)’, e eu pedi, pedi, pedi e não aconteceu nada.’ Naquele momento Deus me disse: ‘Você só pede! Quando seu filho faz birra e pede, você dá?’ Ali, tive o entendimento que Deus não estava em primeiro lugar”, confessa. Ao mudar, enfim, suas prioridades, tudo se ajeitou. “Quitei todas as dívidas, resolvi a questão do apartamento, o reformei e comprei mais quatro imóveis. Hoje minha família é toda abençoada e sou feliz todos os dias, sem precisar de nada, apenas da Presença de Deus”, declara.

O MAIOR DE TODOS OS MILAGRES

A autônoma Priscila Braga de Freitas, (foto abaixo) de 31 anos, foi abandonada pelo pai aos dois anos de idade. “A ausência do meu pai sempre me acompanhou. Eu me sentia rejeitada, triste, sem carinho e atenção. Esse vazio se estendeu à minha adolescência. Eu queria que todas as pessoas do mundo suprissem a carência e, então, comecei a me envolver em relacionamentos amorosos aos 13 anos. Quis ser amada, mas acumulei relacionamentos abusivos, humilhação, agressões, além de uma dor tão profunda que não sabia como tirar de dentro de mim. Desacreditada de tudo, me joguei de vez nas festas e bebidas e, nesse tempo, tive um filho. Quando eu chegava em casa, chorava sozinha. Em um dos relacionamentos, cheguei a sentar na janela para me jogar durante uma discussão, dizendo que só me matando o sofrimento acabaria.”

Até que Priscila se conformou com uma palavra. “Me falaram que eu saía com tantos homens e que não tinha valor. Por que, então, não vender meu corpo? Pelo menos estariam me pagando. Isso entrou dentro de mim como uma flecha e, assim, virei garota de programa de luxo. No começo, eu tive certo receio, porém minha vaidade, luxúria e ostentação por coisas que eram de valor alto, além da presença em festas da alta sociedade, me fizeram querer cada vez mais dinheiro. Logo, passei a gostar do que eu fazia. Desfrutei de roupas, festas caras, camarotes, amizades com pessoas importantes e de finais de semana em lugares diferentes. Mas o vazio continuava e eu ainda estragava outras famílias.”

Até que mais um relacionamento frustrado a deixou sem chão. Foi por ele, inclusive, que ela decidiu abandonar a vida de erros. “Eu achava que fosse morrer de tanto que doía a perda dessa pessoa. Foi quando eu voltei à Universal, há quatro anos.” Para Priscila, milagres eram aqueles vistos em conquistas e respostas a situações inacreditáveis. Contudo há um milagre que supera todos os demais: aquele que acontece no interior de cada um. Diferentemente dos demais, que podem até impressionar por aquilo que nossos olhos veem e que, talvez, nunca ouvimos nada semelhante, o maior milagre é aquele que transforma completamente. Uma coisa é receber um milagre e outra completamente diferente é ser o próprio milagre. Esse milagre, aliás, também impressiona, afinal, é o único capaz de enterrar qualquer passado sem deixar nenhum rastro de dor e fazer de quem quer que seja uma nova criatura. “Senti muita vergonha do que havia feito, mas, ao mesmo tempo, me senti muito feliz, pois entendi que o que eu precisava era do Espírito Santo. Logo comecei a buscá-Lo e, quando O recebi dentro de mim, eu fui abraçada. Quando olho para trás e vejo tudo o que Deus fez por mim em tão pouco tempo, é inacreditável. Sou uma nova mulher em todos os sentidos.”

Hoje ela conta que pode passar pelo problema que for que anda de cabeça erguida. “Deus me proporcionou conhecer meu marido e, juntos, estamos construindo nossa história. Posso perder tudo, mas não posso perder o maior milagre de todos, que é o Espírito Santo”, finaliza.