Múcio: “ranço ideológico” no Governo Lula interfere em licitação com Israel

Ministro aponta para parcialidade. Entenda o caso

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Questões ideológicas estão atrapalhando negociações de tecnologias bélicas do Brasil com Israel. É o que aponta o ministro da Defesa, José Múcio.

Atualize-se rapidamente:

  • Múcio afirmou que ocorreu uma licitação (um processo de concorrência entre organizações para eleger um fornecedor de um produto ou serviço). Tratava-se, neste caso, da aquisição de blindados para o Exército brasileiro.
  • Nessa licitação, uma empresa israelense ganhou por menor preço e qualidade técnica. O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou o resultado.
  • Entretanto, aponta-se que Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais do Governo Lula, interveio e impediu a conclusão do processo licitatório (atitude que sugere que o atual Governo deseja se afastar de Israel).
  • “A questão diplomática interfere na Defesa. Houve agora uma concorrência, uma licitação. Venceram os judeus, o povo de Israel, mas por questões da guerra, o Hamas, os grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas não podemos aprovar. O TCU não permitiu dar ao 2º colocado e nós estamos aguardando que essas questões passem para que a gente possa se defender”, disse.
  • O assunto foi levantado por Múcio durante evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, no dia 8 de outubro.
  • Em outro momento, Múcio explicou que o Governo regrediu em 47% o investimento na Defesa, o que ele atribuiu a um “ranço ideológico”.

Nas entrelinhas:

  • Vale lembrar o contexto em que essa negociação comercial está inserida. No momento, Israel e Hamas estão em guerra. E a esquerda e a direita política ao redor do mundo são opostas em suas crenças. Essa relação funciona, por assim dizer, como um “espelho”. Por exemplo: se a direita política decide apoiar Israel, a esquerda política toma a dianteira na ponta oposta, que é o apoio ao Hamas. E, assim, surge um embate de ideologias, que podem atrapalhar o diálogo racional.
  • O TCU enfatiza que não há tratados internacionais ou embargos do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que impeçam tal comercialização. Sendo assim, o resultado da licitação é tecnicamente aplicável.
  • O cenário ficou ainda mais tomado por um impasse quando o TCU bloqueou a segunda empresa classificada na licitação. Além disso, a terceira colocada se indignou com a situação e discutiu a qualidade do processo no Brasil. A informação é da Gazeta do Povo.

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Da Redação / Foto: iStock