Mundo diz não ao fumo
A cada dia que passa mais países tomam atitudes no combate ao tabagismo. Dessa vez, foi o México quem tornou sua legislação uma das mais rigorosas do planeta
Desde 15 de janeiro é proibido fumar em qualquer espaço público do México. O país decretou, dessa forma, uma das leis antifumo mais rigorosas do mundo. Desde 2021, a publicidade do tabaco também é proibida por lá. A coibição ao vício não é nova, pois, desde 2008, bares, restaurantes e locais de trabalho coletivo já eram áreas decretadas como livres de fumo. Agora a lei que já existia foi ampliada para proibir cigarros, charutos, cachimbos, narguilés e cigarros eletrônicos (vapes) em todos os espaços públicos, incluindo parques, praias, hotéis, escritórios e restaurantes. Também estão proibidos a promoção e o patrocínio de qualquer produto à base de tabaco. Cigarros e similares não podem nem mesmo ficar expostos em pontos de venda.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) elogiou a atitude mexicana. A entidade afirma que o consumo do tabaco é a causa de morte, tanto pelo consumo quanto pela exposição à fumaça do cigarro (o chamado fumo passivo), mais evitável no mundo.
Outros países já tomaram ou estão tomando medidas parecidas com a meta de diminuir o fumo. A Nova Zelândia adota aos poucos uma proibição quase total do tabaco a partir deste ano. Lá, qualquer pessoa nascida após 2008 jamais poderá comprar cigarros ou produtos derivados do tabaco, mesmo depois de chegar à maioridade.
A medida neozelandesa não visa somente que a população se torne mais saudável e mais longeva, mas também uma economia substancial, argumentou a ministra da Saúde local, Ayesha Verrall: “milhares de pessoas viverão vidas mais longas e saudáveis e o sistema de saúde economizará 5 bilhões de dólares neozelandeses (cerca de R$ 17 bilhões) por não precisar mais tratar as doenças causadas pelo fumo”.
Quando comparado ao de outros países, o índice de fumantes na Nova Zelândia é baixo: apenas 8% dos adultos fumam diariamente. Na Rússia, por exemplo, ele chega a 50%. No Brasil, a taxa de fumantes é de 9,1%.
Outros países também têm leis antifumo, proibindo a prática em lugares de uso coletivo fechados com algumas variações – Itália, Noruega, Irlanda, Espanha, Escócia, Cuba e Canadá, só para citar alguns, sendo que, nos Estados Unidos, em alguns Estados, não é permitido nem fumar em lugares abertos, como praias, ou em um raio de seis metros de qualquer edifício público. Já em Uganda não se pode fumar em nenhum lugar em que haja não fumantes.
E no Brasil?
No território brasileiro, por mais que fumar seja proibido em lugares de uso coletivo, como no comércio e no transporte coletivo, o cidadão ainda precisa ter a iniciativa de agir com consciência. Em São Paulo, por exemplo, é proibido fumar em pontos de ônibus, o que nunca é respeitado – é o lugar, inclusive, onde mais se veem bitucas de cigarro no chão.
No Brasil morrem 443 pessoas a cada dia por causa do tabagismo, segundo uma pesquisa do Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária (Iecs), entidade argentina que realiza estudos em parceria com órgãos brasileiros. Segundo o Iecs, R$ 125.148 bilhões é o custo dos danos causados pelo cigarro no sistema de saúde e na economia em um ano, período em que 161.853 mortes de fumantes ativos e passivos poderiam ser evitadas.
Esses números alarmantes são vistos a despeito da lei, segundo a qual, desde 2014 é proibido fumar cigarros, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos derivados do tabaco em locais de uso coletivo públicos ou privados, como bares, boates, hotéis, casas de shows, ambientes de trabalho, repartições públicas, instituições de saúde, veículos de transporte coletivo, hall e corredores de condomínios, etc., mesmo que o ambiente seja parcialmente fechado por parede, divisória, teto ou toldo.
Curiosamente, cresce visivelmente o número das chamadas tabacarias, muitas delas que não vendem só tabaco e derivados como também equipamentos que são destinados ao consumo de maconha – alguns desses pontos de venda são bem evidentes ou mal disfarçados.
Muitos desses comerciantes, inclusive, apostam que o novo governo pode afrouxar a proibição ao consumo de maconha no País – tornando oficial o que já é praticado quase sem pudor nas ruas de qualquer cidade do Brasil.
Em um país em que muitos fumam até mesmo maconha descaradamente em plena rua à luz do dia ou narguilés em parques e praças e onde fuma-se vape abundantemente, apesar de sua venda e produção serem proibidas, será difícil decretar uma lei parecida com a mexicana, ainda que ela seja muito necessária. A cidadania, se praticada, seria uma importante arma contra esse vício.
Mas a ferramenta mais eficiente contra o vício é a fé. Por isso a Universal realiza o Tratamento para a Cura dos Vícios. As reuniões acontecem em todas as cidades brasileiras. Visite a Universal mais próxima e saiba como participar.