Mukbang é a junção das palavras muk-da (comer) e bang-song (transmitir) em coreano. E, no mundo virtual, o termo tem relação com o conhecido “desafio da comida”, onde jovens influenciadores aparecem comendo grandes quantidades de alimentos nas redes sociais.

A princípio, a modalidade de vídeo se tornou popular na Coreia do Sul, mas, hoje, tem ganhado adeptos por todo o mundo. Apesar de ser aparentemente inofensiva, a brincadeira pode ser perigosa e altamente prejudicial à saúde.

Entenda:

A sul-coreana Stephanie Soo é uma das influenciadoras mais populares por exibir transmissões ao vivo comendo imensas porções de frituras, molhos gordurosos, massas, comidas apimentadas e doces. O seu canal na plataforma YouTube já ultrapassa 3,9 milhão de inscritos e mais de 16 milhões de visualizações em vídeos do tipo. Mas ela não é a única, ao pesquisar brevemente o termo na internet é possível encontrar inúmeros conteúdos semelhantes.

Com isso, a preocupação de órgãos e profissionais da saúde com a popularização do desafio é justamente os prejuízos imediatos e a longo prazo que a ingestão desequilibrada de alimentos pode causar ao organismo.

Confira a reportagem na íntegra do R7, clicando aqui.

Conheça os riscos:

Normalmente, o mukbang é composto por fast foods ricos em carboidratos, sal, gordura, conservantes artificiais e o alto teor de calorias. Com isso, além do favorecimento ao ganho excessivo de peso, exaustão e alteração de humor, tais alimentos podem resultar em consequências graves ao organismo como hipertensão e doenças cardíacas.

Outra questão destacada por profissionais da saúde em relação à prática do mukbang é o estímulo à compulsão alimentar que o conteúdo causa entre crianças, jovens e adolescentes.

Pelos números:

Em 2016, a Coreia do Sul apresentou um aumento na taxa de obesidade de 26% para 34,8%, em relação a 1988. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ainda prevê um aumento duplicado desse índice até 2030.

O crescimento contínuo da condição por hábitos alimentares ruins, na época, moveu o Ministério da Saúde e Bem-estar coreano a criar, inclusive, um sistema com diretrizes de monitoramento de tais conteúdos, no entanto, as medidas nunca foram implementadas pela repercussão negativa entre os sul-coreanos.

No Brasil, 1 a cada 4 adultos são obesos, segundo o monitoramento anual do Ministério da Saúde, Vigitel.

Além disso, 4,7% da população sofre com transtorno de compulsão alimentar (TCA), o que representa quase o dobro da média mundial de 2,6%.

Além da saúde física: 

Vídeos como esses podem ser nocivos à saúde física, mas também à saúde mental de muitos espectadores e influenciadores que os produzem pelo medo da solidão em realizar as refeições de maneira solitária, o que é um grande tabu entre os coreanos.

Mesmo com as muitas visualizações e monetizações com os vídeos, muitos influenciadores escondem graves problemas sociais e emocionais por trás das redes.

Cuidado:

Mediante a isso, atente-se ao tipo de conteúdo que tem consumido na internet e qual a sua influência sobre a sua vida. Não se deixe levar pelas modas virais presentes nas redes, priorize sempre o seu bem-estar físico, emocional e psicológico. E se você percebe que tem sido prejudicado com tal influência, procure por ajuda!