“Minha vida era uma escuridão disfarçada de felicidade”
Para tentar fugir do vazio, Regiane da Silva passou a beber e se casou com um homem abusivo. Depois de vários anos de sofrimento, ela encontrou a paz que desejava
A infância da atendente Regiane Delmira dos Santos da Silva, de 41 anos, foi marcada por pesadelos e pela sensação de ser perseguida por um demônio. “Eu não conseguia dormir, pois tinha medo que os pesadelos se tornassem realidade”, diz. A solidão e o medo a acompanharam em seus primeiros anos de vida.
Quando se tornou adolescente, Regiane passou a enfrentar outra batalha interna: ela ouvia uma voz insistente, que sussurrava tentações e a perturbava. Apesar disso, ela explica que as orações de sua mãe, que frequentava a Universal, serviam como escudo contra o problema.
A busca por alívio para o vazio e os tormentos levou Regiane a procurar conforto nas bebidas alcoólicas. Entretanto o sofrimento persistia. “Eu me sentia sozinha, vazia e achava que ninguém me entendia”, conta.
Regiane começou a frequentar a Universal e encontrou um rapaz na igreja que parecia ser a resposta às suas conversas com Deus sobre felicidade. Ela decidiu se casar com ele, apesar dos apelos de sua mãe de que não fizesse isso. Em pouco tempo, o casamento se transformou em um “inferno pessoal”, com vários episódios de abuso. “Minha vida era uma farsa, uma escuridão disfarçada de felicidade. Ele me proibia de visitar meus pais, controlava minha liberdade de sair de casa e me acusava de traição, além de causar tumulto quando eu saía para trabalhar”, desabafa.
O nascimento da filha (Deisy, que hoje tem 12 anos), fruto desse casamento turbulento, revelou toda a crueldade do seu marido e a levou ao limite da desesperança. “Ele rejeitava nossa filha e zombava de mim enquanto eu orava no berço dela. Eu me vi sozinha, lutando pela sobrevivência da minha filha, enquanto minha vida desmoronava. Quando minha filha tinha 2 anos, ela manifestava, se jogava no chão e batia a cabeça na parede até sangrar. Lutei por um ano, recorrendo ao jejum, à oração e ao apoio das tias da Escola Bíblica Infantil (EBI)”, relata.
DECISÃO IMPORTANTE
Em busca de uma mudança de vida, Regiane explica que tomou a decisão de entregar sua vida e a de sua filha nas mãos de Deus. “Eu tinha me afastado de Deus ao conhecer essa pessoa e me tornei alguém diferente. Naquele momento, percebi que não tinha nada sem Deus e, então, Ele se tornou o Primeiro e Único na minha vida”, diz.
A caminhada em direção à transformação foi árdua e marcada por provações. “Comecei a colocar as coisas da minha vida no lugar, a começar pelo casamento. Entendi que a relação não era saudável e me separei”, detalha. Aos poucos, a fé de Regiane a tirou das sombras e a levou para a Presença de Deus. Ela reconstruiu sua história e se casou de novo. “O Espírito Santo é meu tesouro, minha fonte de vida e de alegria”, afirma.
Hoje, ela tem a paz que tanto sonhou. “Deus me presenteou com alguém que me ama e me valoriza: meu marido (Anderson Freire de Oliveira, de 41 anos). Ele cria minha filha como se fosse dele, já que o pai dela a rejeitou. Ele me ajudou a superar os meus medos e agora estamos na mesma fé e temos outro filho (Wesley, de 6 anos), que é uma criança muito abençoada também. Eu e minha casa servimos ao Senhor”, conclui.